Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Grupo de defesa da privacidade abre queixa contra o Facebook

O Electronic Privacy Information Center (EPIC), grupo americano de proteção da privacidade do consumidor, apresentou na semana passada [3/7] uma queixa formal à Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) contra o Facebook. A queixa é uma reação à recente revelação de uma controversa pesquisa realizada pelo site, que manipulou o feed de notícias de cerca de 700 mil usuários a fim de avaliar se o conteúdo exibido era capaz de afetar as emoções daqueles que o vissem.

Além da queixa do EPIC à FTC, agências reguladoras em Dublin – onde fica a sede europeia do Facebook – e no Reino Unido já começaram investigações para determinar se o site de fato violou a privacidade de seus usuários. Uma das alegações diz que o estudo foi uma violação da política de privacidade do Facebook vigente à época de sua realização. Embora atualmente o Facebook divulgue explicitamente que utiliza dados pessoais de seus usuários em pesquisas, tal cláusula só foi adicionada aos Termos de Uso da rede social quatro meses após a condução do estudo polêmico. O EPIC também acusa o Facebook de fornecer informações pessoais de seus usuários a terceiros sem consentimento.

“Experimento pequeno”

Adam Kramer, cientista de dados do Facebook e responsável por liderar a pesquisa em janeiro de 2012, chegou a pedir desculpas em seu perfil, no entanto o Facebook não admitiu oficialmente que o estudo tenha sido um erro ou que seus controles internos tenham sido inadequados.

Em uma entrevista à emissora indiana NDTV na semana passada, Sheryl Sandberg, chefe de operações do Facebook, minimizou a polêmica, classificando a pesquisa como “um pequeno experimento com duração de uma semana” (Sheryl começou visivelmente tensa e hesitante ao se explicar sobre o episódio em questão). Ela reiterou que o Facebook nunca tentaria manipular usuários para influenciar o resultado de uma eleição, por exemplo.

Em nota enviada à agência de notícias AFP, o Facebook informou estar disposto a colaborar com todas as investigações.

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