Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Governo muda regras para
a classificação indicativa

 

Leia abaixo os textos de quarta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha Online


Quarta-feira, 11 de julho de 2007


CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA
Folha Online


Emissoras de TV não admitem regras, diz especialista


‘Para o sociólogo e professor de comunicação da USP Laurindo Lalo Leal Filho, a movimentação das redes de TV para barrar classificação indicativa na TV aberta é ‘uma demonstração pública do atraso cultural do país’.


Lalo Leal escreveu nesta quarta-feira à Folha Online sobre a liminar em mandado de segurança obtida pelas redes de TV que anula a obrigatoriedade de exibir programas nos horários determinados pelo governo.


Com a decisão, mesmo a programação classificada como imprópria a crianças e adolescentes fica autorizada a ir ao ar em horário livre (antes das 20h).


‘As emissoras de televisão no Brasil, concessionárias de um serviço público (é sempre bom lembrar), não admitem qualquer tipo de regras ao seu funcionamento. Trabalham num vácuo legal e pretendem continuar assim’, afirmou. Segundo ele, a única expectativa agora é que a decisão da Justiça –que é provisória– seja revertida.


‘É inadmissível que algo tão delicado como é a exposição de crianças e jovens a cenas incompatíveis com os respectivos desenvolvimentos físico e mental fique a critério exclusivo dos empresários da comunicação’, disse o professor.


Flávio Cavalcanti Jr., diretor-geral da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV), disse à Folha que ‘as TVs continuarão a fazer o que sempre fizeram’, com critérios próprios para determinar os horários de exibição, e que comunicarão a faixa etária dos programas ‘para que os pais decidam o que o filho deve ver’.


Nesta quarta-feira, a assessoria de imprensa da Abert informou que irá divulgar um comunicado à imprensa.


A decisão judicial, a partir de uma solicitação da Abert, foi assinada pelo ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 18/4. Procurado pela reportagem, o ministro não se manifestou.’


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Agência Estado


Quarta-feira, 11 de julho de 2007


CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA
Mariângela Gallucci


Governo dita regra mais flexível de classificação na TV


‘Brasília – Depois de ser pressionado por emissoras de TV, o governo federal recuou e anunciou hoje regras mais flexíveis para o processo de classificação indicativa da programação televisiva. As emissoras farão a autoclassificação de seus programas e terão de comunicar oficialmente ao Ministério da Justiça. Porém não dependerão mais de uma prévia avaliação do governo para começar a exibir os programas. Durante 60 dias, o ministério fará um monitoramento da programação.


No caso de abusos, a emissora será advertida por duas vezes. Se essa providência não surtir efeito, o ministério mudará a classificação. Se mesmo assim os abusos persistirem, o fato será comunicado ao Ministério Público para que sejam tomadas as medidas judiciais cabíveis. O secretário nacional de Justiça, Antônio Carlos Biscaia, apresentou hoje para os jornalistas os detalhes da portaria que deverá ser publicada amanhã, no Diário Oficial da União. Biscaia afirmou que foram atendidas 18 das 24 reivindicações da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).


A nova portaria mantém a vinculação entre faixas etárias e horários de exibição da programação. Mas o novo texto retira a expressão ‘terminantemente vedado’ que constava nas regras anteriores de vinculação entre faixa etária e horária. O governo deu um prazo de 180 dias para que as empresas adaptem a exibição de programas, adequando o horário à faixa etária.


Classificação


Pela portaria é considerada inadequada a exibição antes das 20 horas de programas classificados como não recomendados para menores de 12 anos. Não deverão ser veiculados antes das 21 horas os programas não recomendados para menores de 14 anos. Segundo a portaria, é inadequado exibir antes das 22 horas os programas não recomendados para menores de 16 anos e antes das 23 horas os não recomendados para menores de 18 anos.


As emissoras de TV por assinatura não estão sujeitas à vinculação faixa etária por horário porque oferecem aos pais e responsáveis dispositivos para bloquear a exibição de determinados programas. Mas as empresas terão de informar a classificação dos programas.’


