Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Folha de S. Paulo

VAIA & IMPRENSA
Plínio Fraga

Venha vaiar você também

‘Vaiar virou um dos esportes prediletos da torcida brasileira no Pan. Se na abertura o alvo foi o presidente Lula, americanos, cubanos, venezuelanos e argentinos enfrentaram apupos altos e constantes, como se, na disputa por medalhas, estivessem Bush, Fidel, Chávez e Kirchner.

Brasileiros da ginasta e do atletismo se queixaram da falta de educação da torcida ao vaiar competidores estrangeiros em momentos que exigem concentração. Vaias repreensíveis como essas são estimuladas por gente como o ex-jogador de basquete Oscar Schmidt, que, portando crachá da TV Globo, esgoelou-se a gritar ‘vai cair, vai cair’ para uma atleta canadense -possível futuro destaque da equipe olímpica, com 14 anos recém-completados- enquanto ela tentava difíceis acrobacias na trave da ginástica artística. Uma covardia. Peng-Peng Lee, a canadense revelação, caiu; mas saiu altiva como os grandes sabem ser ao tropeçar.

O Pan tem sido uma diversão para o Rio, a despeito dos índices técnicos, incomparavelmente ruins, na maior parte dos casos, quando contrapostos aos da elite esportiva mundial. Trânsito lento por deficiência de transporte público adequado e a usual incompetência na venda e na entrega de ingressos não macularam os jogos. Não seriam as vaias que o fariam.

A vaia é legítima em qualquer campo (alguém precisa lembrar isso a Lula e seus asseclas). É uma manifestação contestatória política e apaixonada -a paixão é cega, e a política, injusta, sabe-se-, mas é melhor do que se prostrar, permanecer rendido à pasmaceira. ‘Venha vaiar você também’ é uma provocação. Um convite para ser vaiador ou ser vaiado. Ser agente da história é melhor do que receber prêmio por bom comportamento, quase sempre aceitação passiva do que está por aí e que deveria revoltar.’

PUBLICIDADE TUCANA
Catia Seabra

Serra amplia propaganda com verbas do Poupatempo

‘Sob o slogan ‘trabalhando por você’, o governo José Serra (PSDB) vai intensificar investimentos em propaganda a partir de agora. Segundo o secretário de Comunicação de São Paulo, Hubert Alquéres, a política de publicidade institucional ‘vai deslanchar’ neste segundo semestre do ano, com exibição de campanhas que ele define como de utilidade pública.

Para garantir maior presença em rádio e TV, o governo estadual reforçou em R$ 49,7 milhões o orçamento da Secretaria de Comunicação -desses, R$ 20 milhões saídos de dotação prevista para a manutenção e operação do Poupatempo, programa que reúne em um mesmo lugar diferentes serviços oferecidos pelo Estado.

Segundo Alquéres, a transferência de recursos, estabelecida num decreto publicado em 13 de junho, nasceu da necessidade de divulgação de serviços oferecidos pelo Estado via internet. Como os sites e o Acessa São Paulo ficam a cargo da Secretaria de Gestão, também responsável pelo Poupatempo, o dinheiro saiu de lá. Ele afirma ainda que tanto a Comunicação como a Gestão eram antes subordinadas à Casa Civil e tinham orçamento comum.

Segundo levantamento feito pela liderança do PT no Sigeo (Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária), o orçamento originalmente previsto para ações de comunicação em 2007 era de R$ 51,6 milhões.

Poupatempo

‘O remanejamento efetuado, da Secretaria de Gestão para a Comunicação, em nada vai prejudicar a operação ou ampliação do Poupatempo e tem o objetivo de reforçar a informação ao público, com divulgação de serviços como o Acessa São Paulo, também da Prodesp, do próprio Poupatempo, de inúmeros serviços eletrônicos do governo. O governo trabalha para que mais paulistas usem seus serviços de governo eletrônico. Isso vai trazer economia de tempo e de recursos para as pessoas’, disse Alquéres, segundo quem ‘na montagem do orçamento, os recursos para o Poupatempo foram dimensionados com uma certa folga’.

