Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Lei deve limitar atuação estrangeira

A Rússia pode vir a limitar o investimento estrangeiro em editoras, provedores de internet e companhias de mídia eletrônica, consideradas estratégicas para o país. O parlamento russo debate este mês uma controversa lei que visa diminuir a influência estrangeira em setores do mercado russo considerados sensíveis à economia nacional.


De acordo com o rascunho, uma companhia estrangeira precisaria de permissão de um comitê governamental especial para comprar determinada parcela de uma empresa russa de um setor considerado estratégico. ‘Nós precisamos defender nosso espaço público das empresas estrangeiras, que podem vir a tomar posições dominantes [no mercado]’, afirmou Martin Shakkum, líder do comitê do parlamento responsável pela preparação da nova lei.


Liberdade


Em seus oito anos de governo, o presidente Vladimir Putin manteve rígido controle sobre os canais de televisão russos e outros grandes veículos de mídia. Para se ter um exemplo de como funciona este controle, basta observar a companhia estatal de gás Gazprom, dona do canal de TV nacional NTV, do jornal Izvestia e da estação de rádio Ekho Moskvy. Veículos menores e a internet gozavam, até então, de relativa liberdade se comparados aos meios controlados pelo Estado ou por empresários aliados ao governo de Putin.


Por causa desta liberdade, companhias internacionais passaram a mirar nestes veículos de olho no crescente mercado publicitário russo. Desta forma, o grupo sueco Modern Times possui 40% da companhia de televisão CTC Media; o finlandês SanomaWSOY é dono da editora que publica o diário financeiro Vedomosti; o grupo norueguês Telenor é um dos donos da operadora de celular Vimpelcom, que fornece serviços de internet no país.


O governo pretende ampliar a lista de setores estratégicos para controlar toda a mídia de massa e a internet, afirmou uma fonte governamental à agência de notícias Reuters. Segundo ela, o número de setores no rascunho deve chegar a 45. A Duma (Câmara Baixa do parlamento) aprovou o rascunho em setembro de 2007, dois anos após Putin ordenar uma legislação que definisse de forma mais clara as regras para o investimento estrangeiro no país. Informações da Reuters [6/3/08].