Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Emissoras árabes no front

As emissoras de TV árabes não imaginaram o trabalho que teriam pela frente quando mandaram seus correspondentes para cobrir a retaliação de Israel ao Hezbollah pelo seqüestro de dois soldados no dia 12/7.

A al-Jazira, por exemplo, logo adotou a chamada ‘Líbano em estado de sítio’ e em seguida a substituiu pela dramática ‘Sexta Guerra’, refletindo a magnitude do conflito que estava se desenrolando. Já a al-Arabiya, utilizou as chamadas ‘Líbano sob fogo’ e ‘Diários da guerra’ para noticiar do front.

‘A mídia foi pega de surpresa’, disse Jihad Ballout, assessor de imprensa da al-Arabiya. Beneficiando-se de transmissão via satélite, as duas são as principais emissoras de notícias para o mundo árabe.

Esse é o primeiro conflito no Líbano coberto pelas jovens emissoras (al-Jazira foi inaugurada em 1996 e al-Arabiya, em 2003). A al-Arabiya mandou alguns de seus correspondentes veteranos da guerra no Iraque para o Líbano para ajudar a equipe de reportagem que já estava lá. A al-Jazira foi além: mandou âncoras para Beirute e passou a apresentar o noticiário de lá. Ambas as emissoras também mobilizaram suas equipes em Israel e na Cisjordânia para cobrir os ataques do Hezbollah no norte de Israel.

Reportagem de Ali Khalil [AFP, 9/8/06] afirma que os dois canais abriram espaço a porta-vozes israelenses e seus pontos-de-vista. Mas estando do lado árabe e com a maioria dos repórteres sendo local, o desafio da objetividade foi posto à prova.