O remanejamento de R$ 49,7 milhões, diz, servirá para cobrir a renovação dos contratos com as duas agências de publicidade encarregadas da comunicação institucional do governo: a Lua Branca e a DPZ Propaganda. Renovados em 29 de junho por 12 meses, os dois contratos somam R$ 60 milhões.

Segundo informação enviada pelo governo à Folha em fevereiro, o valor do contrato com a Lua Branca para o período de julho de 2006 a junho de 2007 era de R$ 16.487.850,00. No dia 21 de junho, o contrato sofreu um acréscimo, chegando a R$ 25 milhões: R$ 4,5 milhões referentes a gastos do ano passado, e R$ 20,5 milhões deste ano. No dia 29 de junho, o contrato com a Lua Branca foi prorrogado por mais 12 meses por R$ 31,2 milhões.

Ainda de acordo com os dados enviados à Folha, o contrato com a DPZ para o período de julho de 2006 a junho de 2007 foi de R$ 13.111.862,00. No dia 29, foi prorrogado por mais 12 meses a R$ 28,8 milhões. Em nota enviada à Folha, Alquéres afirma que o governo manteve o mesmo valor praticado em 2005, quando os contratos foram assinados. Os gastos, explica, só foram menores em 2006, sendo de cerca de R$ 37 milhões por 12 meses, por conta das restrições impostas pela legislação eleitoral.

Desde domingo, a comediante Cláudia Rodrigues é protagonista de uma campanha do governo estadual. ‘Marinete’ do programa ‘A diarista’, da TV Globo, a atriz apresenta o novo salário mínimo regional, a partir de R$ 410 mensais. Como um Estado diferenciado, diz ela, São Paulo tem um salário mínimo diferenciado.

A campanha, de R$ 2,5 milhões, será veiculada por 10 dias. No mês que vem serão levadas ao campanhas sobre o recapeamento da marginal Tietê e volta às aulas. Haverá ainda propaganda sobre mutirões de saúde e assistência ambulatorial no Estado. Mês passado, o governo listou numa mesma peça publicitária três ações, entre elas a inauguração de uma estação do metrô. ‘Como não havia verbas, foi um pot-pourri’, disse Alquéres.

Para essa ofensiva da política de comunicação, o governo discutiu até se era apropriado ou não o uso do gerúndio em ‘trabalhando por você’. A conclusão foi de que, em início de governo, vale. Até junho, o governo tinha realizado, segundo Alquéres, campanhas sobre dengue, febre aftosa e vacinação de idosos contra a gripe.’

MERCADO EDITORIAL
Marcos Strecker

Mercado de livro cresce e pressiona por profissionalização das editoras

‘Depois de uma década de incertezas, o mercado editorial dá sinais de ter voltado a crescer de maneira mais firme. É o que vai revelar a mais recente pesquisa conjunta do Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros) e da CBL (Câmara Brasileira do Livro), a ser divulgada nos próximos dias. Alguns números do levantamento foram adiantados à Folha por Paulo Rocco, presidente do sindicato que reúne editoras do país.

A pesquisa aponta um aumento do faturamento total das empresas de R$ 2,572 bilhões para um número próximo de R$ 3 bilhões, que reflete também um aumento das aquisições por programas governamentais. Mas o aumento foi de fato ‘puxado’ pelo mercado. Em obras gerais (excluindo didáticos, religiosos e técnicos), houve um acréscimo de 9,51% no faturamento e um aumento no número de exemplares vendidos de 4,68%.

Os números refletem a intensa movimentação da área. Depois da onda ‘das espanholas’ (a entrada dos grupos Planeta e Santillana/Prisa), no começo dos anos 2000, agora o mercado vem sendo sacudido pela compra e fusões de editoras, movimento que é impulsionado pela Ediouro.

Esse grupo brasileiro, fundado em 1939, tem liderado um processo agressivo de aquisições, preparando-se para entrar na bolsa de valores. Só neste ano, fechou a aquisição da Nova Fronteira, fez uma associação com a Nova Aguilar e negocia agora a compra dos selos Arx, Futura e Caramelo, da Siciliano. O último lance desse processo teria sido a entrada na Ediouro da Governança & Gestão Investimentos, administradora de fundos de ‘private equity’ de Antonio Kandir. Luiz Fernando Pedroso, diretor-superintendente da Ediouro, confirma a participação de Kandir no conselho editorial do grupo, mas nega que tenha havido mudança na sociedade.

