Friday, 17 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1288

Quase 200 emissoras têm concessão vencida

Leia abaixo a seleção de segunda-feira para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Segunda-feira, 29 de setembro de 2008


 


FORA DO PRAZO
Elvira Lobato


Concessões de 184 emissoras de rádio e TV estão vencidas


‘Pelo menos 184 emissoras de rádio e de televisão funcionam com prazo de concessão vencido. Segundo especialistas, a situação no setor é caótica. Há casos de emissoras que estão com as concessões expiradas há mais de 20 anos e cujos pedidos de renovação de outorga ficaram emperrados no Ministério das Comunicações e no Congresso Nacional.


As famílias dos ex-presidentes da República Fernando Collor de Mello e José Sarney têm emissoras nessa situação, além de outros políticos, como o senador Edison Lobão Filho (PMDB-MA) e os deputados federais Jader Barbalho e Elcione Barbalho (ambos do PMDB-PA). Todos alegam que entregaram a documentação no tempo adequado ao governo.


O prazo de concessão da rádio Gazeta de Alagoas, da qual Collor é acionista, expirou em 1993. A rádio funciona com autorização precária do governo.


A concessão da rádio Mirante do Maranhão, na cidade de Imperatriz, terminou em 1996. O proprietário da emissora, Fernando Sarney, filho do senador José Sarney (PMDB-AP), fez o pedido de renovação da outorga por dez anos, na época devida, assim como a família Collor, mas os processos caíram em exigências e não chegaram a ser aprovados pelo Congresso Nacional.


Em entrevista, por telefone, na quinta-feira, Fernando Sarney disse que soube pela Folha que a concessão está vencida. Afirmou que entregou a documentação ao governo em 96 e que supunha que a renovação tivesse sido aprovada.


Há dois anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em ato inédito, pediu ao Congresso a devolução de 225 processos de pedido de renovação de concessões, que estavam em vias de ser rejeitados pela Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados.


O governo agiu a pedido de Jader Barbalho, ameaçado de perder duas rádios e uma televisão no Pará. No bolo das emissoras devolvidas ao Ministério das Comunicações, para revisão dos documentos, estavam os processos das rádios dos Collor, dos Sarney e de outros políticos. Na ocasião, o ministro Hélio Costa disse que as empresas teriam 90 dias para regularizar suas documentações, ou seria proposta a extinção das concessões.


Passados dois anos, o Ministério Público Federal, de Brasília, notificou o ministro para que ele informasse o desfecho dos processos requisitados por Lula. O relatório do ministério mostra que apenas 37 dos 225 foram regularizados e tiveram as concessões renovadas.


Cento e cinqüenta processos foram engavetados definitivamente pelo Ministério das Comunicações, porque já tinham perdido o sentido. Havia se passado mais tempo do que o período de renovação solicitada -10 anos para rádio e 15 anos para televisão-, devido à tramitação dos pedidos. Outros 34 processos serão engavetados, pelo mesmo motivo.


Ou seja, se uma empresa tem um processo pendente referente ao período de 1996 a 2006, por exemplo, o ministério engaveta esse processo e passa a examinar a renovação para os dez anos seguintes. É como se a empresa tivesse vivido no limbo, por uma década.


O consultor jurídico da Abepec (Associação Brasileira das Emissoras Públicas Educativas e Culturais), Fernandes Fortes, diz que a raiz do problema está na falta de estrutura do Ministério das Comunicações.


Ele diz que existem muitas outras emissoras com concessões vencidas que não estão na listagem da pasta. ‘É uma catástrofe. Não acho que decorra de decisão política do governo, mas do desmantelamento do ministério’, disse.’


 


 


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Ministério diz que age com amparo legal


‘O Ministério das Comunicações declarou à Folha que a legislação assegura às empresas o direito de continuar em funcionamento após o vencimento de suas concessões, desde que tenham solicitado a renovação das outorgas em prazo hábil.


Segundo o ministério, neste caso, as concessões são mantidas ‘em caráter precário’, até que os processos sejam aprovados. Desde a Constituição de 1988, as concessões e as renovações de concessão de rádio e TV são aprovadas pelo Legislativo.


O Ministério das Comunicações envia os processos à Casa Civil da Presidência das República, que os encaminha ao Congresso.


Segundo o ministério, depois que o presidente Lula requisitou a devolução, pela Câmara dos Deputados, de 225 processos de renovação, em 2006, um grupo de trabalho examinou a documentação, e recomendou que casos de outorga já extinta ou em vias de extinção permanecessem no ministério.


Esses processos, diz o Minicom, serão examinados com os próximos pedidos de renovação apresentados pelas emissoras. ‘Tal conduta não é estranha às praxes administrativas. Há precedentes de renovação de concessões para dois períodos consecutivos’, sustenta.


Segundo a assessoria do ministro Hélio Costa, o fechamento das delegacias regionais do Ministério das Comunicações, no final de 2002, no fim do segundo mandato do governo de Fernando Henrique Cardoso, gerou sobrecarga de trabalho em Brasília.


As delegacias regionais tinham autonomia para resolver as solicitações menores das emissoras, como autorização para a mudança de endereço, entre outras.


A partir de então, todos os processos passaram a ser submetidos a aprovação do ministério em Brasília. O ministério construiu um arquivo, no subsolo, para acomodar os documentos.


Uma das causas da demora na tramitação dos processos, segundo o ministério, é que eles são arquivados em papel. Diz que a proposta de orçamento para 2009 prevê investimento na digitalização dos arquivos.


Segundo a assessoria do ministro, há 40 mil processos em andamento, incluindo pedidos de autorização societária, renovação de outorgas, entre outros. Logo após a extinção das delegacias regionais, chegaram-se a acumular 78 mil processos.’


