Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Náusea do caleidoscópio de rinhas

Certo dia amanheceu no meu quintal um galo machucado que se manteve empertigado e imóvel, próximo a uma árvore. Não sei se fora atraído pela sombra ou pela companhia de algo que ainda se mantivesse digna e tranqüilamente de pé, ou porque, no final, todos os galos de briga sonhem em ser uma árvore…


O fato é que a profunda desolação desse visitante veio avivar uma reflexão sobre a simbologia do galo de briga em meio aos questionamentos que podem ser lançados sobre o tom do que entra e sai da imprensa no ápice da crise e suas diversas facetas, a começar pela reincidente pergunta ‘que país é este?’, náuseas e sensações existencialistas que nos fazem lembrar do centenário de Sartre [Alves, Cauê. Sartre nos trópicos].


A linguagem figurada, simbólica, teve na mídia o espelhar de certa vastidão escatológica de atos e feitos. Engendra a hipótese de que possamos responder à pergunta de Renato Russo, com a suposição de nos correlacionarmos aos estudos sobre Bali, pequena ilha da Indonésia, e seus aldeões: ‘cabeças vão rolar’, ‘nocaute’, ‘beijou a lona’, ‘caiu’, ‘vísceras expostas’, ‘quebrou a coluna vertebral’, ‘cortar na carne’, ‘saravá!’, ‘lama’, ‘sangrar aos poucos’, ‘sangrar ao máximo’, são algumas entre tantas expressões reveladoras de uma espécie de ‘transe das rinhas’, expresso em jornais e revistas, acompanhado pelo que muitos qualificam como uma chance de catarse e análise do jornalismo [Alberto Dines no Observatório], sua magnificência [Luft, Lya. ‘A revolução da decência’. Veja, São Paulo, ed. 1913, 13 de julho de 2005] e a abertura para uma oportunidade histórica [Jabor, Arnaldo. ‘A crise é uma oportunidade histórica’. O Globo, Rio de Janeiro, Segundo Caderno, pág. 10, 12 de julho de 2005].


O intrincado relato do antropólogo Clifford Geertz sobre as brigas de galo traz, no seu início, a descrição de como ele e sua esposa eram tratados com total distanciamento pelos habitantes de uma aldeia balinesa, criaturas que não lhes dirigiam olhares ou palavras, como se fossem ‘não-pessoas, espectros, criaturas invisíveis’ [Geertz, Clifford. A interpretação das culturas. Rio: LTC, 1989. ‘Um jogo absorvente: notas sobre a briga de galos balinesa’ (cap. 9).]. A indiferença transformou-se em calorosa receptividade a partir do momento em que ambos correram da polícia, junto com os aldeões que se encontravam em uma rinha de briga de galos, quando as autoridades com suas metralhadoras em punho apareceram para reprimir a ilegalidade do ‘jogo’ e das ‘apostas’. O sábio da aldeia explicou-lhes o porquê de terem passado a existir para os demais: o fato de não terem optado por apresentar suas credenciais aos policiais, escolhendo fugir e se esconder como todos o fizeram; ‘em Bali, ser caçoado é ser aceito’.


Choro e diversão


A cumplicidade na contravenção, desse contexto balinês, pode nos ajudar a entender o status adquirido por Roberto Jefferson e o fato de a maioria dos votantes da IstoÉ online achar que o deputado não deve perder seu mandato [‘Bandido ou mocinho?‘]. Herói (‘Sabung, palavra correspondente a galo, é usada de forma metafísica com o significado de ‘herói’, ‘guerreiro’, ‘campeão’, ‘homem de valor’, ‘candidato político’, ‘solteiro’, ‘dândi’, ‘dom-juan’ ou ‘cara durão’’) momentâneo de uma rinha, serviu também como uma espécie de estopim da astúcia de desdenhar, que reincide na infografia de algumas revistas ao vestirem tais personagens de uma aura de ficção, de charge ou desenho animado, como se fossem Os (nossos) incríveis [Cunha, Luiz Cláudio. ‘CPI em guerra’. IstoÉ, São Paulo, 13 de julho de 2005, n° 1.865], espécie de síndrome Chico Caruso ou Casseta & Planeta, e, ao caçoá-los, pudéssemos aceitá-los melhor, sem nos sentir estrangeiros em nosso próprio país, ou a nós mesmos [Bourrier, Any. Entrevista/Julia Kristeva. ‘O inferno está dentro de nós’. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, Idéias/Livros, 23 de abril de 1994]. A histeria de humor distribuída via e-mail é um outro fenômeno da interseção, amálgama, entre as editorias de política e polícia e, talvez, a forma de melhor digeri-lo.