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 11 de julho de 2007


CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA
Mônica Bergamo


Faxina


‘Pressionado pelas TVs, o governo Lula já decidiu ‘limpar’ partes do texto da lei da classificação indicativa, que passará a valer nesta semana. A frase que dizia ser ‘terminantemente proibida’ a veiculação de um programa em horário diferente do indicado pelo governo, em vigor desde 2000, será tornada ‘sem efeito’. As TVs não precisarão mais enviar previamente programas ao Ministério da Justiça para comprovar que seus conteúdos são compatíveis com o horário em que serão exibidos.


PUXA DAQUI…


Assessores do ministro Tarso Genro, da Justiça, se esforçavam para que ele mantivesse no texto ao menos a indicação de horários para os programas apropriados às crianças, o que contrariava as emissoras.


… ESTICA DALI


Diretores da TV Globo, por sinal, se empenharam pessoalmente na coleta de assinaturas de artistas para o manifesto publicado ontem nos jornais contra o que definiram como ‘classificação impositiva’. O artista plástico Siron Franco, por exemplo, diz que foi procurado pela equipe de ‘Luis Erlanger [porta-voz da Globo]’. Erlanger diz que participou de ‘mutirão’ para a coleta, que envolveu cineastas e atores de teatro.


VIVA AS DIFERENÇAS


A atriz Fernanda Torres diz que não foi procurada, mas que provavelmente ‘não assinaria’ o manifesto. Ela diz não ser a favor do ‘vale-tudo na TV’ mas afirma que leu pareceres que diziam que a proposta abria brechas para o governo ‘punir as TVs’. ‘Não ficou suficientemente claro para mim’, afirma. Curiosidade: Andrucha Waddington, marido de Fernanda, e a mãe dela, Fernanda Montenegro, assinaram o texto.


AMBIENTE


A Presidência da República vai comprar cenários para seus telejornais na Radiobrás. Quer bancada para dois apresentadores, poltronas e ‘sala de estar’ para entrevistados. Gastará R$ 53 mil na compra.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Charme


‘No ‘Miami Herald’, EUA lançam ‘charme à América Latina’. No evento de Karen Hughes, marqueteira de George W. Bush, ele fez ‘um exercício de relações públicas’. Mas quem se saiu melhor foi Condoleezza Rice (abaixo), falando das ‘excelentes’ relações com Brasil, Chile etc. Sobre o Brasil, foco maior do charme, falou de etanol, dos projetos na África, da ‘parceria global’. De como são parecidos, ‘grandes, multiétnicas democracias’. Dizendo-se um produto da ação afirmativa, declarou que ‘é um processo que está só começando na América Latina’.


No editorial ‘Lições latinas’, o ‘Financial Times’ derrubou as esperanças americanas, dizendo que ‘as novas iniciativas são modestas demais e vêm tarde demais para reverter o declínio de sua influência’.


SENTIMENTO


No ‘New York Times’, Larry Rohter abordou ontem, desde o título, como a ‘gafe nos Jogos Pan-Americanos acirra sentimento antiamericano no Brasil’. É ainda a frase escrita por um assessor da delegação americana e destacada pelo jornal ‘O Globo’.


O correspondente ouviu o prefeito do Rio, Cesar Maia, para quem o autor da inscrição ‘marcou um gol para a oposição, num momento em que a imagem dos Estados Unidos é muito impopular’.


CUBA VS. BRASIL


Após conclamar em manchete os atletas cubanos a não perder o segundo lugar para o Brasil, o ‘Granma’ noticiava ontem na home que ‘ministro brasileiro elogia o desenvolvimento esportivo cubano’.


FACTÓIDE


Cesar Maia, em sua ‘newsletter’, questionou artigo de um diretor da Globo, em ‘O Globo’, dizendo que os recursos usados no Pan deveriam ter outra destinação. ‘É pelo menos, digamos… curioso.’