 


 


ATENTADO
Folha de S. Paulo


Grupo armado tenta impedir venda de jornal


‘Um grupo de homens armados comprou ontem de madrugada cerca de 30 mil exemplares do diário carioca ‘Extra’ antes da chegada às bancas de jornais e revistas na Baixada Fluminense, no Estado do Rio.


A compra aconteceu na cidade de Belford Roxo, em um galpão que funciona como centro de distribuição de jornais para toda a Baixada. O grupo ainda percorreu as bancas de cidades próximas, como São João de Meriti, a fim de verificar se o jornal estava sendo vendido.


Os exemplares comprados pelos homens traziam a seguinte manchete: ‘Deputados em campanha mentem para garantir salário de R$ 13 mil’.


De acordo com o relato publicado no site do ‘Extra’, alguns jornaleiros que inicialmente se negaram a vender os exemplares cederam porque foram ameaçados. Por temer represálias, eles não procuraram a polícia. Os jornaleiros disseram que os homens lhes apontaram pistolas e revólveres, obrigando-os a vender.


O jornal informou ainda que, por volta das 2h de ontem, três homens estiveram na sede da publicação, na tentativa de comprar toda a edição. Eles chegaram ao endereço em um carro Vectra e um caminhão.


O chefe do grupo teria se identificado como coronel do Corpo de Bombeiros e dito que queria comprar os jornais por causa da reportagem que originou a manchete. A empresa se recusou a vendê-los.


Em Niterói (cidade a 15 km da capital fluminense) e na zona norte do Rio, em bairros que fazem divisa com São João de Meriti, também houve relatos de homens percorrendo as bancas para comprar todos os exemplares do ‘Extra’.


Reportagem


A reportagem da qual trata a manchete acusa deputados estaduais que são candidatos a prefeito de forjarem explicações para terem abonadas as faltas em sessões da Alerj (Assembléia Legislativa do Estado do Rio). Assim, eles mantêm o salários integral, de cerca de R$ 13 mil, sem os descontos por falta determinados pela legislação. Na Alerj, 23 deputados são candidatos a prefeito.


Em nota, o presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), Alberto Motta Moraes, criticou a ação.


‘O TRE repudia com veemência essa ação, que nos parece claramente um golpe de natureza eleitoral. A compra de grande quantidade de exemplares numa mesma região tem todos os indícios de uma tentativa de impedir que informações chegassem a uma parcela do eleitorado. Igualmente graves são as denúncias de que jornaleiros foram coagidos a vender todo o estoque, o que só fortalece a hipótese de se negar à população informações que lhe ajudasse a decidir o voto de forma consciente’, diz a nota.’


 


 


CAMPANHA
Folha de S. Paulo


Pivô de confrontos, Kassab polariza com Alckmin e com Marta em debate


‘Os enfrentamentos entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo no debate da TV Record, ontem, refletiram o acirramento da disputa a uma semana da votação do primeiro turno.


Num clima mais quente do que nos dois encontros anteriores -houve vários bate-bocas-, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) dividiu-se em embates com Marta Suplicy (PT) e com seu adversário na luta pela segunda vaga no segundo turno, Geraldo Alckmin (PSDB).


Segundo o Datafolha, a petista lidera com 37%, o prefeito do DEM tem 24% e o tucano, 20%.


O clima esquentou já no primeiro bloco, em que os candidatos se apresentaram e responderam a perguntas de jornalistas da emissora. Kassab foi questionado sobre sua relação com antigos aliados, como Paulo Maluf (PP) e o ex-prefeito Celso Pitta, e com os novos, como Orestes Quércia (PMDB).


Alckmin foi escolhido para fazer o comentário e partiu para cima do oponente. Kassab respondeu no mesmo tom. Afirmou ainda ter sido procurado pelo tucano antes das definições das candidaturas: ‘Ele chegou a me convidar para indicar seu vice e até para ser candidato a governador’, disse.


Alckmin teve de usar o tempo de resposta de uma pergunta feita por Renato Reichmann (PMN), já no bloco seguinte, para voltar ao assunto. ‘Kassab ataca quando não tenho mais direito de resposta’, acusou.


Marta manteve sua estratégia de atacar a gestão Kassab. Usou suas intervenções para para repetir que o prefeito ‘copia’ suas propostas. Ao citar seu plano de dar internet de graça, disparou contra aliados do adversário e seu partido. ‘O papagaio da Bahia já prometeu isso [internet de graça]’, afirmou a ex-prefeita, referindo-se a ACM Neto (DEM), que disputa a sucessão em Salvador.


Alckmin seguiu criticando Kassab e o déficit de creches na cidade. O prefeito já respondeu com um ‘você está mal informado’ e atacou a administração de Alckmin no Estado.


Houve outra batalha particular. Paulo Maluf (PP) e Soninha (PPS), empatados tecnicamente na quarta posição nas pesquisas, com 6% e 4%, respectivamente, discutiram bastante. Maluf insistia na ironia ao criticar o fato de Soninha, ex-petista, ter mudado de partido.


Nos embates seguintes, Maluf chegou a mostrar a capa de uma revista na qual Soninha admitia ter fumado maconha. Ele foi repreendido pelo mediador Celso Freitas, que lembrou ser proibida a exibição de documentos e materiais.


No terceiro bloco, os confrontos se repetiram. Alckmin aproveitou o tempo para negar que tinha convidado o prefeito para ser ‘governador do Estado’. Kassab explorou o fato de Pitta estar hoje no PTB, sigla que apóia Alckmin.


Kassab ainda aproveitou uma pergunta a Ivan Valente (PSOL) para criticar o projeto de internet de graça de Marta. Ouviu novas associações de sua imagem à gestão de Pitta. O nome do ex-prefeito, aliás, foi um dos mais citados no encontro.


