Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Reuters evita questões sobre morte de freelancer de 17 anos

A morte de um jovem de 17 anos que trabalhava como fotógrafo freelancer para a Reuters na Síria levantou questões sobre a proteção e a responsabilidade sobre jornalistas em zonas de guerra. Molhem Barakat morreu no dia 20/12 quando cobria um conflito em Aleppo entre grupos rebeldes e forças leais ao presidente Bashar al-Assad. Barakat começou a enviar fotos para a Reuters em maio, e nos últimos meses diversas imagens foram distribuídas para veículos de diferentes países por meio da agência.

A fotojornalista britânica Hannah Lucinda Smith, amiga do jovem, lembrou do interesse do amigo em se juntar à al-Qaeda antes de começar a trabalhar como fotógrafo, e disse que se recusou a trabalhar com ele porque não queria assumir a responsabilidade “sobre um jovem de 17 anos sem treinamento para zona de guerra e pouca experiência”.

Hannah Lucinda conta que, ao ver que a Reuters estava publicando as imagens de Barakat, esperou que a agência estivesse assumindo responsabilidade por ele. Essa preocupação levou outros jornalistas a questionar se era apropriado à agência usar o trabalho de um adolescente em uma zona de conflito. “Estamos profundamente tristes pela morte de Molhem Barakat, que vendeu fotos à Reuters como freelancer. Para proteger os muitos jornalistas em campo em uma zona perigosa e volátil de guerra, achamos que é inapropriado fazer mais comentários no momento”, afirmou a Reuters.

A questão é complexa. Um jovem manda fotos de um país com poucos jornalistas, que são boas o suficiente para a agência distribuí-las. Com suas imagens sendo cada vez mais usadas, ele achou que poderia se descrever como fotógrafo da Reuters em sua página no Facebook. A agência, entretanto, sempre destacou que ele era freelancer, e não um funcionário contratado.