FMI, BIRD E SEUS DONOS


O ‘Le Monde’ ainda dizia ontem que ‘o FMI pode ser dirigido por um não-europeu’, quando o ‘Le Figaro’ bradou, ‘Kahn é o candidato oficial da União Européia’. É o indicado da França, que saiu apesar da ‘resistência’ britânica, segundo o ‘FT’. O ministro britânico Alistair Darling questionou a escolha ‘tirada no café-da-manhã’ e avisou que, ‘antes de decidir quem apoiar, vai ver se outro país apresenta candidato’. Em podcast no ‘FT’, um editor comentou que ‘não haverá uma revolução, ainda não’, até porque ‘os americanos parecem bastante felizes em manter’ a partilha de FMI e Banco Mundial.


De Belo Horizonte, no site do ‘Wall Street Journal’, o secretário do Tesouro, Henry Paulson, deu o seu apoio.


CARNE PROTEGIDA


Na BBC Brasil, ‘Comissária de agricultura quer que a União Européia investigue a carne do Brasil’. Foi após questionamento da Associação Irlandesa de Fazendeiros, afetada pela concorrência.


Do Brasil, o Ministério da Agricultura tripudiou que ‘é normal, os produtores irlandeses têm perdido cada vez mais espaço aos brasileiros’.


E TUDO MAIS


A decisão da comissária saiu após artigos em reação à cúpula Brasil-Europa, como no ‘The Scotsman’, contra o ‘lucro brasileiro em prejuízo de pecuaristas europeus’.


Os ataques foram da carne ao etanol, este por outro grupo de fazendeiros, e à própria liderança brasileira dos emergentes na Rodada Doha, por um novo ministro da França.


TODOS OS OLHOS


O presidente mundial da Telefónica, em meio a um perfil, passou ao ‘FT’ de ontem a notícia de sua oferta de 3 bilhões de euros pela metade da Portugal Telecom na operadora de celulares Vivo. Ecoou ao longo do dia pelos sites de ‘WSJ’, ‘Forbes’ e até da ‘Variety’. Nesta, a explicação de que ‘todos os olhos estão no mercado de telefone celular do Brasil’. No ‘FT’, antes, a explicação de que ‘o Brasil se tornou, no ano passado, o quinto mercado mundial de telefonia celular, passou o Japão’.’


JORNALISMO & POBREZA
Gilberto Dimenstein


Zelador cria laboratório jornalístico


‘QUANDO ERA CRIANÇA , Ademir da Silva Santos sonhava em ser repórter de televisão. Lendo notícias numa bancada improvisada, encenava para os seus amigos um telejornal. ‘Era só um sonho’, lamenta. Por falta de recursos, ele nem conseguiu concluir a 5ª série do ensino fundamental e acabou virando zelador de edifício -atualmente trabalha num prédio da Vila Olímpia, em São Paulo.


Ademir está com 37 anos e voltou a estudar -hoje ele freqüenta um curso supletivo noturno. E foi esse retorno aos bancos escolares que lhe propiciou a retomada do velho sonho de criança: puxado pelas memórias da infância, voltou a fazer um telejornal, agora motivado pela sujeira de sua escola. Sem saber, ele está desenvolvendo um inusitado laboratório de jornalismo, que pode ser disseminado por todo o país. ‘Estou vendo como a comunicação é capaz de mover as pessoas.’


Como zelador, Ademir aprendeu, entre outras coisas, a cuidar da limpeza dos prédios. Por isso mesmo, incomodava-o a sujeira na escola em que se matriculou, a Napoleão de Carvalho Freire, em Moema. ‘Percebi que a sujeira era provocada por uma minoria de alunos.’ Apesar disso, segundo ele, toda a escola sentia aquele descaso como algo imutável.


Nasceu dessa situação o projeto de criar a ‘Napô TV’ (uma abreviação de Napoleão, o nome da escola), com reportagens feitas pelos próprios estudantes sobre a sujeira e a degradação do espaço físico. ‘Não sei muito; o pouco que sei é de tanto ver jornal na televisão.’


Em março, ele pegou sua câmera velha e saiu, de classe em classe, perguntando quem gostaria de ser repórter da ‘Napô TV’. ‘Ninguém acreditou que alguém fosse participar.’ Para piorar, quando a experiência estava começando, a câmera quebrou, e ele teve de patrocinar, com os próprios recursos, um novo equipamento. ‘Não podia parar.’


