Tuesday, 16 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

EUA relaxam acusações contra jornalista por vazamento de dados

O governo dos EUA apresentou uma proposta para encerrar algumas das acusações abertas contra o jornalista Barrett Brown, que foi indiciado em 2012 por postar em um chat um link para documentos que haviam sido vazados. A proposta apresentada derrubaria 11 acusações relacionadas a roubos originadas na suposta participação de Brown em um ataque hacker à companhia de inteligência privada Stratfor, em 2011. Se fosse condenado por todas as acusações, o jornalista poderia ser sentenciado a até 100 anos de prisão.

Brown, que trabalhou com hackers afiliados ao grupo Anonymous para investigar o conteúdo de cinco milhões de e-mails internos roubados da empresa, postou em um bate-papo online um hyperlink que levava a alguns dos arquivos vazados da Stratfor que incluíam dados de cartões de crédito.

Interesse jornalístico

Segundo Kevin Gallagher, fundador de um fundo de defesa para Brown, o jornalista não possuía os arquivos e nem esteve envolvido no roubo de informação – ele simplesmente investigava o material e postou o link. “Sua intenção era puramente jornalística, não criminosa”, afirmou.

Durante o curso do julgamento, Brown bateu de frente com os promotores federais, frequentemente concedendo entrevistas. Ele acabou sendo proibido, por uma ordem judicial, de fazer pronunciamentos públicos sobre o caso que não fossem de “interesse público”.

As acusações sofridas pelo jornalista se assemelham às abertas contra hackers envolvidos em operações do Anonymous. Brown continua sendo acusado de possuir dispositivos com acesso não autorizado com o objetivo de fraude e também responde a três acusações de tentativa de divulgar informações sobre um agente federal.