Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Reuters faz homenagem em NY a jornalistas mortos

A Reuters passou a usar seu painel na Times Square, em Manhattan, para lembrar os jornalistas que morreram no Iraque desde o início da invasão americana, há três anos. ‘É válido lembrarmos às pessoas o preço das notícias que elas recebem do Iraque. E o painel veio na hora certa, porque está ficando cada vez mais perigoso trabalhar no país. Três jornalistas iraquianos foram mortos brutalmente nos últimos sete dias’, afirma Alastair Macdonald, chefe da sucursal da agência de notícias em Bagdá.


O painel da Reuters começou a veicular os nomes de 67 jornalistas que morreram enquanto cobriam a guerra – assim como uma montagem das fotos mais marcantes do conflito – na terça-feira (14/3) e continuará com a campanha até o final do mês. Quatro dos 67 jornalistas assassinados trabalhavam para a agência, e um quinto funcionário morreu em um acidente de carro no Iraque. ‘É muito difícil perder amigos desta maneira’, desabafa Macdonald, que conhecia três dos quatro jornalistas da Reuters que morreram na guerra, completando que os três foram mortos por soldados americanos.


Reflexão


O chefe da sucursal iraquiana espera que a iniciativa faça com que as pessoas reflitam sobre as condições perigosas em que trabalham os jornalistas no Iraque. A Reuters mantém 50 jornalistas em tempo integral no país, 20 que trabalham durante meio período, além de mais de 100 colaboradores – iraquianos e estrangeiros. Macdonald lembrou que, na medida em que o perigo foi aumentando no Iraque, a maior parte das organizações de mídia começou a utilizar mais jornalistas iraquianos para cobrir assuntos considerados perigosos. Mas, hoje, mesmo os iraquianos se tornaram alvos da violência, antes restrita a correspondentes estrangeiros.


‘Ao contrário das outras guerras, você não pode sair dirigindo com um sinal de ‘imprensa’ no veículo acreditando que assim estará mais seguro’, opina ele. ‘Em 2003 e 2004, ainda podíamos nos movimentar livremente em Bagdá. Hoje, isto já não é mais possível’. Por isso, a Reuters está investindo em mais proteção para seus escritórios e veículos, além de ser mais cautelosa sobre viagens em território iraquiano. Informações de Dave Astor [Editor & Publisher, 14/3/06].