Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Lei pode levar telespectadores desavisados à cadeia

O governo do Irã enviou ao Parlamento uma lei que torna mais duras as punições aos cidadãos que assistem a emissoras de TV por satélite curdas. O país já contava com uma proibição de alguns canais por satélite, com multas impostas a seus telespectadores. Se a nova lei – criada sob instrução do presidente Mahmoud Ahmadinejad – for aprovada, pessoas que forem pegas assistindo a determinadas emissoras serão sujeitas a multas maiores e poderão pegar de três a seis meses de prisão. Azeris que vivem no Azerbaijão do Sul, em território iraniano, que forem flagrados assistindo a emissoras de oposição também poderão enfrentar a cadeia.


Funcionários governamentais já teriam começado a recolher antenas de satélite em algumas regiões do Irã, incluindo Mahabad, cidade histórica do nacionalismo curdo, com grande população curda.


A manobra governamental foi anunciada depois que os partidos curdos Partido Democrático do Curdistão (KDP-I) e o comunista Komala passaram a fazer transmissões através dos canais por satélite Rojhelat e Tiskh, ambos sediados na Suécia. De acordo com a agência de notícias Dogan, a Tiksh TV, que começou a transmitir em fevereiro a pedido do secretário-geral do KDP-I, Mustafa Hicri, tem o objetivo de se tornar a voz da ala militar do partido. O governo também expressou preocupações com a Roj TV, que transmitiu boletins informativos sobre as atividades do Partido da Vida Livre do Curdistão (PJAK).


Minorias étnicas


O nada democrático governo do Irã teme que minorias étnicas como os árabes, os azeris, os baluchis e os curdos tentem dividir o país. Na década de 1940, curdos e azeris tentaram estabelecer estados próprios. A ‘República Democrática do Azerbaijão’, em Tebriz, e a ‘República de Mahabad’ foram destruídas pelo Exército iraniano. Informações de Vladimir van Wilgenburg [KurdishMedia.com, 12/5/06].