Entre muitos que se dedicam à escrita, esse contágio de deleite do sarcasmo, especialmente entre os colunistas, resultou em crescente incontinência ou premência de blogar (nem sempre com ou para os seus leitores, às vezes com os seus próprios esporões), o que conduzirá, talvez, algumas publicações a uma novo mix de identidades (o próprio Hugh Hewitt admite que ‘infelizmente, o estilo sem fôlego dos blogs – muitos dos melhores operam num virtual ‘tempo real’ – prejudica sua leitura’) [Estenssoro, Hugo. ‘Blogs: o quinto poder. Primeira Leitura, edição 1.500, 10 de julho de 2005].


‘Ver um petista chorando é uma diversão’ [Mainardi, Diogo. ‘Sai, Lula, sai’. Veja, São Paulo, ed. 1913, 13 de julho de 2005.]; ‘PT cueca cu PT eca peteca te peca cloaca’ [Azevedo, Reinaldo. Cueca, literatura e política: a cueca segundo Machado de Assis, Dalton Trevisan, Graciliano Ramos, Rimbaud, Lênin e Proust, dentre outros. Primeira Leitura, edição 1501, 11 de julho de 2005], e também usou, entre outros estilos de autores renomados da literatura brasileira, a forma poética de um haikai: ‘Cueca e dinheiro/o outono da ideologia/do vil companheiro’. Essa matéria tinha no início os dizeres ‘vamos brincar um pouco’ e, no final, ‘depois eu brinco mais’, o que foi posteriormente suprimido do site, na primeira página de Primeira Leitura (têm excelentes textos e timing, dia e noite). Para quem chegasse a esse espaço pela primeira vez, pensaria que a pena estava com um dos colunistas mais lidos de O Globo, Agamenon Mendes Pedreira.


Ódio platônico


No caso de Diogo Mainardi, há um distanciamento balinês frente às individualidades que constituem o coletivo petista – muitas pessoas que construíram sua história com honestidade, trabalho, boas idéias e feitos, e dedicação às suas crenças e valores (e talvez estejam entre os assinantes da revista) –, e isso seria mais ressaltado se trocássemos o termo ‘petista’ por ‘judeu’, ‘negro’, ‘argentino’ e outras palavras que em dado momento tiveram ou têm a conotação de ‘impregnadores de anonímia’ das partes de um coletivo, em muitos contextos, historicamente vilipendiados.


Geertz: ‘‘A poesia nada faz acontecer’, diz Auden em sua elegia a Yeats, ‘ela sobrevive no vale de suas palavras… na forma de acontecer, numa boca’. A briga de galos também, neste sentido coloquial, nada faz acontecer. Os homens prosseguem humilhando alegoricamente a um e outro e sendo humilhados alegoricamente por um e outro, dia após dia, regozijando-se tranqüilamente com a experiência quando triunfam, esmagados um tanto mais abertamente se não o conseguiram. Mas não se modifica realmente o status de ninguém’. A última afirmação vale para os donos de galos balineses, mas, nas redações, a pergunta do fim do dia seria sobre as performances individuais, se foram homens, galos, rinhas ou penas, porque o status das pessoas, seus nomes, dignidade, honra, imagem – em função de narrativas de imprensa – muda (muito) conforme o que se enuncia. Melhor é ser homem, ser gente, e pena que, com a sua insustentável leveza de ser, sobe e vê as ocorrências e cenários de cima, em plongé, antes de aterrissar no terreiro mundano das rinhas – que ta plume veille sur toi – frase de despedida em chat na internet. Como devem ser difíceis os dias do jornalismo investigativo em meio ao sucedâneo de denúncias. O ‘tirar o chapéu’ de Lya Luft também tem o seu lugar.


Surgem as oportunidades de entregar-se ao transe das rinhas, do qual o próprio Geertz parece não ter escapado:




‘Na maioria das vezes, porém, os galos atiram-se imediatamente um ao outro, batendo asas, estirando a cabeça e batendo com os pés, numa explosão de fúria animal, tão pura, tão absoluta e, a seu próprio modo, tão bonita que até parece abstrata, um conceito platônico de ódio’.


Desestabilizar, não


É o momento do avesso ou pêndulo no direcionamento dos versos de ‘Geni e o Zepelim‘ [Pinto, Marcos Barros. ‘Mídia é a nova Geni’. Observatório da Imprensa. 29 de julho de 2003]; a oportunidade de a mídia descer o verbo ao redigir as ‘veias abertas da política brasileira’. Ouvi um senhor na banca de jornais dizer: ‘A imprensa vai acabar com eles’. A voz dessa pessoa anônima ganha identidade e merece ausculta, na entrevista de Wanderley Guilherme dos Santos a Maurício Dias – antes de significativas débâcles:




‘CC: O senhor se refere à capacidade de formar marolas?


