Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Governo tenta despejar diário de área residencial

A Assembléia Legislativa do estado de Bolívar, na Venezuela, determinou, em relatório de 19/5, que a companhia responsável pela publicação do diário Correo del Caroní conseguiu ilegalmente a propriedade onde funciona o jornal há 29 anos. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas [25/5/06] teme que a acusação seja uma tentativa de silenciar a publicação, em represália a sua cobertura sobre corrupção no governo local.

Segundo as autoridades, o edifício ficava em uma área sem permissão para atividades comerciais, e por isso a venda para a editora Roderick não teria sido válida. A Assembléia pediu para que o prefeito da cidade de Caroní, Clemente Scotto, demolisse o prédio e revogasse a licença comercial do jornal. O porta-voz do governador Francisco Rangel Gómez, David Medina, afirmou ao CPJ que foi feita uma investigação de dois meses depois que dois moradores da região reclamaram que o Correo del Caroní estava ocupando a propriedade ilegalmente.

Calar as críticas

Representantes do jornal dizem que têm documentos que provam que o edifício foi comprado legalmente. Eles afirmam também que a investigação é parte de uma campanha liderada pelo governador para calar as críticas do diário ao governo local. Um dos diretores do Correo diz que, três dias antes da queixa ser apresentada, Rangel Gómez avisou que o governo planejava investigar a apropriação ilegal do local.

O governo nega que a ação tenha sido uma tentativa de amordaçar a publicação. A decisão final deverá ser tomada pelo prefeito Scotto, que afirmou ao CPJ que ainda não havia recebido o relatório com as queixas.