Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

EUA pagaram resgate de jornalistas da Fox News

Grupos terroristas palestinos e organizações de segurança na Faixa de Gaza teriam recebido US$ 2 milhões em troca da soltura dos jornalistas da Fox News Steve Centanni e Olaf Wiig, em agosto deste ano. Segundo artigo de Aaron Klein [WorldNetDaily, 14/11/06], o recebimento do dinheiro – proveniente de uma suposta fonte americana – foi confirmado por líderes dos grupos.


Centanni e Wiig foram libertados após duas semanas em poder dos seqüestradores em Gaza. Pouco antes da soltura, os dois apareceram em um vídeo vestidos em trajes árabes e dando a impressão de que haviam se convertido ao Islã. Na filmagem, Wiig, que é neozelandês, fazia um discurso anti-Ocidente. Depois da libertação, Centanni contou que eles foram obrigados a se converter sob a mira de uma arma.


Uma porta-voz da Fox News afirmou que não poderia declarar se a emissora sabia do pagamento pela libertação dos dois funcionários. Segundo Klein, uma fonte da empresa disse que diversas partes estavam envolvidas na soltura de Centanni e Wiig, incluindo o governo dos EUA, e que é possível que um ‘resgate’ tenha sido pago. Um porta-voz do Departamento de Estado americano, por sua vez, garantiu que o departamento não pagou pela libertação dos profissionais.


Armas e mais seqüestros


Um líder do Comitês de Resistência Popular, um dos grupos suspeitos da autoria do seqüestro, afirmou que os US$ 2 milhões em dinheiro foram transferidos para a principal força de segurança do Fatah em Gaza para que fossem distribuídos entre diversos grupos palestinos. Alguns funcionários desta força de segurança teriam recebido parte da quantia pelo trabalho extra na libertação dos jornalistas. Membros ligados ao Fatah, partido do presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas, confirmaram o pagamento.


Grande parte do dinheiro teria sido entregue à família Dugmash, que comanda células terroristas do Comitês de Resistência Popular em Khan Yunis e Gaza. Uma parte menor teria sido dada à Brigada dos Mártires de al-Aqsa. Segundo líderes dos grupos terroristas, os dólares recebidos teriam sido usados para a compra de armas. Para eles, pagamentos deste tipo encorajam o seqüestro de mais estrangeiros.


Iraque: dois profissionais mortos em três dias


A repórter Fadia Mohammed Ali, do jornal al-Masar, foi morta na quarta-feira (15/11) na cidade de Mosul, dias após o assassinato de outro jornalista do mesmo periódico. Segundo a polícia local, Fadia seguia com seu motorista para a redação quando homens armados atacaram o carro, matando os dois ocupantes. Na segunda-feira (13/11), o cinegrafista a al-Sharqiya Mohammed al-Ban, que também trabalhava para o al-Masar, foi morto em Mosul.


Desde o início da guerra no Iraque, em março de 2003, mais de 100 profissionais de imprensa foram mortos no país. Informações da Reuters [15/11/06].