Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Pacto nacional contra a violência

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.


Será possível tirar a questão da violência dos palanques eleitorais? Em outras palavras: a mídia conseguirá convencer as forças políticas a juntarem-se num pacto contra o poder do narcotráfico? Você já ouviu estas perguntas aqui. E foi muito recentemente, logo depois da primeira ofensiva do PCC, em maio. A conclusão dos participantes foi unânime: a idéia é generosa, mas em eleição todos querem brigar.


Isso foi há seis semanas. Depois da segunda ofensiva do PCC, os diversos candidatos ficaram ainda mais excitados e serviram-se da situação reinante para deflagrar uma guerra aberta.


A reação da imprensa foi quase imediata: em editoriais ou artigos assinados começaram a aparecer manifestações, embora isoladas e discretas, mas decididamente contra a exploração eleitoral da crise paulista. Um seminário em Madri na semana passada serviu para lembrar aos jornalistas brasileiros lá presentes o histórico Pacto de Moncloa, que pavimentou a transição espanhola da ditadura franquista para a democracia plena e a prosperidade.


Por isso não vacilamos ao decidir voltar ao assunto hoje: será que o eleitor quer ouvir esta lavagem de roupa suja sobre a situação dos presídios e o crescimento do narcotráfico ou prefere ver os governos e os partidos trabalhando juntos e imediatamente para o restabelecimento do estado de direito? Nossa cultura política só admite enfrentamentos radicais ou já está pronta para começar a pensar em tréguas ou coalizões?