WGS: Marolas, não. Grandes furacões. A grande imprensa levou Getúlio ao suicídio com base em nada; quase impediu Juscelino de tomar posse, com base em nada; levou Jânio à renúncia, aproveitando-se da maluquice dele, com base em nada; a tentativa de impedir a posse de Goulart com base em nada. A grande imprensa em países em desenvolvimento é a grande porca das instituições, a grande emporcalhada.


CC: A imprensa é assim ou ela está assim?


WGS: A imprensa não é assim. Ela é assim num certo período dos países. Ela foi assim nos EUA, na Inglaterra, e não é mais. Isso não quer dizer que não haja a imprensa porca e, sim, que a grande imprensa deixou de ser porca. Não é o caso do Brasil. Isso é importante ficar registrado, porque na medida em que passa o tempo a gente esquece. Quando aconteceu em 1954 a gente deixou passar, assim como deixou passar em 1961. Então, não pode deixar passar, não. A imprensa levou Getúlio Vargas ao suicídio com inverdades e com fatos falsos, construídos. E promoveu um golpe de Estado em 1964. Não há como negar isso. Essa é uma outra linha de causalidade. Há dois anos e meio a imprensa tentava botar Lula debaixo de sua pauta. Conseguiu agora.


CC: Não é o papel da imprensa tomar conta, fiscalizar?


WGS: É. Tomar conta, sim. Desestabilizar, não. A estabilidade não pode depender de militar, nem da Igreja, nem da imprensa.’ [FHC apoiaria ‘golpe branco’’. Carta Capital. Edição no 346, 15 de junho de 2005].


Estarrecimento e barbárie


A atualidade nos conecta ao fenômeno da náusea sartreana, pois, em alta velocidade [Cruvinel, Teresa. ‘Alta velocidade’. O Globo, Rio de Janeiro, 9 de julho de 2005] e a um só tempo, tornamo-nos personagens que deixam




‘de ‘estar com’ o mundo que nos cerca e passamos a estar apenas ‘junto a ele’. E o mundo passa rápido com sua carga de dor e violência, com sua amoralidade intrínseca, com sua absoluta indiferença em relação às dores, ansiedades e misérias dos homens’ [Capistrano, Pablo. ‘A geração dos maus, Litteratu, novembro de 2004].


Brasília, nos meses de formação e desdobramento da crise, recebeu as notícias de que um gerente de uma agência do Banco do Brasil fora acusado de contratar dois capangas para matar uma senhora de 81 anos, cliente da instituição, que descobriu que seu dinheiro em conta estava sendo roubado por esse cidadão; no Caje, mais um adolescente foi morto com requintes de crueldade por seus colegas de quarto (masmorra), que usaram o sangue do garoto para assinar a autoria do feito nas paredes da cela; a empregada doméstica Maria Aparecida de Matos deixou a prisão em maio, onde passou um ano e sete dias por ter furtado um xampu no valor de R$ 24; na Europa, as rinhas do terrorismo mais uma vez se fizeram presentes; o Paraguai autorizou a entrada de tropas americanas em seu território para manobras. No Canadá, sob possível golpe de misericórdia do filme Invasões bárbaras, a Corte Suprema deu o sinal verde para a privatização do sistema de saúde de Québec, um dos raros baluartes de um pensar ‘socialista’, concretizado, que ainda sobreviviam na América; nos EUA, a jornalista Judith Miller foi presa por não revelar a identidade de suas fontes. Nesta semana, José Edward trouxe a público os resultados de uma pesquisa sobre o assédio moral no trabalho com testemunhos afins a um Brasil:Nunca Mais. Caleidoscópio de estarrecimentos e barbáries.


‘Voto xavante’


Que espécie é essa? Jabor, enquanto ‘nosso Geertz’, já começou a puxar um fio de meada que origina-se em fenômeno comportamental mais denso e sombrio, análise feita por ocasião do sucesso da novela Celebridades, no momento de ascendência da torcida pelos bandidos, um pump up do grito por Barrabás. Um surto de verdades, que só ganham em atualidade, embora difíceis de digerir:




‘Como nesta novela balzaquiana, oportuna e política do Gilberto, vemos que o Brasil está se dividindo entre babacas e psicopatas. Antes, os psicopatas tocavam num mistério que não queríamos conhecer. Tínhamos medo deles. Hoje, os babacas estão ficando com uma inveja danada dos psicopatas, por sua eficiência, rapidez e falta de escrúpulos. Estão vendo que essa antiga doença vai ser uma virtude no futuro. Estão vendo que terão de ficar loucos como eles para sobreviver. Em breve, seremos todos psicopatas’ [Jabor, Arnaldo. ‘Os psicopatas chiques estão chegando. O Estado de S.Paulo, São Paulo, Caderno 2, 1 de junho de 2004].