O acirramento da competição no mercado de livros força a profissionalização das editoras. Ainda marcado pela tradição de empresas familiares e pela falta de transparência, o setor amadureceu a ponto de comportar empresas em bolsa?

Pedroso diz que para isso ‘as editoras têm de aumentar de tamanho [escala], profissionalizar-se e implementar um ambiente de ‘melhores práticas’ e inovação’. Paulo Rocco acha que a opção da Ediouro é um caso isolado e não enxerga concentração, considerando que a compra e fusão nesse segmento ‘sempre existiu’.

Roberto Feith, da Objetiva, que representa o grupo Santillana/Prisa, lembra que países mais ricos passaram pela concentração. ‘Não digo que isso vai ocorrer aqui, mas é uma tendência’. A Objetiva tem evitado os leilões cada vez mais caros das ‘promessas de best-sellers’ e aposta no crescimento de longo prazo.

Investiu no selo Alfaguara, para literatura de qualidade, e prepara o lançamento de dois selos, um de auto-ajuda e outro de livros de bolso -outra tendência no mercado, já seguida pela L&PM e pela Companhia das Letras, e que também terá a entrada agressiva da Record em setembro.

‘Concentração do mercado ou abertura de capital em bolsa não têm a ver com profissionalização’, diz Luciana Villas-Boas, diretora editorial da Record. ‘O que tem a ver com a profissionalização é a concorrência, que obriga o proprietário ou os sócios do empreendimento a contratar executivos que conheçam o livro como produto e como bem simbólico, que conheçam o negócio. Nem residualmente sobrevive hoje aquele editor que só publica suas próprias preferências e acha que o marketing conspurca o livro’, diz.

Para Villas-Boas, ‘a economia está em um bom momento, e setores da classe média acabam o mês com um pouco mais de dinheiro no bolso’. Além disso, ‘o dólar baixo diminui agradavelmente o custo de insumos fundamentais, como o papel e o direito autoral do livro traduzido’.’

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Editoras familiares lutam por renovação

‘A saída de Carlos Augusto Lacerda da Nova Fronteira, no início deste ano, é um lance simbólico dentro de um setor marcado tradicionalmente pelas ‘dinastias’ familiares. A editora fundada em 1965 pelo seu avô, o político Carlos Lacerda, agora pertence à Ediouro.

Enquanto editoras tradicionais se profissionalizam ou são ‘engolidas’ por grupos maiores, afastando famílias tradicionais do mercado, outras conseguiram se reinventar e hoje ocupam um espaço crescente.

O exemplo mais vistoso desse ‘renascimento’ é a Sextante, ‘pequena grande editora’ fundada em 1998 que provocou uma reviravolta no segmento de auto-ajuda. Dos 30 livros da lista de mais vendidos da Folha desta semana, incluindo ficção e não-ficção, sete são da Sextante. O sucesso não veio por acaso. Dr. Geraldo (Geraldo Jordão Pereira), o patriarca da editora, é filho de José Olympio, um dos nomes formadores do mercado brasileiro.

Depois de se endividar, a tradicional José Olympio acabou absorvida pela Record. Dr. Geraldo tentou nos anos 90 investir no mercado infanto-juvenil, com o selo Salamandra (atualmente abrigada no grupo Objetiva/Santillana), mas também precisou abrir mão do sonho de uma casa editorial focada em crianças, uma novidade.

O recomeço em novas bases, com os filhos Marcos e Tomás e com a mulher Regina, foi a grande mudança. A Sextante nasceu como uma proposta radical que levou à fama de ‘toque de Midas’ da família.

O mais famoso best-seller da casa é ‘O Código Da Vinci’, que já vendeu 1,333 milhão de exemplares (1,477 milhão, levando em conta a edição ilustrada). E isso mesmo com o ‘sucesso desastroso’ do filme com Tom Hanks, que ‘matou’ o fenômeno editorial (depois da adaptação, as vendas do livro de Dan Brown despencaram em todo o mundo). Outro sucesso da casa, ‘O Monge e o Executivo’, completa na próxima semana a marca de 1,5 milhão de exemplares vendidos.