Os alunos montam a pauta e, depois, saem entrevistando colegas, professores e funcionários da escola para ampliar informações e buscar soluções. As gravações são feitas em fitas VHS e exibidas na sala de vídeo. ‘Gostaria que existissem aparelhos no pátio.’


Como todo o material era feito pelos próprios alunos -e os repórteres se sentiram orgulhosos de produzir o telejornal-, a sujeira revelada na tela teve um impacto especial, medido por inusitadas imagens: alguns estudantes começaram a varrer a sua própria classe, e uma comissão se dispôs a tirar as pichações do banheiro. ‘Já é alguma coisa.’


Imagina que, com mais edições do telejornal, a adesão será ainda maior, especialmente se conseguir aumentar o número de repórteres.


Ademir quer dar mais saltos, envolver mais alunos e melhorar as matérias. Mas, mesmo que não consiga mais recursos para aprimorar o telejornal, Ademir já terá criado uma experiência de ‘educomunicação’ que pode se revelar eficaz até nos centros mais avançados de pesquisa sobre essa linguagem em que se mistura educação e comunicação.


PS – Está no meu site (www.dimenstein.com.br) uma edição do ‘Napô TV’.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Novelas da Globo vivem pior fase em 4 anos


‘Há quatro anos o conjunto das novelas da Globo (‘Malhação’ mais as produções das 18h, 19h e 21h) não amargava um desempenho tão ruim no Ibope da Grande São Paulo.


Levantamento inédito feito pela Folha mostra que a média de audiência das atuais novelas (‘Malhação’, ‘Eterna Magia’, ‘Pé na Jaca’/’Sete Pecados’ e ‘Paraíso Tropical’) só não é menor do que a das produções do quarto trimestre de 2002 e primeiro de 2003 (‘Malhação’, ‘Sabor da Paixão’, ‘O Beijo do Vampiro’ e ‘Esperança’).


Nos três primeiros meses de 2003, as novelas da Globo marcavam média de 29,6 pontos. Na época, a média era puxada para baixo pela novela das oito, ‘Esperança’, que chegou a sofrer intervenção da cúpula da emissora _o autor original, Benedito Ruy Barbosa, foi substituído por Walcyr Carrasco.


No segundo trimestre de 2007, as quatro produções da Globo registraram média de 32,1 pontos. Desta vez, nenhuma desequilibra _todas estão abaixo do ‘trilho’ da Globo.


O segundo trimestre de 2007 é o pior desde 2000. Naquele ano, as quatro novelas (‘Malhação’, ‘Esplendor’, ‘Vila Madalena’/’Uga Uga’ e ‘Terra Nostra’/’Laços de Família’), cravaram média de 32,7 pontos, 0,6 a mais do que agora.


O melhor trimestre da década foi o segundo de 2004 (‘Malhação’, ‘Como uma Onda’, ‘Da Cor do Pecado’ e ‘Celebridade’), com 41,5 pontos.


TV PAGA IRRITA 1


Os fãs de ‘CSI’ terão de esperar até novembro para ver o final da sétima temporada da série. A primeira parte do último episódio foi exibido na última quinta. Amanhã, em vez da segunda parte, o canal Sony exibirá reprise da temporada.


TV PAGA IRRITA 2


O Sony esclarece que cumpre determinação dos produtores de ‘CSI’. Informa que a segunda parte do último episódio da sétima temporada é o início da oitava. Isso também ocorreu nos EUA, onde esse truque é chamado de ‘cliffhanger’.


NEGATIVO


O ‘Fantástico’ está em crise. Domingo, marcou apenas 21,3 pontos. Essa era a audiência que dava em fevereiro de 2002, quando tinha a concorrência de ‘Casa dos Artistas’ (SBT).


TRAÇO CRUEL 1


Com quase três meses no ar, a TV JB (ex-CNT) já passa por dificuldades. Sua média diária na Grande São Paulo, onde seu sinal aberto é muito ruim, tem sido de apenas 0,1 ponto _ou seja, traço absoluto.


