Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Mike Barnicle volta a escrever para Boston, mas não no Globe

O colunista americano Mike Barnicle, que trabalhou por mais de 20 anos no Boston Globe, vai voltar a escrever na imprensa de Boston, mas, desta vez, no rival Boston Herald. Ele saiu do Globe em 1998, após reproduzir 10 passagens de texto sem atribuí-las a seu criador, o comediante George Carlin. Já vinha trabalhando sob pressão desde 1995, quando escreveu coluna sobre dois doentes de câncer cuja existência não pôde comprovar posteriormente. Há cinco anos, vinha contribuindo para o New York Daily News, mesmo continuando a viver na região de Boston. O fator decisivo para sua contratação pelo Herald, segundo The New York Times [9/3/04], é a saída do editor Andrew Costello do jornal. No cargo há muitos anos, já havia dito publicamente que não pensava em contratar Barnicle. O colunista, que hoje tem 60 anos, era criticado por alguns de seus colegas de Globe pela pouca preocupação com a precisão jornalística. Às vezes, escrevia textos sem mencionar o sobrenome de seus personagens. Ele mesmo admite que os padrões hoje estão mais rígidos: ‘Você podia dar apelido a eles. Não precisava descrever a cor de seu cabelo e o tamanho de seus sapatos’, disse certa vez, relembrando o início da carreira.



Crítico fictício encara realidade dos tribunais

A liberdade de expressão não pode ser pretexto para propaganda enganosa, de acordo com decisão da justiça californiana publicada no fim de fevereiro, sobre caso que envolve a Sony Pictures. Em 2001, a revista Newsweek descobriu que o crítico de cinema David Manning, que o estúdio usava em propagandas, elogiando seus filmes, era fictício. Sentindo-se enganados, cinéfilos americanos entraram com processo. A companhia tentou argumentar que estaria usando seu direito de expressar idéias livremente, de acordo com a Primeira Emenda constitucional americana. A Sony perdeu em primeira instância e também não convenceu a corte de apelação. Seus advogados agora estudam recorrer em instância superior, como informa The New York Times [8/3/04].