Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Matthew Lee, um blogueiro na ONU

Matthew Lee é o único blogueiro na Organização das Nações Unidas com credencial de jornalista, o que lhe garante um escritório gratuito e acesso a comunicados e coletivas de imprensa. A ONU é uma das poucas instituições de grande porte a permitir que blogueiros que não trabalham para a mídia tradicional façam parte do corpo permanente de imprensa da entidade – formado por 200 correspondentes em tempo integral e 1.500 jornalistas com credenciais permanentes.

A participação de blogueiros em grandes eventos não é novidade nos EUA. Já em 2004, os partidos Democrata e Republicano permitiram que alguns deles cobrissem as convenções eleitorais. Mas, na ONU, a questão é relativamente nova, em parte, ao que parece, porque debates sobre política internacional costumam receber pouca atenção do público americano. ‘Os blogueiros nos EUA estão mais preocupados com a política nacional’, sentencia Lee. Segundo ele, seu sítio Inner City Press recebe cerca de 290 mil visitantes por mês.

Desafios

Mas blogueiros podem de fato ser considerados jornalistas e obter o mesmo espaço dos profissionais de imprensa? Além de Lee, a ONU havia concedido credencial a um outro blogueiro, o consultor de políticas energéticas aposentado Pincas Jawetz, de 73 anos. A experiência não foi das melhores: Jawetz foi expulso no mês passado por atrapalhar excessivamente as coletivas de imprensa com perguntas sem pertinência.

Stéphane Dujarric, do setor de credenciamento da ONU, afirma que as normas para credenciamento de blogueiros ainda estão sendo elaboradas. O objetivo é encontrar um equilíbrio entre padrões profissionais, de segurança e de abertura com o crescente interesse de jornalistas online. ‘A nova mídia é definitivamente um desafio para todas as organizações que pedem credenciamento para jornalistas e eu acho que estamos indo bem em cumprir este desafio’, diz. ‘Nossa prioridade é garantir um ambiente aberto a jornalistas que estão fazendo seu trabalho’.

Para os interessados que não têm credencial – sejam jornalistas profissionais ou jornalistas-cidadãos – a ONU posta transcrições e transmissões ao vivo em seu sítio. Informações de Maria Aspan [The New York Times, 30/4/07].