TRAÇO CRUEL 2


A primeira ‘vítima’ da crise foi Clodovil Hernandes, que está doente. ‘[Clodovil] Está sendo demitido por não ter condições de apresentar programa’, disse ontem José Roberto Sanseverino, diretor de produção.


FESTA NA COZINHA


A Justiça Trabalhista paulista leva a leilão hoje mil CDs ‘Ana Maria Braga Apresenta Festa na Cozinha’, de 2001. Mas a apresentadora é inocente. Trata-se de uma ação trabalhista movida por uma funcionária de loja de discos.’


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Atriz é trunfo do 2º ano de ‘Life Begins’


‘Em março passado, fomos apresentados à dona-de-casa inglesa Maggie Mee, protagonista da série ‘Life Begins’, no momento em que o marido, entediado, desertava a relação.


Quatro meses depois, neste começo de segunda temporada -que o Eurochannel mostra hoje, às 21h-, a separação é trauma já superado, a carreira profissional vai bem (ela recebe uma promoção na agência de viagens em que trabalha) e a recente festa-surpresa por ocasião de seus 40 anos foi um afago à sua auto-estima.


No front afetivo, entretanto, o tal (re)começo do título se dá a passos lentos. Depois de ter acordado de uma noitada com um garotão no travesseiro ao lado (no meio do primeiro ano), Maggie agora flerta com Paul, professor de história de um dos filhos. O casal tem tudo para deslanchar, mas Phil, o desertor, volta à cena com o rabo entre as pernas, o emprego a perigo e determinado a reconquistar a ex.


Produzida no modelo tradicional inglês (seis a oito episódios por temporada, tom radicalmente oposto ao histrionismo padrão da sitcom americana), a série tem na performance de Caroline Quentin (Maggie) o seu maior trunfo. Na Inglaterra, três temporadas foram gravadas e existe a possibilidade (remota) de que uma quarta seja realizada. (LN)


LIFE BEGINS


Quando: hoje, às 21h


Onde: Eurochannel’’


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 11 de julho de 2007


TELEVISÃO
Leila Reis


Malu Mader revela por que é dura na queda


‘Depois de três anos fora do vídeo, Malu Mader encara o desafio de interpretar Eva, em Eterna Magia, que, como ela foi obrigada na vida real, enfrenta um tumor no cérebro. Nesta entrevista exclusiva ao Caderno 2, a atriz conta que os autores da novela até ofereceram a possibilidade de mudar a doença da personagem, mas ela recusou. Com 41 anos de idade e 25 de carreira, Malu é casada com o músico e escritor Tony Bellotto, mãe de Antonio e João (10 e 12 anos), e se prepara para o casamento da enteada Nina (25). E diz que não se importa com a questão do envelhecimento: ‘Tenho coisas maiores com que me preocupar.’


É verdade que o público não gosta de você no papel de má e por isso Eva está deixando de ser vilã?


Como deram a Eva um tumor no cérebro, acho que a intenção não era fazê-la muito má. Porque quando uma pessoa chega perto da morte, ela muda, torna-se espectadora do mundo, acha tudo lindo, mas não se sente participando dele. Quando adoece, Eva se fragiliza, dá uma desesperada.


Ela vai se recuperar?


Não sei dizer, pois não confio mais em sinopses. Estou mais do que convencida de que novela é uma obra aberta e, por isso, a gente deve encará-la como um navio que parte sem rumo. A melhor coisa para o ator é ir para uma novela como vai para a vida, sem saber o que vai acontecer. É como faço.


Como é interpretar uma personagem com um problema de saúde igual ao que você sofreu?


Silvio de Abreu e Elizabeth Jihn vieram me perguntar, de forma muito constrangida, se eu teria problemas e até ofereceram a possibilidade de repensar a doença da personagem. Fiquei bem mexida na hora, mas falei que tudo bem.


Como a doença te marcou?


Foi muito difícil, pensava, será que ainda sei decorar um texto?


O que você espera desse papel?