A família Pereira leva a sério idéias como universalidade. ‘Escreveram uma vez que éramos uma editora nova para não-leitores. Recebemos isso como um elogio’, diz Marcos Pereira. Para ele, ‘todos os livros têm de ser acessíveis em matéria de preço e em facilidade de leitura’.

O sucesso não veio apenas por uma visão particular de mercado. A família, que trabalha junto, acredita e se empolga com todos os livros que edita. Eles são lidos e discutidos por todos. E só se investe em livros que empolgam e convencem.

Tomás Pereira dá o tom que marcou nova proposta: ‘Nossa idéia é discutir espiritualidade, não necessariamente religião’. A formatação para a editora, explica, surgiu com o livro ‘Uma Ética para o Novo Milênio’, do Dalai Lama. ‘Nesse livro ele faz bem essa distinção entre religião e espiritualidade. Isso nos guiou’, diz.’

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Zahar cresce mantendo velhos hábitos

‘A ‘química familiar’ também funcionou para a família Zahar, que dirige uma das editoras mais tradicionais do mercado, com origem nos anos 50. Ana Cristina Zahar, filha do patriarca Jorge Zahar (1920-1998), lembra-se da época em que ‘todos os editores eram amigos, havia ética e existia espaço para todos’.

Ela dirige com a filha Mariana a editora no mesmo prédio que há décadas abriga a casa pioneira em livros de ciências sociais no Brasil, no centro da cidade, com vista para o Aterro do Flamengo e a baía da Guanabara. Hábitos antigos, como o almoço conjunto com todos os funcionários no terraço do edifício, continuam sagrados. ‘Agora, como cresceu, precisamos fazer o almoço em dois turnos’, diz Mariana.

‘Na França não existem mais empresas familiares no mundo editorial. Na Argentina acabou completamente’, diz Cristina. A Zahar soube modernizar a sua proposta editorial, baseada em títulos de não-ficção. Apostas em segmentos como arqueologia, em que poucos se aventuram, têm dado certo. O investimento no ‘catálogo de fundo’, livros já lançados há muito tempo, também é apontado por Mariana Zahar como um dos segredos do sucesso da editora.

Muitas empresas se concentram nos novos lançamentos, buscam um novo best-seller e tendem a relegar a sua lista de livros já lançados. Roberto Feith, da Objetiva, por exemplo, lembra que os editores que compraram o ‘novo best-seller’ sempre fizeram a aquisição sem saber que estavam levando um novo sucesso.

O segredo de uma casa como a Zahar, segundo Mariana, ‘é manter o equilíbrio entre a inovação e a valorização do catálogo’. ‘Editora hoje virou um negócio de descobridores de ‘hits’, brinca Mariana. Além de pioneira, a Zahar virou na década de 70 a grande referência em humanidades e era apontada pelos órgãos de repressão como a grande referência para os estudantes. ‘Meu pai sempre me dizia que o que o editor precisa ter é sensibilidade com o fenômeno cultural, procuramos manter isso’, diz Cristina.

A morte do fundador provocou dúvidas sobre o futuro da editora. Mas isso é passado, e a volta por cima pode ser traduzida em números. Segundo Mariana, desde 1998 houve um aumento de 352% no faturamento, já descontada a inflação. A Zahar também influenciou outros editores. O velho Jorge Zahar foi uma espécie de padrinho de Luiz Schwarcz, da Companhia das Letras, que até hoje mantém um acordo comercial de distribuição com a Zahar. (MS)’

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Empresas evitam divulgar seus números

‘Há entre os editores visões contraditórias sobre crescimento, estagnação ou crise no mercado editorial, e a principal razão é a carência de dados confiáveis. Como as empresas têm capital fechado, não são obrigadas a divulgar seus números de vendas, faturamento ou lucro.