Esse foi o terceiro debate da sucessão paulistana -os anteriores foram na TV Bandeirantes. Participaram do encontro de ontem, 8 dos 11 candidatos -só aqueles cujos partidos elegeram deputados federais. Os candidatos negociam a realização de um quarto debate, quinta-feira, na TV Globo, o último antes do primeiro turno, no próximo domingo.


Após o debate, os concorrentes continuaram se provocando. ‘O eleitor ficou surpreso com o desempenho do Kassab, porque na propaganda é um, aqui a gente viu toda a sua fragilidade’, afirmou Marta.


‘Estamos mostrando de quais partidos os candidatos são e as diferenças entre nós e eles’, disse Alckmin.


‘Foi importante para ver como meus adversários se comportam na adversidade’, analisou Kassab.’


 


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Porto seguro


‘Em longa reportagem no ‘Financial Times’ e também por ‘Independent’ e Reuters, os emergentes voltaram a ser apresentados no fim de semana como ‘a esperança e o alvo’ dos investidores. Rússia, Brasil, Índia e os países do Golfo, pela ordem, ‘vão provavelmente servir de portos na tempestade nos próximos meses’, abriu o texto do ‘FT’, para investidores ‘movendo dinheiro das ações americanas por temor quanto à força da economia dos EUA’.


O Brasil é dado como ‘exemplo’ por suas reservas -e porque a crise até ‘pode ter vindo em boa hora, ajudando a esfriar a economia brasileira’. O país estaria ‘muito à frente dos outros no combate à inflação’, mas a Rússia está no topo da lista dos investidores por ter as ações mais baratas no momento. O texto registra a previsão de que os Brics vão responder por 75% do crescimento global no ano que vem.


COMEÇA A SENTIR


A agência Xinhua é menos otimista e, ontem, escrevia que ‘o Brasil começa a se ressentir da crise’. É o que ‘especialistas’ daqui estariam prevendo para 2009, com desaceleração. Mas ‘até agora o Brasil tem suportado bem’. Aliás, ‘a demanda na Ásia beneficia a América Latina’.


SUL-NORTE


Por outro lado, a agência chinesa noticiou no sábado o encontro do chanceler chinês com os colegas de Índia, Brasil, África do Sul e México, para conversas sobre a ‘estabilidade financeira’ e a ‘segurança alimentar’, visando a cooperação Sul-Sul e também o ‘diálogo Sul-Norte’.


OS TAIKONAUTAS


Na home do estatal ‘China Daily’, abrindo foto do passeio espacial com a bandeira vermelha, a missão ‘histórica’. O site traz vídeos da CCTV e declarações dos líderes de que o país está ‘comprometido com o uso pacífico do espaço’. A Xinhua registra as congratulações do Brasil, ‘como parceiro da China’ no programa


EVANESCENTE


Abrindo a foto ao lado, o ‘Financial Times’ deu o especial ‘O caminho evanescente de Washington: Como o pacote envenena a receita de livre mercado no mundo’. Defensores da liberalização se escudam no Brasil. Diz um que a ‘criatividade financeira’ pode voltar, a partir daqui. E John Williamson, do Consenso de Washington, apela a Lula para afirmar que alguns de seus preceitos, como disciplina fiscal, deram resultado


MAIS UMA CHANCE


Em destaque no ‘China Daily’, saiu o acordo para o resgate do mercado financeiro ‘cujo colapso poderia mergulhar os EUA em depressão profunda’.


Foi manchete nos americanos ‘New York Times’, ‘Wall Street Journal’, ‘Washington Post’, falando em ‘apoio tentativo’ ao pacote, para votação amanhã.


No britânico ‘Financial Times’, o enunciado sublinhava que, pelo acordo, ‘o setor de serviços financeiros’, quer dizer, os bancos, ‘podem ser forçados a reembolsar o governo por qualquer perda’. Diferente daqui.


LULA E O PACOTE


No alto do Drudge Report, ‘Presidente do Brasil chama o plano de injusto com os pobres…’. Era despacho da AP, com declarações como ‘eles querem ajudar os bancos’ com US$ 700 bilhões e ‘nada para os pobres que perderam as suas casas’.


E OBAMA


A BBC Brasil entrevistou Bill Richardson, governador do Novo México. Chamou Lula de ‘importante figura internacional’ que ‘será um grande amigo de Obama em temas globais’. Diz querer ‘dar mais atenção a Brasil, Argentina e Chile’.


NUNCA


Ontem no topo das buscas de Brasil pelo Google News, Stan Lehman, da Associated Press, noticiou que o governo brasileiro prometeu indenização ao pastor americano ‘preso e torturado em 74 pela ditadura militar’. Destaca que, ‘diferente de nações como Argentina e Chile, o Brasil nunca processou membro das Forças Armadas por abuso dos direitos humanos em sua ditadura’.’


 


 


TERRORISMO
Financial Times


Mídia síria culpa forças externas por atentado


‘A imprensa da Síria atribuiu a ‘forças externas’ a responsabilidade pela explosão do carro-bomba que matou anteontem 17 civis na capital, Damasco.


O governo sírio, que se mostrou disposto a negociar com Israel a devolução das colinas de Golã, diz ter se tratado de um atentado terrorista, mas não citou supostos autores.


O jornal ‘Al Thawra’, ligado ao regime de Bashar Assad, culpou estrangeiros pelo ataque e pediu reforço no controle de fronteira. A relação entre Síria e Líbano é tensa desde 2005, quando, após quase 30 anos de ocupação, Damasco retirou-se do país vizinho, onde um governo anti-Síria foi eleita.


