Mesmo após o fim do horário do programa Pergunte ao Tamer na Rádio Jovem Pan, o jornalista Alberto Tamer continuava a atender telefonemas de ouvintes com dúvidas sobre assuntos econômicos, na década de 80.
Depois que ele ganhou um quadro com formato semelhante na TV, no SBT, passou a ser reconhecido em locais públicos e não fugia dos pedidos de explicações e dicas daqueles que o abordavam com dificuldades sobre o “economês”.
Ele foi um dos pioneiros desse tipo de trabalho e o fazia com alegria. Porém, um episódio o deixou abatido.
Foi na presidência do atual senador Fernando Collor de Mello, quando o governo federal anunciou o confisco das cadernetas de poupança.
Depois de dar vários conselhos para as pessoas deixarem seu dinheiro seguro nas cadernetas de poupança, Tamer viu milhares de brasileiros terem suas economias bloqueadas de um dia para outro, e ficou inconsolável.
O carinho mostrado no atendimento ao público também era sentido pelos colegas de profissão. Nos mais de 50 anos de trabalho no jornal O Estado de S. Paulo, atuou como repórter, editorialista, correspondente internacional e colunista.
Essa trajetória só foi interrompida no último dia 5 de fevereiro, quando ele foi internado para passar por uma cirurgia no coração.
Sua paixão pelas obras literárias resultou em uma biblioteca com mais de 5.000 títulos. Publicou sete livros.
Morreu ontem [domingo, 19/5] aos 81 anos, em razão de insuficiência cardíaca, e foi cremado.
No casamento com Linda, teve três filhos.
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Flávio Ferreira, da Folha de S.Paulo