Quero acreditar que o fel apocalíptico de Jabor, seu niilismo lúcido e corrosivo, só permita desconstruções e resulte numa dicotomia do despeito (babacas X psicopatas), realidade em preto e branco, que não é inclusiva da essência da aquarela do voto de 2002 e das muitas cores de nossa sociedade, meio ambiente e competências. Seria fácil e errôneo atribuir ao voto, neste momento de decepção, a elocução de Darcy Ribeiro: ‘Fracassei em tudo o que tentei na vida. Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. Tentei salvar os índios, não consegui. Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.’ Eis uma separação entre o nosso tempo e o de Sartre, quando se podia dizer l’enfer sont les autres. Em ‘Qual direita?‘, Miriam Leitão esmiúça os tons cinzas entre o preto e o branco dessa questão e conclui: ‘Evitar conflitos de interesse, separar público e privado, adotar critérios de transparência e prestação de contas não são de esquerda nem de direita. São a coisa certa a fazer.’


Esse voto, ao menos para as gerações nascidas nos anos 40, 50 e 60, foi o da idéia fixa de querer mudar o mundo, distanciar-se da dicotomia expressa por Jabor e das rinhas; alcançar um patamar civilizatório mínimo. O universo feminino, das ex-guerrilheiras, exibido em IstoÉ [‘Companheiras de armas] é todo Edit Piaff: ‘Non, je ne regrette rien, ni le bien qu’on m’a fait, ni le mal, tout ça m’est bien égal (…) je repars à zéro’ [‘Na voz de Cassia Eller]. O lulismo talvez não venha só do diferencial do PT, antecedente à ‘crise’. Lula chama para si a admiração que nutrimos por todos aqueles que partiram do zero, sobreviveram a tremendas adversidades, começaram, recomeçaram e começaram de novo. Sua história é extraordinária, independente de seu desfecho. O voto não foi simplesmente a favor ou contra uma pessoa, o capitalismo, neoliberalismo, comunismo etc. Lula recebeu uma espécie de ‘voto xavante’, de confiança, de esperança:




‘A mesa redonda não tem cabeceiras. Os movimentos de cada um são facilmente controlados pelos demais. As posições convergem para um centro comum. O círculo mostra-se, assim, figura ideal para expressar idéias básicas de igualdade e intensidade de vida social’ [Silva, Aracy Lopes. Xavante: casa aldeia chão terra vida. In: Novaes, Sylvia Caiuby (org.). Habitações Indígenas. SP, Nobel/Edusp, 1983.]


Tsunami de justiça


Eis o significado de construção de casa e convivência entre os xavantes. A esperança que seguiu com o voto foi a de gerar uma força nos lados que formam o triângulo, nossa pirâmide social, para que eles se envergassem e surgisse uma perspectiva de círculo, esfera de reordenamento social em que vingasse um ideal de replicação de comunitarismos: o desenvolvimento holístico da pessoa e, por conseguinte, do grupo – ‘aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser’, quatro pilares da educação definidos pela Unesco [Urban, Maria Lourdes. Perfil do Profissional do Ensino no Novo Milênio], sem os quais não se constrói GENTE, no sentido empregado por Bento Prado Jr. em seu depoimento sobre Sartre.




‘O desafio ao governo atual, como será o de qualquer governo que lhe suceda, está em conter a marcha de redução ao quase absoluto dos espaços sociais de ‘confraternização’, redução que faz com que os afetos sociais deixem de ser sublimados na bondade, na compaixão, para serem degradados a meros instintos. Primeiro é a película, que nos disfarça dentro do ‘equipamento de proteção de sair à rua’, depois é o veículo blindado. Para esse desafio é preciso construir a casa tijolo por tijolo, afastando a massa ruim, utilitária, que acredita que se existe uma escória moral no Parlamento e dinheiro aí ‘desses burgueses’, temos mais é que comprá-los, pois o argumento dessa gente é cash. A corrupção não é um componente de igual peso em todos os governos e em todos os tempos. Ela pode ter sido agora possível porque o ‘elemento’ autoritário na cultura do partido que está no poder foi, circunstancialmente, elemento ativo no governo, até porque é um elemento vivo e ativo na própria sociedade brasileira.’ [Aydos, Marco. ‘A corrupção é velha: envelhecei para entendê-la. Observatório da Imprensa.]


‘A estrutura colonial finalmente está ruindo’, diz Jabor, mas isso não é suficiente e acarreta o perigo de perdermos, ainda mais, o estado de direito, sem que cada acusação resulte em sentença transitada em julgado. Afinal, os minutos de silêncio dos roqueiros não podem entrar para a história como únicas manifestações públicas de protesto contra o que ocorre. ‘Disciplina é liberdade; compaixão é fortaleza; ter bondade é ter coragem’ [Renato Russo. Letra da música Há tempos.], mas seria desejável presenciar uma ‘tsunami’ de justiça que amenizasse a náusea do caleidoscópio da corrupção.

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Jornalista