A oposição considera improvável o envolvimento de estrangeiros, dado o rígido controle -’o regime controla tudo’, afirmou uma fonte que preferiu manter-se incógnita.


A mesma fonte informou que é mais provável que o atentado tenha resultado de confrontos entre grupos rivais dentro do serviço secreto sírio.’


 


 


LIVRO
Ricardo Bonalume Neto


Aos 87 anos, veterano narra em livro suas experiências na Segunda Guerra Mundial


‘Nunca é tarde para contar uma boa história. Foi pensando assim que o veterano da Segunda Guerra Mundial Vicente Pedroso da Cruz, 87, lançou, no sábado, ‘Os Caminhos de um Pracinha’.


O livro fala sobre suas memórias na FEB (Força Expedicionária Brasileira) durante a campanha italiana, entre 1944 e 1945.


Desde que voltou da guerra, esse mineiro de Guaxupé narrava suas experiências para familiares, amigos e revistas ligadas a associações de veteranos. Após muitos anos, instigado pelas filhas Lúcia e Lucila, ele resolveu registrar a história completa em livro.


‘Eu escrevi sobre o que eu vi’, diz o veterano.


O lançamento da publicação, em um restaurante em São Paulo, reuniu familiares e amigos de Pedroso. Entre eles, o colega veterano Samuel Silva, 87, que foi comandante de uma seção de metralhadoras e compartilhou o ‘batismo de fogo’ de Pedroso, então soldado da 8ª Companhia, do 3º Batalhão do 6º Regimento de Infantaria.


Mais de 60 anos depois do conflito, os veteranos brasileiros da Segunda Guerra ainda se reúnem regularmente -algo que dificilmente acontece com colegas de faculdade, ou de uma empresa.


‘Na infantaria, existe a maior cumplicidade entre os homens que servem e que vivem juntos’, fala Pedroso. ‘Um depende do outro, existe muito companheirismo’.


No livro, Pedroso narra não apenas os momentos de combate. Conta também dos períodos de descanso e treinamento que entremeiam a vida de um soldado. Mostra, ainda, a compaixão pelos civis italianos. Em uma das passagens, descreve a reação de um grupo de mulheres e crianças ao ver os soldados brasileiros recebendo a ração de pão branco -raríssima, para os civis.


‘Pane bianco! Pane bianco!!’ Tais palavras, pronunciadas por bocas famintas, impressionaram-nos tanto, que nenhum de nós teve coragem para engolir um só bocado daquele pão’, escreve [.]


O livro tem introdução do historiador Cesar Campiani Maximiano, que fez doutorado sobre a FEB na Universidade de São Paulo. ‘Vicente pôde desfrutar de apenas oito dias de descanso durante um total de 240 dias de linha de frente’, observa Maximiliano.


A publicação não possui editora. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail cipedroso@yahoo.com.br.’


 


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


SBT decide renovar com Adriane Galisteu


‘Depois de manter Adriane Galisteu na geladeira durante seis meses, o SBT decidiu renovar com a apresentadora. O atual contrato vence amanhã.


Na última quinta, Daniela Beyruti e Guilherme Stoliar, respectivamente filha e sobrinho de Silvio Santos, propuseram a Galisteu um novo contrato para a apresentação de um programa semanal noturno.


Galisteu, seu advogado (Sérgio Dantino) e os executivos do SBT voltam a se reunir amanhã. Na última sexta, Dantino revelava bastante otimismo.


A apresentadora está no SBT desde o final de 2004. Inicialmente, era ‘queridinha’ de Silvio Santos, que chegou a dirigi-la. Mas, nos últimos anos, a relação se desgastou.


Galisteu não escondeu seu descontentamento, por exemplo, com o conteúdo imposto ao seu programa (como atender a telefonemas de telespectadores) e as tradicionais mudanças de horário _na última, ela teve que trocar as tardes pelas madrugadas. Por outro lado, os programas de Galisteu nunca fizeram sucesso no Ibope.


A apresentadora ganha cerca de R$ 500 mil mensais. Se renovar, será por bem menos do que isso. Desde que assumiu uma das vice-presidências do SBT, Daniela Beyruti está empenhada em ‘reenquadrar’ os altos salários da emissora. Tentará fazer isso também com Carlos Massa, o Ratinho, que ganha R$ 1,8 milhão e está na geladeira há mais tempo.


PROBLEMA DA TARDE 1


Após as eleições, Record deve promover uma reforma em sua programação vespertina. Os alvos principais serão o ‘Programa da Tarde’ e a reprise de ‘Prova de Amor’, que costumam perder no Ibope para o SBT e para a Band.


PROBLEMA DA TARDE 2


Na última sexta, Maria Cândida só apresentou os merchandisings do ‘Programa da Tarde’. Todo o conteúdo do programa era reprise. Ela deve deixar a atração em breve.


Q DE FÉRIAS


Apareceu um orelhão azul nos capítulos de quinta e sexta-feira de ‘A Favorita’, em cenas ambientadas no bairro do Pari, na região central de São Paulo, mas que, por economia de tempo e dinheiro, foram gravadas no Rio de Janeiro.


BOLA MURCHA


O ‘Globo Esporte’ passa por uma crise sem precedentes no Ibope da Grande São Paulo. Desde 2004, perde quase um ponto por ano. Em 2000, teve média de 16,9 pontos. Em 2008, está com 11. Na última quinta, marcou 7,2, seu pior desempenho em toda a década.


PEDE PRA SAIR


Nos bastidores da Globo, é grande o rumor de que Ângela Vieira, descontente com seu papel em ‘A Favorita’, pediu para deixar a novela. Na trama, a atriz interpreta uma secretária que se limita a anunciar visitas para o patrão. As assessorias de Ângela e da Globo negam.


