Petrônio Corrêa, um dos principais nomes da história da publicidade no Brasil, morreu ontem [domingo, 1/12] aos 84 anos em São Paulo, vítima de uma parada cardíaca.
Gaúcho de São Sepé, ele fundou, com Antônio Mafuz e Luiz Macedo, a MPM, inicialmente em Porto Alegre e depois em São Paulo. A empresa liderou o ranking das agências de publicidade no país durante 15 anos.
A MPM ganhou força nos anos 1960, através da publicidade do governo.
Até então, o setor de publicidade no país era dominado por empresas estrangeiras. A primeira conta pública obtida pela MPM foi durante o governo João Goulart, que era tio de Macedo. Jango tinha dado a publicidade da Caixa à americana McCann. Macedo cobrou nacionalismo do tio e obteve a conta para a MPM.
Depois vieram as do Banco do Brasil, Eletrobras e Petrobras. O bom relacionamento com Brasília se manteve durante o governo militar.
Em meados dos anos 70, a MPM virou a maior agência do país. As coisas só mudaram com o governo de Fernando Collor, em 1990. Em 1991, a MPM foi vendida para a britânica Lintas.
Corrêa foi ainda o primeiro presidente do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), nos anos 1980. Nos anos 1990, criou ainda o Cenp (Conselho Executivo das Normas-Padrão), que busca estabelecer boas práticas de concorrência no mercado publicitário.