Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Declínio de 2% é boa notícia para a indústria nos EUA

No atual momento da indústria jornalística americana, a boa notícia é que as notícias ruins não estão ficando piores. A receita dos jornais nos EUA caíram apenas 2% no ano passado, em comparação a 2011, segundo dados da Associação de Jornais da América (NAA, sigla em inglês), principal grupo do setor.

Embora isso não seja, à primeira vista, motivo para comemoração, o leve declínio é novidade para uma indústria que vem sendo afetada nos últimos anos por competição online e vem perdendo, consistentemente, leitores e anunciantes. Nos últimos seis anos, foi registrada queda de 42% na receita dos jornais, segundo dados da NAA.

A receita com publicidade impressa continua a diminuir, caindo 9% no ano passado. O maior sinal de esperança é que algumas dessas perdas estão começando a ser compensadas por outras fontes. A receita com tiragem, por exemplo, cresceu 5%, impulsionada pelo aumento do preço de assinaturas impressas e digitais. Foi a primeira vez, desde 2003, que a receita de circulação cresceu.

Cerca de 450 dos 1.390 jornais diários americanos agora cobram por seu conteúdo online. Muitos deles – incluindo o Washington Post, que anunciou que passará a cobrar por conteúdo este ano – esperam que as assinaturas digitais tornem-se uma fonte significativa de receita, compensando a perda de anúncios. Os jornais parecem estar fazendo progresso em relação ao desenvolvimento de novos modelos de negócios além de apurar e distribuir notícias.

“O pior já passou”

Ações como e-commerce, patrocínio de eventos e consultoria para comerciantes locais sobre estratégias publicitárias digitais, entre outras, cresceram 8% no ano passado. Elas foram responsáveis por cerca de US$ 3 bilhões (quase R$ 6 bilhões) da receita total de US$ 38,6 bilhões (em torno de R$ 76 bilhões) da indústria. “A maior parte das projeções que vi afirmam que o pior já passou para os jornais”, diz Tom Rosenstiel, diretor-executivo do instituto American Press Institute, que ajudou a NAA a produzir os dados. “O que os dados mostram é que há algumas áreas de crescimento. O padrão é diferente do encontrado nos últimos anos”.

A recuperação econômica e o uso crescente de aparelhos móveis, cujos formatos assemelham-se ao impresso, podem impulsionar a indústria, opina Rosenstiel. No entanto, ele disse ser difícil projetar um índice de crescimento para as novas fontes de receita. No passado, muitos especialistas em mídia e mercado acreditaram que os anúncios online substituiriam a perda com os impressos, mas a publicidade digital cresceu em um ritmo menor do que o esperado e é responsável por apenas 10% das vendas de jornais.