Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Estudo analisa impacto das redes sociais no jornalismo esportivo

O crescimento das redes sociais acabou tendo um impacto muito grande na maneira como as notícias são reportadas. Hoje, redes como o Twitter e o Facebook são usadas constantemente para atrair tráfego para os sites dos jornais. Uma das profissões que mais tiveram que se adaptar a essa mudança foi a de jornalista esportivo.

As redes sociais permitiram que esses jornalistas construíssem uma rede de seguidores fiéis – que os seguem não apenas para saber as reportagens sobre uma partida, mas para descobrir os bastidores dos seus times, furos e análises. Ironicamente, um estudo recente mostrou que boa parte dos jornalistas esportivos não gosta de utilizar as redes sociais.

“Algo interessante e que nós não esperávamos foi a negatividade em torno da rede social”, conta Edward Kian, professor da Universidade Estadual de Oklahoma e um dos autores do estudo. “Eles reconheceram que as suas matérias estavam sendo mais lidas por pessoas ao redor do mundo, e que isso era positivo. Mas o consenso geral era de que não gostavam de interagir nas redes e também do tempo que precisavam gastar nelas.”

De acordo com o estudo, os jornalistas dos grandes jornais utilizam mais o Twitter, mas apenas os jornalistas mais jovens se sentem mais confortáveis em interagir com os leitores. O uso constante do Twitter pode ajudar os jornalistas a estabelecer uma rede de seguidores que, em alguns casos, pode até ajudar a salvar seus empregos: um dos entrevistados disse que, se não fosse pela sua presença nas redes sociais e pela sua capacidade de atrair leitores para o seu blog no site do jornal, provavelmente teria sido demitido.

O furo, instantâneo

A pesquisa também mostrou como o uso constante do Twitter pelos jornalistas esportivos alterou a forma como um furo de notícias é divulgado. Hoje, diferentemente do que ocorria quando a informação era segurada para ser publicada no jornal do dia seguinte, a notícia é postada logo que é obtida – na maioria das vezes nas redes sociais ou avisando os leitores através delas. Assim, de acordo com alguns entrevistados, a pressa para dar a informação o mais rápido possível acaba fazendo com que, às vezes, a notícia seja divulgada sem que eles tivessem a possibilidade de fazer uma apuração ou uma reportagem mais completa.