REPENTE


A Globo descartou o rapper Marcelo Silva, ligado ao AfroReggae, como apresentador do reality policial ‘Força-Tarefa’.’


 


 


Sylvia Colombo


Entre o bem e o mal


‘O bater de asas de uma borboleta aqui e agora pode causar um vendaval do outro lado do mundo após algum tempo. A alegoria científica chamada de ‘efeito borboleta’ está no coração da trama do seriado ‘Heroes’ em sua terceira temporada, que acaba de estrear nos EUA e que será exibida no Brasil pelo Universal Channel a partir do dia 19 de novembro.


Até agora, o programa havia mostrado pessoas ordinárias descobrindo características especiais, adquiridas em razão de fenômenos evolutivos. Depois de as terem utilizado para salvar a humanidade, esses ‘heróis’ se encontram numa nova etapa, em que percebem que aquilo que fazem pode ter desdobramentos dramáticos para o planeta no futuro.


‘Cada personagem irá se perguntar se é bom ou mau. Os que acreditávamos serem bons serão confrontados com a sedução do lado negro, e os que achávamos que eram ruins poderão sentir o gosto de serem ‘humanizados’, diz Tim Kring, 51, criador do programa.’


 


 


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Criador de ‘Heroes’ vê nova era na TV


‘A segunda temporada de ‘Heroes’ acaba de chegar às lojas do Brasil. Porém os fãs da série sabem muito bem em que ponto a história realmente está. Ao lado dos fanáticos por ‘Lost’, eles compõem a vanguarda de um novo modo de assistir à TV, em que downloads e outros modos via net de ver episódios em tempo real, ou quase, são comuns.


As características de ambos os programas, thrillers de ficção científica de suspense crescente, formato de quebra-cabeças e final cada vez mais enigmático, levam desavisados ao vício incondicional e, pelo visto, a um crime. Mas o que muitos crêem ser o fim da indústria do entretenimento não parece preocupar a Tim Kring, o criador de ‘Heroes’.


‘Estamos vendo surgir uma nova era para a TV. Fico feliz que nosso programa esteja à frente neste momento. Tenho certeza de que, ao analisarmos os números finais de audiência, incluindo todos os suportes, eles serão positivos para nós’, disse Tim Kring, em entrevista a jornalistas da América Latina.


Mas voltemos ao ponto onde a tal história realmente está (e, cuidado, há spoilers adiante).


Depois de passar a última temporada meio sem memória, Peter Petrelli, o mocinho da série, ressurge angustiado e com uma tremenda cicatriz de alto a baixo no rosto (ele que, teoricamente, tinha a habilidade de não se machucar).


Vindo diretamente de um futuro onde todas as pessoas com poderes extraordinários estavam sendo perseguidas, torturadas e encarceradas, Peter resolve voltar ao passado para adulterá-lo, colocando um fim a esse sofrimento. Para isso, porém, ele se vê obrigado a atirar no próprio irmão.


Afinal, quando a segunda temporada terminou, o político Nathan Petrelli estava prestes a revelar ao mundo a existência de pessoas ‘diferentes’ como ele. Antes que pudesse abrir a boca, Nathan é alvejado pelas balas. Tendo alterado o futuro que tanto temia, Peter abre a possibilidade de que outros aconteçam. E estes não serão necessariamente bons.


Paralelamente, mutantes perigosos que até então haviam sido mantidos trancafiados pela misteriosa ‘companhia’ acidentalmente se libertam e o planeta parece caminhar para um sangrento ‘racha’.


O tal ‘Peter do futuro’, assim, será obrigado a permanecer no presente para, nas palavras de Kring, ‘limpar a bagunça que fez ao tentar mexer com o tempo e o espaço’.


Os produtores dizem que não vão introduzir mais personagens na trama central, um dos fatores que colaboraram para que a série perdesse interesse da audiência nos últimos tempos, ao lado dos cortes provocados pela greve dos roteiristas.


‘Vamos nos concentrar nas figuras principais, temos a preocupação de fazer com que um público que nunca viu o programa considere fácil entrar na narrativa. Não podemos complicar demais e fazer o seriado apenas para os que o acompanham desde o começo.


Queremos ser ‘mainstream’, não um fenômeno ‘cult’, diz.


Pós-11 de Setembro


A terceira temporada de ‘Heroes’ terá 13 episódios (dois já foram ao ar).


O homem por trás de ‘Heroes’ costuma reforçar que o show só se tornou possível num cenário pós-11 de Setembro.


Para o produtor, os atentados fizeram com que os Estados Unidos ficassem mais abertos à idéia de que o que acontece em outros pontos do planeta está conectado ao país e pode afetá-lo -daí tantas subtramas em diferentes locais do mundo.


E, também, teria surgido uma idéia de que ‘se governos ou instituições não parecem capazes de nos proteger, é reconfortante imaginar que pessoas normais, como nós, podem, de um momento para outro, surgir com um poder, uma habilidade, que fará diferença para salvar a todos’.


HEROES – 2ª TEMPORADA


Criador: Tim Kring


Distribuidora: Universal


Quanto: R$ 130, em média


Classificação indicativa: não recomendado para menores de 12 anos’


 


 


Silas Martí


Lento, ‘JK’ nega dinamismo dos 50


‘A julgar pelo ritmo deste primeiro episódio, a série ‘JK’, que o GNT exibe em cinco capítulos a partir de hoje, precisaria de muito mais deles para entregar o que promete. Na estréia, o documentário, que pretende explorar a era Juscelino Kubitschek além da figura do presidente, como o estupro e a morte de Aida Cury e as gangues de rua, fica só nele.