Elizabeth é maluca no texto, me surpreende quando recebo um capítulo, como aconteceu hoje, e vejo que inverteu as personagens. Quer ver? Eva chega a Serranias com o marido e a filha para o casamento da irmã (Maria Flor) e é muito bem recebida. Nina é falsa, porque ainda não perdoou Eva por lhe tirar seu grande amor. Mais ou menos como a irmã era.


Você não tem vilãs em sua carreira?


Não, fiz algumas anti-heroínas, como a Vanda, de O Mapa da Mina, que implorei ao (autor) Cassiano Gabus Mendes para me deixar fazer, porque eu nunca tinha tido um papel cômico. Queria contracenar com Luiz Gustavo, Nair Belo e Pedro Paulo Rangel. Foi ótimo fazer uma personagem amoral.


Não é bom ser a protagonista?


Claro que é, mas é o tipo do papel que aprisiona na medida em que tem de acabar com o protagonista.


Como é fazer novela das 6, depois de reinar na das 8?


Para mim foi muito bom, o mais sensato. Depois que eu operei a cabeça, andei bastante reclusa, não queria saber de eventos, festas, de sair de casa. Claudia Abreu, que faz Faculdade de Filosofia, até me deu um texto sobre convalescença, porque era por isso que eu passava. Ao voltar em uma novela das 6, achei que não seria tão cobrada. Diferentemente da novela das 8, que é um acontecimento brutal, pois não existe ninguém que não assista.


O que você fez nos três anos em que se convalesceu?


Li muito, fiquei bastante com meus filhos, fiz vários cursos de culinária, de francês, de tênis, estudei piano.


A oscilação da audiência de Eterna Magia preocupa?


Sem querer ser arrogante, essa não é uma preocupação dos artistas que fazem a novela. O que importa é garantir a integridade da obra, para isso a gente se empenha, dá duro. Ulisses Cruz chamou um elenco impecável, formado por atores experientes e jovens atores bem preparados, estudiosos.


Essa é uma crítica à contratação de modelos?


Não sou corporativista a ponto de criticar, mas acho que o argumento tem de justificar a contratação de não atores.


Qual é seu melhor papel na vida?


Eu queria muito que fosse o de mãe, porque eu sempre quis muito. Mas acho que fui ser atriz porque queria ser muita coisa ao mesmo tempo: cantora, paisagista, etc.


E o grande projeto?


Escrever e dirigir um filme, mas não sei se tenho capacidade para isso. Tenho uma fantasia autoral, penso em fazer uma série para televisão.


Como você lida com o envelhecer?


Sou preocupada com coisas mais graves. Li notinhas dizendo que o Werner Schunemann não tem idade para ser meu pai na novela e outras bobagens, mas isso não me pega. Tenho coisas maiores com que me preocupar.


Como você lida com a imprensa?


Sou muito dividida, tenho uma relação de raiva e de amor. Não gosto de revista de celebridade, mas gosto muito do Estadão, sou uma leitora voraz do jornal mesmo morando no Rio de Janeiro.’


Keila Jimenez


Mais testes na Band


‘Rede seleciona agora estrela country


A Band virou uma central de testes. Depois das audições para selecionar o elenco de Dance Dance Dance, sua próxima novela, a emissora realiza uma bateria de testes para escolher as candidatas ao reality show Countrystar, que, como o próprio nome diz, escolherá uma cantora country.


A emissora, que recebeu mais de 1.800 inscrições, vindas de todo o País, divulga hoje a lista das 139 pré-selecionadas, escolhidas com base no talento vocal e na aparência, uma vez que a seleção foi feita por meio de análise de vídeos e fotos. Na terça-feira sairá mais uma seleção e no dia 21, será a vez da ‘peneira’ na frente dos jurados do programa: o produtor musical Rick Bonadio, a mulher do cantor Zezé de Camargo, Zilú, e o maestro Bozzo Barretti, produtor de artistas como Bruno e Marrone e Leonardo. Essa seleção já será exibida pela Band, bem ao estilo American Idol.


De 30 a 50 candidatas devem participar da fase de seleção exibida na atração. A eleita ganhará um contrato com a Universal Music para gravar um disco.


Countrystar estréia no dia 3 e vai ao ar durante o Terra Nativa, nas noites de sexta-feira.’


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