Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Governo de Israel critica cobertura da BBC

O ministro do Exterior de Israel está sofrendo pressão de cidadãos do país que exigem a retomada do boicote à BBC e a apreensão de credenciais de imprensa para jornalistas da corporação britânica devido às reportagens tendenciosas em prol do Hezbollah.

Em 2003, o governo israelense boicotou programas de notícias da BBC, negou-se a dar entrevistas e excluiu seus jornalistas de coletivas de imprensa. O boicote só terminou quando a emissora criou um conselho supervisor da cobertura no Oriente Médio para garantir equilíbrio jornalístico.

Diplomatas israelenses afirmaram novamente que a BBC não está cobrindo o conflito iniciado há pouco mais de um mês com a isenção necessária, chegando a sugerir que a corporação parecia estar trabalhando em nome do Hezbollah’. Em coluna do Times de 24/7, o articulista Stephen Pollard escreveu que um programa da BBC parecia ter sido escrito pelo líder do Hezbollah Hassan Nasrallah. ‘A cobertura da BBC tem sido excessivamente parcial, com apresentadores e repórteres editorializando contra o que chamam de ‘ataques israelenses ao Líbano’’, afirmou Pollard.

Miri Eisen, que deve assumir o cargo de porta-voz do primeiro-ministro Ehud Olmert no dia 20/8, disse que a BBC é ‘a única emissora de notícias internacional em língua inglesa hostil a Israel em todos os quesitos’. Miri, segundo reportagem de Gil Hoffman [The Jerusalem Post, 10/8/06], disse que a cobertura da BBC ao conflito iniciado em 12/7 foi equilibrada na primeira semana do conflito, mas quando os âncoras saíram de Haifa para Beirute, as reportagens passaram a se equiparar às produzidas pela al-Jazira e al-Arabiya.

De sua parte, a BBC enviou um comunicado em que afirmou que seu dever é ‘prover reportagens e análises independentes de todas as perspectivas’, de forma que a audiência ‘possa entender o que está acontecendo no mundo’.