Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Notícia falsa tumultua mercado financeiro

A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, em inglês) abriu um inquérito informal para analisar a queda repentina das ações da companhia aérea United Airlines logo depois que uma matéria de seis anos atrás sobre a concordata da empresa ganhou destaque na internet como se fosse recente. ‘Toda vez que alguém espalha informação falsa sobre uma companhia aberta através de um meio de comunicação como a internet, isso levanta dúvidas sobre fraudes’, afirmou John Reed Stark, diretor da divisão de internet da SEC.

As ações da United perderam mais de 75% de seu valor em apenas um dia, na semana passada, depois que uma editora de uma newsletter de investimentos encontrou um artigo de 2002 da Tribune no sistema de buscas de notícias do Google e, achando se tratar de uma notícia nova, publicou um resumo dela no serviço de distribuição de informações financeiras da Bloomberg. A notícia de falência da United gerou confusão no mercado, e operadores da Bolsa de Valores de Nova York passaram a vender rapidamente as ações da empresa.

Mecanismo automático

O problema ocorreu porque um único internauta entrou no sítio do jornal South Florida Sun-Sentinel, da Tribune, e acessou o arquivo com a matéria de 2002 sobre o pedido de falência da companhia aérea. Segundo a Tribune, esta única visita foi suficiente para colocar a matéria na lista dos artigos mais lidos, naquele momento, no sítio do Sun-Sentinel. O Google diz que seu agregador automático de notícias enviou o link para o sistema de buscas como se fosse um artigo novo porque não conseguiu rastrear a data de seis anos atrás.

Ainda que, depois do mal entendido, as ações da United tenham voltado a subir, a companhia considera abrir um processo contra as empresas de comunicação e as pessoas responsáveis pela desastrosa cadeia de eventos. A investigação da SEC pode vir a ajudar a United a reunir informações para entrar com uma ação legal. Informações de Joanna Chung e Justin Baer [Financial Times, 11/9/08].