O homem que ‘quebrava protocolos docemente’, o ‘presidente bossa nova’, o ‘pop star’ são algumas das alcunhas atribuídas a JK pelos entrevistados, entre eles os roteiristas Alcides Nogueira e Maria Adelaide Amaral, que escreveram a minissérie da TV Globo ‘JK’, o escritor Geraldo Carneiro, a filha dele Maria Estela Kubitschek Lopes e o arquiteto Oscar Niemeyer.


Este último lembra a primeira conversa que teve com Kubitschek, quando o presidente, então prefeito de Belo Horizonte, encomendou-lhe a Pampulha. Niemeyer conta que voltou para o hotel e fez o projeto em um dia, em sintonia com a era de transformações capitaneada por JK no país.


Mas, se foi dinâmico o Brasil cinqüentista, o documentário é justo o contrário. Enfadonho, de poucos recursos visuais, além de imagens de arquivo e com entrevistas que se atropelam, deixa só na imaginação o legado do estadista.


JK


Quando: hoje, às 22h


Onde: GNT


Classificação indicativa: não informada’


 


 


REVISTA
Mônica Bergamo


Coleção


‘A Condé Nast, que edita ‘Vogue’, ‘Vanity Fair’, ‘GQ’ e ‘Glamour’, entre outras, estuda desembarcar no Brasil -onde já edita a ‘Vogue’ em parceria com a Carta Editorial. Já está certo o lançamento, para 2009, da ‘Glamour’ e da ‘GQ’ no país. Idel Arcuschin, sócio da Carta, diz que não haverá mudança no comando da ‘Vogue’ brasileira.’


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Segunda-feira, 29 de setembro de 2008


 


CAMPANHA
Guilherme Scarance


Em debate na Record, Kassab e Alckmin trocam acusações


‘O prefeito e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM), disse que o adversário Geraldo Alckmin (PSDB) tentou convencê-lo a não disputar a eleição em troca de participação em sua eventual gestão na Prefeitura de São Paulo e apoio a uma candidatura ao governo do Estado, em 2010. O tucano negou: ‘Minha vida não é de acordos, é de transparência’. A troca de farpas marcou o debate de ontem à noite na TV Record – o terceiro embate na televisão, no qual se repetiram os ataques de vários adversários, principalmente de Paulo Maluf (PP), à petista Marta Suplicy.


A primeira provocação partiu de Alckmin, que acusou o prefeito de ‘incoerência’, pela aliança com o ex-governador Orestes Quércia (PMDB). A resposta veio de pronto: ‘Até duas semanas atrás ele não tinha esse discurso.’ O prefeito insinuou que até superar Alckmin – 25% a 20%, segundo a última pesquisa Ibope encomendada pelo Estado e pela TV Globo -, a relação entre os dois era cordial. ‘Ele me convidou para conversas, até para compor seu governo. Convidou para ser candidato a governador daqui a 2 anos.’


Em outro momento do debate, ao ser indagado se pediria apoio de Kassab no segundo turno, Alckmin retornou à polêmica: ‘O candidato disse que eu o havia convidado para ser candidato ao governo de São Paulo. Minha vida não é de acordos, é de transparência, aprendi com Mario Covas.’


O prefeito garantiu que as conversas ocorreram e declarou que o tucano, após ter caído nas pesquisas, ‘está irreconhecível’. Informou que as reuniões foram presenciadas pelo presidente municipal do PSDB, José Henrique Reis Lobo, e pelo ex-secretário estadual de Educação Gabriel Chalita.


A troca de farpas se estendeu por todos os blocos e envolveu outros temas, como o fato de Kassab ter integrado a gestão do ex-prefeito Celso Pitta. O tucano indagou, ainda, por que há 158 mil crianças fora da escola ou creche. ‘O candidato está mal informado. São 80 mil crianças.’ E citou ‘deficiências’ na gestão do tucano no Estado: ‘Foram 86 escolas de lata.’


NA MIRA


Em cenário similar ao do debate anterior, na Band, quando faltavam 25 dias para a eleição, Marta foi novamente atacada por vários concorrentes, indicando dificuldades à frente para fechar alianças no segundo turno. Maluf foi o principal adversário. Kassab também atacou: ‘Há 8 anos, ela fez as mesmas promessas, mas não investiu no Metrô, não fez hospitais, não extingui salas de lata, criou tributos.’


Ela também duelou com Alckmin sobre outro tema recorrente: se entregou ou não a prefeitura endividada. ‘Que cidade falida tem aprovação do Tribunal de Contas do Município, da Câmara e do Supremo Tribunal Federal? Isso é politicagem, uma grande mentira.’ O tucano e Maluf, depois, contestaram.


A candidata do PPS, Soninha Francine, e Maluf também protagonizaram várias cenas de atrito. Na primeira, ele não apenas ironizou o plano da adversária para expandir as ciclovias na cidade como emendou com uma pergunta: ‘Qual é a sua proposta para eliminar venda de drogas e maconha na porta das escolas?’ A mesma indagação foi reiterada em outras duas ocasiões. A candidata do PPS respondeu que a repressão ajuda, mas é preciso também investir em educação e outros itens.


Ainda no confronto Maluf X Soninha, o momento mais constrangedor foi quando ele exibiu a capa da revista Época na qual a então apresentadora de TV Cultura admitia ter fumado maconha. Foi advertido pelo mediador, Celso Freitas, de que não poderia exibir nenhum material. O ex-prefeito e deputado ainda cutucou a ex-petista sobre sua ida ao PPS: ‘Quais centenas de milhares de conselhos recebeu para trocar de partido?’


Participaram também do debate Ivan Valente (PSOL), Renato Reichmann (PMN) e Ciro Moura (PTC), que protagonizaram algumas trocas de farpas. Valente tachou de ‘um delírio’ o programa ‘Plus Saúde’, que Moura exibe insistentemente na TV como solução para os problemas do setor.’