A pesquisa anual do Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros) e da CBL (Câmara Brasileira do Livro) é feita a partir de dados enviados pelas próprias editoras. Não se questiona a idoneidade no tratamento dos dados, analisados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Mas há editoras que dizem, sob a condição de não serem citadas, que os números não refletem a realidade, já que todas querem ‘esconder os números da concorrência’.

Um dos maiores críticos dessa insegurança nos dados é Fabio Sá Earp, economista da UFRJ que há anos acompanha a evolução do mercado editorial. Ao analisar as pesquisas anuais Snel/CBL, Earp chegou a conclusões bem diferentes daquelas divulgadas pelos patrocinadores dos levantamentos, que evitavam falar em crise. Ele destacou que, de 1998 a 2005, houve uma queda brutal no faturamento total das empresas (de R$ 4,6 bilhões para R$ 2,5 bilhões, já levando em conta a inflação no período).

Mas o economista considera que 2005 foi um ano de inflexão e que, baseado nos números da próxima pesquisa, pode afirmar que 2006 marcou uma virada. ‘Sempre fui visto como aquele que trazia as más notícias. Com a confirmação desses números, ficaria contente de anunciar que o mercado realmente voltou a crescer’.’

VENEZUELA
Folha de S. Paulo

RCTV deve ser fechada outra vez

‘A Venezuela voltou a mais uma contagem regressiva para o fim das transmissões da emissora oposicionista RCTV, que pode ser vista como canal pago desde a semana passada. Ontem, a direção do canal reafirmou a decisão de não se registrar como uma produtora nacional, como exige a Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações).

Em nota divulgada ontem, o diretor da RCTV Internacional, Marcel Granier, afirmou que o governo quer ‘calar’ a emissora e qualificou a medida de ‘arbitrária e discriminatória’.

O canal também ganhou o apoio da ONG Repórteres Sem Fronteiras, que questionou o fato de o governo venezuelano exigir o registro apenas depois que a RCTV voltou ao ar via TV paga, 49 dias depois de ter perdido a concessão para sinal aberto.

O governo Hugo Chávez afirma que, apesar de ter sede nos EUA, a RCTV Internacional é uma emissora nacional, já que a maior parte de sua programação é feita na Venezuela.

Caso não se registre até quarta-feira, o governo promete tirá-la novamente do ar.’

BULGÁRIA
Folha de S. Paulo

Suspeito por venda de crianças é preso após programa de TV

‘A polícia da cidade de Varna, na Bulgária, prendeu um suspeito de traficar crianças na Europa, após receber uma reportagem da rede britânica BBC sobre a venda e contrabando de crianças.

Hasan Ahmed Hasan, 39, foi preso anteontem. De acordo com a BBC, a gravação mostra Hasan conversando com os repórteres que se passavam por interessados na compra de crianças por 60 mil cada uma. Na reportagem, que foi ao ar na quinta-feira no Reino Unido, Hasan prometia levar os bebês até Londres por um custo adicional.

O suspeito também afirmou ter traficado crianças para a Alemanha e a Noruega. No vídeo, pais e parentes aparecem com as crianças que estariam à venda.

Apesar de ter prendido um suspeito, o chefe da polícia de Varna, Veselin Petrov, afirmou que a reportagem mostrava os acontecimentos ‘de forma preconceituosa’. ‘Não encontramos evidências de que exista uma rede de crime organizado vendendo crianças búlgaras por 60 mil’, afirmou Petrov.

Em resposta, a BBC reafirmou a veracidade da reportagem, feita ‘claramente por interesse público’.

Desde o ingresso na União Européia no início deste ano, a Bulgária sofre forte pressão internacional para combater o crime organizado. (Com agências internacionais)’

TELEVISÃO
Daniel Castro

Por ‘lapso’, Cultura exibe morte trágica

‘A TV Cultura exibiu na edição da última terça do programa ‘Observatório da Imprensa’ imagens chocantes de uma mulher se jogando do alto do prédio da TAM atingido por avião da empresa no dia 17, no maior acidente aéreo do país.

Na semana anterior, veículos nacionais e estrangeiros tentaram obter essas imagens, mas a Cultura afirmou que não as exibiria nem cederia porque as considerou ‘fortes, cuja divulgação não condiz com as normas que devem orientar a prática do jornalismo público’.

