Thursday, 18 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Conselho da BBC defende ampliação de presença feminina

A BBC recebeu instruções para ajustar um permanente “desequilíbrio de gênero” entre seus apresentadores após receber críticas de ouvintes e espectadores. Em seu relatório anual, o Conselho da rede pública britânica defendeu que seja posto em prática um plano coordenado visando a sanar essa deficiência, apesar de várias iniciativas anunciadas pelo diretor-geral Tony Hall desde que assumiu o cargo, no ano passado. O Conselho também destacou uma inexplicável diferença de salários, embora já tenham sido tomadas medidas para diminuir a defasagem salarial de gênero.

Um estudo feito pelo Women’s Media Center, nos EUA, mostra que o problema abrange os canais de notícias de modo geral, destacando que os noticiários têm um homem como âncora durante 60% do tempo.

Refletir a diversidade

No relatório, o Conselho da BBC apresenta uma proposta para “melhorar a representação de mulheres” na rede. “Queremos que a BBC faça progressos mensuráveis e reflita a diversidade da população do Reino Unido, em especial aumentando o número de mulheres no ar”, defende o documento.

No início de julho, a estação radiofônica Radio 5 foi criticada depois de anunciar que duas de suas mais conhecidas apresentadoras, Victoria Derbyshire e Shelagh Fogarty, seriam substituídas por dois homens, Adrian Chiles e Peter Allen. Em sua avaliação do desempenho da emissora, o Conselho da BBC diz: “A análise de conteúdo sugere um contínuo desequilíbrio de gênero na produção da BBC e avaliamos a necessidade de um plano coordenado para ajustar isso como parte de uma estratégia mais ampla de diversidade.”

Nas últimas semanas, Tony Hall anunciou várias iniciativas para aumentar a representação de pessoas negras, asiáticas e de minorias étnicas na BBC, tanto entre os funcionários como na televisão.

Já um relatório sobre igualdade salarial na BBC revela que a defasagem salarial de gênero como um todo caiu 0,5% desde 2012, mas que 10,6% das pessoas têm uma diferença salarial – inexplicável – de mais de 5%.