Tuesday, 19 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1279

Indústria enfrenta nova ameaça de greve

Os estúdios cinematográficos e televisivos de Hollywood não chegaram, na semana passada, a um acordo com o Screen Actors Guild, maior sindicato de atores dos EUA. O acordo anterior sobre os contratos dos atores expirou em junho. Sem chegar a um consenso, os contratos para filmes, comerciais e programas de TV permanecem em uma espécie de limbo.

A Aliança dos Produtores de Filmes e Televisão, organização que representa os estúdios, acusa o sindicato dos atores de exigir mais benefícios do que os obtidos por roteiristas, diretores e atores representados por outros sindicatos. ‘O adiamento de um acordo razoável presta um desserviço às milhares de pessoas da indústria que já estão sendo ameaçadas pela possibilidade de uma greve’, declarou a Aliança, que havia feito uma ‘proposta final’ na semana passada.

Os estúdios já negociaram um acordo com a Federação Americana de Artistas de Televisão e Rádio, segundo maior sindicato do país, que representa 70 mil profissionais. O Screen Actors Guild representa 122 mil atores de TV, cinema e mídias digitais. Cerca de 40 mil atores filiados aos dois sindicatos sofreram com o lobby do Screen Actors Guild para que não apoiassem o acordo da Federação com os estúdios.

Pacote

A Aliança ofereceu ao sindicato um pacote que representaria US$ 250 milhões em pagamentos adicionais aos atores pelos próximos três anos. Mas, segundo Paul Allen, diretor executivo do sindicato, o valor divulgado é ‘altamente inflado’. O Screen Actors Guild quer ainda participação aos atores na venda de DVDs, algo que nem roteiristas, diretores e atores de sindicatos menores conseguiram.

A Aliança e o Screen Actors Guild deram início às negociações em abril, mas as conversas foram suspensas em maio sem um acordo final. Os produtores passaram então a negociar com a Federação, e um acordo foi concluído no fim de maio. Mesmo sem chegar a um consenso, as duas partes dizem que querem evitar uma greve como a dos roteiristas, que congelou Hollywood por 100 dias no fim do ano passado. Informações de Caitlin Fitzsimmons [Guardian.co.uk, 11/7/08] e de Lynn Elber [AP, 12/7/08].