Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Em Gaza, novos arsenais incluem “armas” das mídias sociais

Há muito tempo que existem ferramentas de guerra associadas ao conflito entre israelenses e palestinos: aviões de guerra, morteiros, mísseis Qassam. Agora, essa lista inclui o Twitter, o Facebook e o YouTube. Esta semana, a audiência do mundo inteiro teve uma percepção intensa do conflito na era das mídias sociais à medida que os militares israelenses lançavam uma ampla campanha através de vários canais da internet após realizarem um ataque aéreo que matou um dos principais comandantes militares do Hamas na Faixa de Gaza, na quarta-feira (14/11).

O ataque aéreo, que ocorreu após vários dias de ataques com mísseis lançados de Gaza contra alvos em Israel, foi confirmado pela conta no Twitter das Forças de Defesa de Israel (IDF) antes que os militares realizassem uma entrevista coletiva à imprensa.

As mais recentes tecnologias, incluindo o Twitter e o YouTube, foram particularmente adotadas pelo governo israelense, que talvez tenha lançado uma campanha de relações públicas sem precedentes pelas mídias sociais à medida que o conflito de agravava. As Forças de Defesa de Israel ficaram presentes em praticamente todas as plataformas disponíveis. Lançaram uma conta no Tumblr na quarta-feira, com infográficos mostrando como as forças israelenses minimizam os danos colaterais a civis palestinos. Além disso, prepararam páginas do Facebook em várias línguas e até têm uma página no Pinterest com fotos de tropas enviadas em missões humanitárias.

Escritórios atingidos

O exército israelense atacou dois prédios usados por jornalistas da rede britânica Sky News e da emissora com sede em Dubai, al-Arabiya, em Gaza no domingo (18/11), durante o quinto dia da campanha contra militantes. Pelo menos seis jornalistas ficaram feridos. Um dos prédios era usado pelo canal al-Quds, que serve de porta-voz do Hamas. A Associação de Correspondentes Estrangeiros em Israel emitiu uma carga expressando preocupação e observando que uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas diz que jornalistas cobrindo conflitos devem receber proteção. Segundo Avital Leibovich, porta-voz do exército israelense, os prédios incluíam infraestrutura de comunicação do Hamas. “O alvo não eram os jornalistas. Eles estavam servindo de escudo humano do Hamas”, disse. Informações da Reuters [16/11/12] e de Ernesto Londoño, Karin Brulliard e Abigail Hauslohner [The Washington Post, 18/11/12].