 


 


Cristina Padiglione


Audiência chegou a 17 pontos em SP, informa rede


‘A TV Record registrou ontem 12 pontos de média no horário em que foi transmitido o debate, entre 20h30 e 23h04. No mesmo horário, na semana passada, o canal registrou 10 pontos.


Os dados, preliminares, são medidos pelo Ibope na Grande São Paulo e foram divulgados pela própria rede. O pico chegou a 17 pontos. Cada ponto de audiência representa 56 mil domicílios na região.


No último debate, promovido pela Band no dia 11 de setembro, entre 22h e 0h45, a média chegou a 4 pontos, segundo os dados do Ibope. O pico de audiência foi de 6,3 pontos. O patamar também superou em 1/3 o resultado do primeiro confronto promovido entre os prefeituráveis de São Paulo, na própria Band, em agosto, quando a soma final do Ibope foi de 3 pontos.


Na quinta, é a vez de a Globo promover o seu debate com os candidatos à Prefeitura de São Paulo.’


 


 


MARKETING
Cleide Silva


Vale tudo para lançar carro no Brasil


‘Somente nos últimos dois meses foram lançados no País 20 automóveis, entre nacionais e importados. Ao todo, são mais de 400 modelos disponíveis no mercado brasileiro, que este ano atingirá venda recorde de mais de 3 milhões de veículos. Mercado aquecido e competição acirrada obrigam as montadoras a apelarem para um marketing barulhento, com diferentes estratégias para tentar se sobressair em meio ao excesso de propagandas. Vale apelar para festas, shows, bichos e até mesmo para o presidente da companhia.


Pela primeira vez, a Fiat colocou seu presidente como garoto-propaganda da empresa. Em ação que começou ontem e termina hoje, é Cledorvino Belini, no comando da montadora desde 2004, quem aparece em horário nobre para apresentar o Linea, lançamento que coloca a marca novamente na disputa pelo segmento de sedãs de médio porte.


Em 2001, o então presidente da Ford, Antonio Maciel Neto, também foi garoto-propaganda da marca, ação repetida no ano seguinte pelo então presidente da General Motors, Walter Wieland.


‘Minha participação na campanha é uma demonstração da importância que a Fiat está dando ao novo modelo, o principal lançamento da nossa marca no ano’, justifica Belini.


Segundo ele, o Linea chega para completar a gama da Fiat e recoloca a marca no segmento de sedãs de luxo, com um modelo top de linha. ‘A mensagem na campanha publicitária tem como objetivo dar um peso institucional ao lançamento, ao posicionar o Linea como o marco de excelentes resultados da empresa, não apenas no mercado, mas também em qualidade de produto, avanço tecnológico e satisfação dos clientes.’


No filme de dois minutos, Belini fala metade do tempo e, na outra metade, o novo carro, produzido em Betim (MG), é mostrado em todos os ângulos, internos e externos. ‘O Linea não é apenas mais um lançamento, mas um produto que mobilizou a companhia inteira e, por isso, achamos que o filme deveria ser conduzido pelo presidente’, afirma João Batista Ciaco, diretor de publicidade e marketing da Fiat.


O marketing de lançamento do Linea, que custará a partir de R$ 60.900, começou bem antes de Belini ir à TV. No fim de agosto, durante a pré-estréia no Rio do filme Ensaio sobre a cegueira, o cineasta Fernando Meirelles chegou ao evento dirigindo um modelo do carro, que também aparece na primeira cena do longa.


Há um mês, a Fiat lançou um blog sobre o carro e, na festa de lançamento, para 3 mil convidados, entre concessionários, fornecedores e jornalistas, nos dias 17 e 18, promoveu o show de Roberto Carlos e Caetano Veloso em comemoração aos 50 anos da Bossa Nova. O custo de toda a ação é mantido em sigilo. A Fiat informa apenas que faz parte do pacote de 250 milhões gasto em todo o projeto Linea.


VIAGEM


Outra ação que certamente envolveu investimento significativo foi a apresentação, na semana passada, do Volkswagen Voyage, versão sedã do Gol, que custará a partir de R$ 30.990. A empresa montou em Angra dos Reis (RJ) um cenário especial em uma ilha, imitando os cinco continentes, e levou 800 convidados, entre concessionários da marca, executivos e artistas. Numa praia, foram construídas bases cenográficas representando os Estados brasileiros.


‘A idéia era fazer uma viagem pelos continentes e pelo Brasil, numa alusão ao nome do carro (que significa viagem, em francês)’, explica Hélder Castro, diretor-geral da Alquimia, agência de marketing de relacionamento do Grupo Totalcom, responsável pelo evento. Só na montagem dos cenários, trabalharam 360 pessoas.


Segundo Castro, ‘há mais de dez anos a Volkswagen não entrava no segmento de sedãs pequenos, por isso era preciso marcar bastante essa volta’. Ele conta ainda que o evento, ao contrário de outros lançamentos, foi interativo e os convidados, que ficaram na ilha por três dias, participaram de diversas atividades, como aprender a dançar com o bailarino Carlinhos de Jesus.


No lançamento do novo Gol, em julho, a Volkswagen já tinha optado por uma ação diferenciada ao fazer a apresentação do carro em evento na própria fábrica, em São Bernardo do Campo (SP), com a participação de 10 mil empregados que assistiram a diversos shows, como o da cantora Ivete Sangalo.’


