Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Os neocríticos da mídia

A direção do PSB, partido aliado do governo, condenou na quinta-feira (21/9) à noite a onda de ‘denuncismo vil’. No site do Observatório da Imprensa, está um texto da vereadora do PT de São Paulo, Soninha Francine, no qual ela chama a imprensa de ‘sórdida’ [ver ‘Desgosto, orgulho, desgosto‘].


Soninha também é jornalista e jornalista muito destacada, o que certamente deixará perplexos os seus inúmeros leitores e telespectadores. A imprensa é toda sórdida? Neste caso a vereadora-jornalista é a única exceção? Ou ela referia-se a veículos do tipo IstoÉ que aceitam a veiculação de dossiês secretos sem qualquer investigação? Neste caso, sórdidos são aqueles que pretenderam usar a imprensa para fazer o jogo que não têm coragem de assumir abertamente.


A observação da mídia é uma necessidade nos regimes democráticos, mas se esta observação é exercida de forma parcial, engajada, a prejudicada acaba sendo a própria democracia.


Se o governo está reconhecendo a natureza ilícita da operação e afastando todos os implicados, fica evidente que estes neocríticos da imprensa vivem completamente fora da realidade. Ou, pior, perderam completamente a noção do que é certo e do que é errado.