Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Plano de segurança para jornalistas é vetado na Unesco

O Plano das Nações Unidas para Promoção da Segurança de Jornalistas e Questões de Impunidade não conseguiu aprovação durante a 28ª sessão bienal da Unesco, em Paris, nos dias 22 e 23/3, informa o Comitê Para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). Esperava-se que o Programa Internacional para o Desenvolvimento do Conselho de Comunicação da Unesco (IPDC), encarregado de reforçar o trabalho da mídia em países em desenvolvimento, apoiasse a iniciativa. Convidados das deliberações afirmaram que ela foi rejeitada por países como Brasil, Índia e Paquistão – onde, curiosamente, há alto índice de impunidade nos crimes contra profissionais de imprensa.

Embora a ação do IPDC tenha sido considerada um passo atrás, o plano será agora submetido a outro órgão da ONU para potencial aprovação. “Pelo menos 900 jornalistas foram mortos a trabalho nas últimas duas décadas. Mais de 600 deles foram assassinados e a maior parte dos casos permanece sem solução”, afirmou a diretora de Comunicação do CPJ, Gypsy Guillén Kaiser. “Estamos horrorizados com o fato desta oportunidade histórica para a comunidade internacional tomar ações concretas ter sido frustrada”.

Dentre muitos pontos, o plano estabelecia um mecanismo de parceria entre agências da ONU para avaliação da segurança de jornalistas, fortalecendo o papel do órgão para a promoção e proteção do direito à liberdade de opinião e expressão. O plano estimulava, ainda, a ajuda dos estados-membros, pedindo que aprovassem legislações que permitissem o julgamentode assassinos de jornalistas. Defendia também as parcerias entre a ONU e organizações de defesa da imprensa em campanhas globais pelo desenvolvimento de procedimentos de resposta a emergências para jornalistas e provisões para a segurança do trabalho jornalístico em zonas de conflito. Informações do CPJ [28/3/12].