Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Fecham-se as cortinas

Se fosse dada a Fiori Giglioti, um dos locutores mais importantes da história da crônica esportiva do Brasil, a oportunidade de narrar sua própria vida, provavelmente ele teria usado, na última quinta-feira (8/6), um dos seus mais famosos bordões: ‘Fecham-se as cortinas e termina o espetáculo, torcida brasileira…’.

Aos 77 anos, o narrador faleceu na capital paulista de falência múltipla dos órgãos, curiosamente às vésperas da abertura de mais uma Copa do Mundo, evento que conhecia como poucos, tantas foram as edições de que participou.

Fiori estava internado desde a semana anterior no Hospital Alvorada e não resistiu a complicações de uma operação no intestino, em decorrência de um câncer de próstata.

Nascido em Barra Bonita, no interior de São Paulo, começou sua carreira na Lins Rádio Clube, onde apresentava o programa de auditório Alô Gurizada. Tinha início ali uma trajetória de 60 anos dedicados ao rádio, na qual cobriu dez Copas do Mundo. Este ano ele não iria para a Alemanha e cobriria os jogos direto dos estúdios da Rádio Capital, seu último emprego.

Sua estréia na locução esportiva foi em 1952, na Rádio Bandeirantes, onde trabalhou por 38 anos. Ele pertenceu também às equipes da Jovem Pan, Record e Tupi. Entre os bordões que criou, além do já mencionado, os mais conhecidos são: ‘Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo…’; ‘O tempo passa… Tenta passar, mas não passa!’; ‘Crepúsculo do jogo’; ‘Agüenta coração!’; ‘Uma beleeeeza de gol!’; e ‘Um beijo no seu coração’.

Seu corpo foi enterrado no Cemitério do Morumbi, em São Paulo (SP).