Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Hamas fecha veículos de mídia

O Hamas, grupo islâmico que controla a Faixa de Gaza, fechou escritórios de veículos de mídia e de uma produtora de TV na semana passada, pelo que chamou de disseminação de matérias falsas e de trabalho para a TV israelense. Os escritórios fechados foram do canal al-Arabiya, com sede em Dubai, e da Maan, agência de notícias palestina com sede na Cisjordânia. Além disso, a produtora Lens foi fechada porque supostamente fornecia serviços para a I24 News, canal com sede em Israel em árabe, inglês e francês.

Ismail Jaber, procurador-geral do Hamas, disse que seu escritório recebeu reclamações que a al-Arabiya e a Maan "espalharam rumores e inventaram notícias", assim como forneceram informações que "ameaçaram a paz social e prejudicaram o povo palestino e a sua resistência". Ele acrescentou que os fechamentos eram temporários.

A al-Arabiya e a Maan divulgaram que líderem do Irmandade Muçulmana no Egito foram para Gaza depois que o Exército tirou do poder, nesse mês, o presidente Mohamed Morsi. As matérias atribuíam a informação a fontes não identificadas e veículos de notícias de Israel, alegando que seis líderes da Irmandade estavam conduzindo atividades pró-Morsi no Egito de um quarto de hotel na cidade de Gaza.

Um funcionário da Lens disse que o escritório de mídia do governo, administrado pelo Hamas, contou que a empresa estava violando uma decisão do governo de janeiro para proibir jornalistas palestinos em Gaza de trabalhar ou fornecer serviços para organizações de notícias de Israel. Uma hora depois, a polícia invadiu o local com uma ordem de fechamento do procurador-geral.

O Hamas, que venceu eleições em 2006 e tomou total controle de Gaza em 2007, é uma derivação do movimento da Irmandade Muçulmana do Egito. Nas vésperas da retirada de Morsi do poder, as tensões entre militares egípcios e o Hamas cresceram. Militares egípcios disseram à mídia estatal que lutadores e snipers do Hamas estavam indo para o Egito para lutar com manifestantes anti-Morsi e colunistas acusaram o Hamas de interferir nas relações do Egito.