Telespectadores protestaram contra a exibição pelo ‘Observatório da Imprensa’, que discutiu a cobertura da mídia do desastre aéreo. O programa, que é gerado pela TVE do Rio de Janeiro, mostrou o corpo caindo do prédio em chamas.

Em nota em seu site, a Cultura lamentou a transmissão. ‘Por um lapso, tais imagens foram geradas inadvertidamente para o Rio de Janeiro e, apesar do embargo determinado pela Cultura, encontraram espaço no ar’, diz o comunicado.

A nota reproduz esclarecimento de Alberto Dines, editor do ‘Observatório’. Ele afirma que fez ‘questão de exibir alguns segundos daquela dramática reportagem’ porque a Cultura ‘fizera uma esmerada cobertura in loco’. ‘Infelizmente não sabia da determinação da direção da Cultura em não exibir certas cenas. Peço desculpas, mas a intenção foi a melhor possível’, escreveu Dines.

VEM AÍ 1

No ar em ‘Paraíso Tropical’, Marco Ricca já está escalado para ‘Queridos Amigos’, minissérie que Maria Adelaide Amaral escreve para a Globo exibir em fevereiro e março. Ele será o jornalista Ivan.

VEM AÍ 2

Ricca contracenará com Tuna Dwek, que interpretará Nancy, secretária que acompanha Ivan em todos os empregos dele. ‘Nancy representa um tipo de secretária que era muito comum nas editoras até 1989, quando fiz meu último trabalho para a ‘Nova Cultural’, diz Maria Adelaide.

LONGA VIDA

A bem-sucedida ‘Vidas Opostas’, da Record, será esticada em mais uma semana. Irá terminar agora em 27 agosto. Terá 240 capítulos.

PORTA DA ESPERANÇA 1

Depois de ter dado um carro para o lutador de taekwondo Diogo Silva, domingo passado, Gugu Liberato volta amanhã a fazer a felicidade de atleta pobre que brilhou no Pan do Rio.

PORTA DA ESPERANÇA 2

O apresentador do SBT promete em seu ‘Domingo Legal’ uma grande ‘surpresa’ para Yane Marques, ouro no pentatlo moderno. A mãe dela teve que vender salgadinhos durante cinco meses para conseguir viajar para o Rio de Janeiro.

AULA MAGNA

Os autores Silvio de Abreu e Gilberto Braga, estrelas da Globo, serão atração da Bienal do Livro do Rio, em setembro. Eles falarão sobre obra literária e processo criativo de novelas na sessão ‘A Arte do Espetáculo: Escrever para TV’.’

Ricardo Bonalume Neto

Plano de cidade hitlerista inspira programa

‘Uma cidade com largas avenidas, margeadas por edifícios imponentes onde reinaria uma burocracia triunfal. Edifícios monumentais feitos para mostrar a glória do partido dominante e intimidar estrangeiros.

Brasília? Não, esses eram os planos do ditador nacional-socialista Adolf Hitler para sua futura capital, Germânia, a ser construída depois de vencida a Segunda Guerra (1939-1945).

O austríaco Hitler (1889-1945) detestava a capital alemã, Berlim, uma cidade cosmopolita com uma população irreverente, onde tivera menos votos que em outras regiões. A futura Germânia seria construída arrasando a velha capital. O ótimo documentário sobre o projeto (que o History Channel mostra amanhã) estima que 100 mil perderiam suas casas.

O arquiteto responsável, Albert Speer (1905-1981), tinha apenas 28 anos quando passou a servir a Hitler. Ele foi uma espécie de ‘cenógrafo’ nazista.

O primeiro grande trabalho de Speer foi criar uma monumental arena para os comícios nazistas em Nuremberg. A inspiração veio da arquitetura clássica greco-romana.

Hitler invejava o poderio da antiga Roma e queria que os monumentos nazistas tivessem a mesma majestade. Por isso, Germânia teria obras baseadas no Coliseu, no Panteão e em arcos do triunfo.

A SUPERCIDADE DE HITLER

Quando: amanhã, às 22h

Onde: History Channel’

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Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

Veja

Terra Magazine

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