Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Programa do Google criticado por invasão de privacidade

Mais uma vez, o Google vira notícia. A última polêmica da companhia americana é o Street View, serviço de mapas online que permite que o internauta faça passeios virtuais por cinco cidades dos EUA. As imagens das ruas são tão nítidas que acabaram revelando flagrantes do cotidiano – com direito a momentos constrangedores. Em São Francisco, na Califórnia, uma pessoa foi pega no momento em que limpava o nariz. Nas outras cidades, homens foram vistos saindo de livrarias pornográficas e boates de striptease.


Os flagras do cotidiano levaram a questões sobre limites éticos: estaria o Google indo longe demais na tentativa de tornar o mundo um lugar mais acessível e transparente? ‘Todos esperam certo nível de anonimato enquanto se deslocam no dia-a-dia’, afirma Kevin Bankston, da Eletronic Frontier Foundation, grupo dedicado a proteger os direitos das pessoas na internet.


Alta resolução


Lançado esta semana, o Street View disponibiliza mapas das cidades de São Francisco, Nova York, Las Vegas, Denver e Miami. A idéia é expandir o projeto para outras cidades e países. A ferramenta fornece imagens de alta resolução em 360º. Para tranqüilizar os críticos, o Google informou que, com o objetivo de preservar a privacidade das pessoas, todas as fotos foram tiradas a partir de um veículo circulando em vias públicas, no ano passado. As imagens serão atualizadas periodicamente, mas a empresa ainda não informou de quando em quando isto ocorrerá. ‘[O Street View] não é em nada diferente do que uma pessoa pode ver ao caminhar na rua’, afirmou a porta-voz do Google, Megan Quinn.


Em 2005, a Amazon criou um serviço semelhante ao Street View, o A9, encerrado no ano passado. O A9 gerou polêmica por ter capturado imagens de mulheres entrando em abrigos para vítimas de violência doméstica. Para evitar problemas do tipo, o Google entrou em contato com a Rede Nacional pelo Fim da Violência Doméstica, que representa estes abrigos nos EUA, para remover as imagens dos locais nos mapas. ‘Nós ficamos felizes que uma empresa de tecnologia deste porte tenha nos procurado para ajudar a proteger estas vítimas’, disse Cindy Southworth, diretora do grupo. Informações de Michael Liedtke [AP, 1/6/07].