 


 


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Orquestra no cinema e opção pela web


‘A Honda é outra montadora que pretende inovar no marketing de lançamento de um veículo. A montadora vai levar uma orquestra para uma sala de cinema em São Paulo. No sábado e no domingo, quem comparecer às sessões das 19 horas e das 21 horas no Reserva Cultural, na Avenida Paulista, verá na tela a campanha do importado sedã Accord. Porém, a trilha sonora, com uma peça do alemão George Friedrich Händel, será apresentada ao vivo por cinco músicos e um maestro.


‘Usamos na campanha a mídia tradicional, mas a comunicação atualmente tem de ser mais integrada, para conseguirmos uma imersão maior entre o consumidor e a marca’, diz Thiago Moraes, diretor de mídia da agência de publicidade Fischer América. De acordo com ele, o excesso de mensagens publicitárias a que as pessoas estão expostas hoje em dia exige ações de maior abrangência, ‘que envolvam o consumidor pela emoção’.


Com tantas opções de automóveis à venda no mercado brasileiro, o cliente, na hora da compra, analisa essencialmente itens como preço, design, potência e economia. Na opinião de Moraes, quem ganhar um ponto a mais nessa corrida terá a preferência do consumidor. A lembrança de um momento de emoção, segundo ele, pode ser esse diferencial.


A Ford estreou na quarta-feira novos personagens em sua campanha de varejo. Os bichos de pelúcia, que foram personagens centrais nas campanhas desenvolvidas pela montadora nos últimos dois anos, foram substituídos por objetos que ganham vida, como a luminária de uma rua, que se espanta ao ver um carro da marca passar. Criados por meio de computação gráfica, os objetos foram batizados de TransFords.


Para o lançamento do Sandero Stepway, na semana passada, a Renault também decidiu romper com o tradicional: a empresa optou por uma campanha totalmente pela internet. As ações, criadas pela agência de publicidade Salem, envolvem blogs, um hotsite, vídeos virais e peças de mídia online. A idéia, com a campanhas, é difundir o conceito de um carro considerado esportivo e urbano.’


 


 


INTERNET
Stephanie Clifford, The New York Times


Yahoo reformula venda de anúncios


‘O Yahoo anunciou na quarta-feira os detalhes do seu sistema de compra e venda de anúncios online, com o objetivo de dominar o mercado deste tipo de anúncios da mesma forma que o Google domina o mercado de busca. A nova plataforma, chamada APT, permitirá que editoras de sites e anunciantes administrem os anúncios publicados nos sites de centenas de jornais de todo o país, bem como nos sites do Yahoo e em grandes sites como eBay e WebMD.


Em um evento realizado na Semana da Publicidade, em Nova York, os executivos informaram que, até o final do ano, os cerca de 800 membros do consórcio de jornais do Yahoo passarão a utilizar o sistema, anteriormente conhecido como AMP. Para os anunciantes, este novo sistema simplificará a compra de anúncios (que incluem texto, logos, fotografias ou outras imagens e mapas). Atualmente, os anunciantes compram a publicidade de cada site, ou utilizam redes de anúncios, e nem sempre conseguem controlar onde seus anúncios aparecem.


Se a plataforma funcionar como o Yahoo promete, os jornais poderão ganhar mais dinheiro com publicidade online. Os anunciantes nacionais não querem fazer centenas de pequenas compras, e a plataforma fará com que eles possam usar o espaço destinado à publicidade nos sites dos jornais que fazem parte do sistema, mediante uma única compra nacional.


Também permitirá que os editores se beneficiem da capacidade de o Yahoo atingir o público-alvo nos anúncios em seus sites e das informações demográficas e de comportamento dos usuários de que o Yahoo dispõe. Isso ‘nos permitirá cobrar mais’ pelo espaço publicitário, disse no evento William Dean Singleton, diretor-executivo do MediaNews Group.


Os editores também poderão permitir que o Yahoo ou outros jornais vendam seu espaço publicitário quando conseguirem mais que um preço mínimo. Por exemplo, se um editor sabe que sua força de vendas podem ganhar US$ 1 para cada mil impressões de certo anúncio, poderá permitir que seus parceiros o vendam quando conseguirem US$ 1,25 ou mais.


Publicações como The San Jose Mercury e The San Francisco Chronicle testaram o sistema, e os próximos usuários serão a Cox Newspapers, o MediaNews Group e a Scripps Newspapers. Em 2009, a Yahoo oferecerá a plataforma APT a anunciantes, agências e redes de publicidade. ‘A questão será implantar um sistema de grande escala – conseguirão convencer anunciantes, editores e agências de que esta é a maneira melhor de operar?’ disse Benjamin Schachter, analista da UBS Securities.’


 


 


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Longe do zapping


‘Assim como a novela, a audiência da reprise de Pantanal no SBT é composta por uma turma, digamos assim, mais antiga. Segundo dados nacionais do Ibope, cerca de 80% do público da trama é composto por pessoas com mais de 25 anos, ou seja, telespectadores menos aficionados pelo zapping. A considerar o ritmo da novela, dos jacarés e tuiuiús, faz todo sentido.


Levantamento do perfil de audiência do folhetim nos meses de julho e agosto aponta que 34% da platéia de Pantanal no SBT tem mais de 50 anos e 42% têm entre 25 e 40 anos. Adolescentes e crianças são minoria: apenas 6% da audiência da novela tem entre 12 e 17 anos.


Conseqüência dos longos banhos de rio na história, ou não, em comparação com outras novelas, Pantanal agrada a uma fatia considerável de público masculino: 39% da audiência.


A trama também tem média superior de público AB em relação à média geral da programação do SBT: 31%.


Com média na casa de 15 pontos, Pantanal, que praticamente triplicou o ibope do SBT no horário – deve seguir no ar em ritmo arrastado até janeiro. Até lá, Silvio Santos estuda como fazer para manter o público conquistado.’


 


 


 


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