Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Mídia britânica de olho em público americano

Um artigo publicado no sítio Times Online, dos jornais londrinos The Times e Sunday Times, sobre as ex-namoradas de Fred D. Thompson, ex-senador americano e provavelmente candidato republicano à presidência, atraiu 200 mil visitantes na segunda-feira (2/7). Três quartos deles acessaram o sítio dos EUA.


Os dois jornais não são os únicos a atrair uma grande quantidade de americanos. O sítio do Guardian apresenta fenômeno semelhante e as páginas do Independent e do Daily Mail atraem mais internautas dos EUA que do Reino Unido, segundo a comScore, que monitora o tráfego na rede. Mais da metade da tiragem de 1,2 milhão da revista Economist está nos EUA, e apenas 170 mil cópias são vendidas no Reino Unido. A edição americana do Financial Times registrou venda de 147 mil exemplares em maio, mais que os 142 mil vendidos juntos no Reino Unido e na Irlanda.


Uma explicação para esta tendência é que a audiência americana chega aos sítios via buscadores, ao contrário dos britânicos, que vão direto às home pages dos jornais. Além disso, a mídia americana vem, há alguns anos, reduzindo sua cobertura internacional, ao mesmo tempo em que o público se interessa cada vez mais por questões globais, buscando informações sobre, por exemplo, conflitos no Oriente Médio. ‘Nós temos um nível de debate e informação que não é encontrado na mídia americana’, diz Anne Spackman, editora do Times Online. O sítio da BBC – que contabiliza mais de nove milhões de visitantes únicos por mês na América do Norte – é um dos mais procurados por americanos que querem outra perspectiva de eventos mundiais.


Novos investimentos


Com o público americano se mostrando aparentemente interessado na mídia britânica, os jornais do Reino Unido têm, por sua vez, se empenhado em tentar atrair leitores e anunciantes dos EUA, expandindo sua cobertura da política e cultura americanas.


O Guardian, por exemplo, planeja lançar um sítio destinado aos 2,5 milhões de usuários que acessam mensalmente seu sítio de território americano, a ser batizado de Guardian America. O Times Online já criou um sítio global, diferente da edição britânica. No ano passado, o Times também lançou uma edição impressa nos EUA, para distribuição limitada na Costa Oeste, como ferramenta de marketing para seu sítio, diz Anne. Informações de Eric Pfanner [The New York Times, 2/7/07].