Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Oxford debate impacto das redes sociais no jornalismo

Qual o impacto das redes sociais, como Facebook e Twitter, na cobertura jornalística? Com o crescimento do uso e da influência destes sites, cada vez mais inundados de informações, o tema foi debatido na Oxford Social Media Convention, evento realizado no fim da semana passada em Londres, organizado pelo Instituto de Internet da Universidade de Oxford. Participaram da conferência representantes de institutos acadêmicos, de organizações de notícias e de companhias de internet.

‘O impacto das mídias sociais no jornalismo é superestimado a curto prazo e subestimado a longo’, acredita Richard Sambrook, diretor da divisão de notícias internacionais da BBC e um dos palestrantes. A mídia tradicional passou a fazer uso das redes sociais, mas não discute os efeitos destas ferramentas a longo prazo. Sambrook reconhece que as organizações de mídia não são mais ‘donas das notícias’ e, por isso, o jornalismo-cidadão é algo que deve ser levado em consideração. Ainda assim, ele não vê a internet como uma plataforma geradora de notícias, e sim de informações. ‘Você vê muitos dados quando abre seu Twitter pela manhã, mas isso não é jornalismo. Jornalismo precisa de disciplina, análise, explicação e contexto. Os valores que vêm com o jornalismo são análise e explicação – e isto faz toda a diferença’, reforçou.

John Kelly, colunista do Washington Post que também participou da conferência, chamou a atenção para o fato de blogs competirem diretamente com as versões digitais dos jornais – não em termos de jornalismo, mas de leitores. Talvez o exemplo mais claro seja o do blog americano Huffington Post, fundado por uma ex-socialite e que hoje conta com equipe e projetos de jornalismo investigativo. Para Kelly, isso mostra que é importante que as mídias tradicionais explorem as redes sociais. Para se ter uma ideia, 8% do tráfego do site do jornal Daily Telegraph vêm de link colocados em comunidades online. Informações de Mercedes Bunz [The Guardian, 18/9/09].