Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Ícone do jornalismo britânico morre aos 94 anos

Morreu na sexta-feira (17/8), em Kent, na Inglaterra, o jornalista Bill Deeds. Ex-ministro e editor do Daily Telegraph, Deeds, de 94 anos, morreu duas semanas depois da publicação de sua última coluna no diário. ‘Poucos serviram ao jornalismo e à população britânica por tanto tempo com tanta distinção e tanta popularidade’, afirmou o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown. Aidan Barclay, presidente do Telegraph Media Group, descreveu Deeds como um ‘gigante entre os homens, uma grande figura do jornalismo, um ícone na política britânica e um humanitário nato’.

Correspondente, político, personagem

Educado em uma das mais caras escolas britânicas, William Frances Deeds começou a trabalhar no jornal Morning Post – que posteriormente seria incorporado ao Daily Telegraph – aos 18 anos. Em 1935, foi enviado à então Abissínia (hoje Etiópia) para cobrir a luta das forças italianas de Benito Mussolini. Na ocasião, conheceu o escritor Evelyn Waugh – que, no livro Furo! (Scoop, no original), sátira da indústria jornalística britânica publicada em 1938, representou Deeds como o ingênuo jornalista William Boot, enviado ao exterior por engano para cobrir uma guerra.

Depois de servir na Segunda Guerra Mundial, Deeds se tornou político, ocupando um lugar no parlamento, pelo Partido Conservador, até 1974. O jornalista foi editor do Telegraph de 1974 a 1985, e se tornou membro da Câmara dos Lordes em 1986. Nos últimos anos, ele ainda cobria assuntos internacionais – viajando a países como Sudão e Etiópia – e era um grande defensor da campanha da princesa Diana contra minas terrestres. Sua última coluna, em 3/8, comparava a situação da conturbada região de Darfur, no Sudão, com os horrores da Alemanha nazista. Informações da AFP [17/8/07].