Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

O papel vital dos pesquisadores

A ombudsman do Washington Post, Deborah Howell, dedicou sua coluna de domingo [2/7/06] ao trabalho dos pesquisadores do jornal, na maior parte das vezes ignorado pelos leitores. Deborah lembra que as matérias publicadas no Post têm o apoio de uma infra-estrutura de pesquisa que o público não vê, exceto quando, eventualmente, os créditos dos pesquisadores são colocados no fim dos artigos.

O Centro de Pesquisa de Notícias do Post, informa a ombudsman, é repleto de computadores, tem 7.500 livros, 30 publicações mensais e 15 diários. Bridget Roeber, diretora do centro, classifica os pesquisadores como ‘viciados em notícias, que se vêem não como bibliotecários, mas como jornalistas encontrando e analisando documentos originais’. Bridget irá se aposentar em breve, e será substituída por Lucy Shackelford.

Bibliotecas ambulantes

Os pesquisadores são especialistas em política, economia, terrorismo e notícias internacionais, e alguns deles são responsáveis por manter atualizados bancos de dados sobre diferentes temas. A pesquisadora Julie Tate, por exemplo, é vital na cobertura do terrorismo. ‘Ela sabe nomes, datas e eventos que todos já esqueceram ou nunca souberam. E se ela não sabe, ela descobre’, afirma Leonard Bernstein, vice-editor da seção nacional. Para a repórter Dana Priest, Julie é ‘uma biblioteca ambulante que tem atitude’. Julie começa o dia lendo mais de 50 jornais e publicações em busca de ‘fragmentos que possam indicar algo maior do que possa parecer’.

Lawrence Roberts, editor da seção investigativa, nutre admiração semelhante por Alice Crites, pesquisadora da equipe investigativa que está sempre trabalhando em três projetos simultâneos e que tem como lema ‘você não pode se esconder de Alice’. ‘Ela geralmente encontra o ponto-chave da matéria’, elogia Roberts. A seção internacional tem seu próprio pesquisador, Robert E. Thomason, mas também conta com o trabalho de pesquisadores nas sucursais do Post no exterior. Os profissionais que trabalham em outros países pesquisam material em outros idiomas e recorrem a especialistas de cada país.