“O governo federal deveria revogar a proibição da maconha”. A frase veio do conselho editorial do New York Times. O jornalão nova-iorquino publicou em sua edição de domingo [27/7] o primeiro capítulo de uma série em seis partes sobre a legalização da maconha nos EUA.
O conselho editorial afirma que seus membros discutiram os prós e contras da legalização “inspirados no crescente movimento entre os estados para reformar as leis da maconha”. Nos EUA, há leis federais e estaduais. “Faz mais de 40 anos que o Congresso aprovou a proibição atual da maconha, infligindo grande dano à sociedade apenas para proibir uma substância bem menos perigosa do que o álcool”, diz o editorial.
Ainda que acreditem que existam questões difíceis sobre a legalização, os membros do conselho consideram que não há “respostas perfeitas”, assim como elas não existem para o consumo e comércio de álcool e tabaco. Para o jornal, deve-se levar em conta o alto custo social das leis que proíbem a maconha. De acordo com números do FBI, em 2012 houve 658 mil prisões por posse de maconha, enquanto foram contabilizadas 256 mil prisões por posse de cocaína, heroína e derivados.
“Há um debate genuíno entre cientistas sobre os efeitos da maconha na saúde, mas nós acreditamos que há evidências fortes de que o vício e a dependência são problemas relativamente pequenos, especialmente em comparação ao álcool e ao tabaco. O uso moderado da maconha não parece representar um risco para adultos saudáveis”, defende o editorial, ressaltando que o consumo deveria ser permitido apenas para maiores de 21 anos.
Dos 50 estados americanos, 23, além da capital federal, aprovaram o uso de maconha medicinal. Dois estados, Colorado e Washington, já legalizaram o consumo de maconha com fins recreativos.