Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

‘Paywalls’ menos rígidos atraem mais usuários

Qual modelo de paywall consegue atrair e manter mais leitores, um mais restrito, que cobra por todo o conteúdo disponibilizado, ou um mais frouxo, que permite que o usuário leia mais notícias sem ter que pagar por elas? Peter Marsh, executivo da Newscyce, firma especializada em fornecer software para empresas de mídia, fez uma pesquisa com 45 companhias de jornais para descobrir a resposta.

De acordo com Marsh, 73% dos jornais pesquisados cobram algum tipo de assinatura para os leitores terem acesso ao conteúdo online de suas publicações, e 40% desses 73% implantaram um sistema rígido de paywall –uma espécie de “muro” digital que impede o acesso gratuito ao conteúdo dos sites. Os outros 60% utilizam sistemas de paywall menos restritos, em que os leitores podem acessar gratuitamente determinado número de artigos.

Segundo a pesquisa, jornais que utilizam sistema de paywall mais rígido têm taxas de retenção de clientes menores (de 15 a 20%) do que aqueles com paywalls mais frouxos (58,5%), sendo que em alguns casos a taxa de retenção chega a 90%.

Os números, segundo Marsh, levaram executivos a mudar de ideia sobre qual sistema adotar. Um jornal de médio porte que removeu seu sistema de paywall rígido viu aumento significativo no número de visualizações e na receita online, por exemplo.

Para alguns executivos de jornais, conseguir fazer versões digitais melhores e mais interativas dos suas publicações é algo necessário quando se pensa no futuro dos paywalls. Apesar das opiniões dos executivos entrevistados para a pesquisa divergirem no debate sobre conteúdo pago vs. conteúdo grátis, Marsh afirma que existe um consenso geral quanto à necessidade de uma melhor integração entre os conteúdos oferecidos. “Todos os canais precisam ser integrados e capazes de transformar o conteúdo de maneira atrativa para o usuário e que nos possibilite vendê-lo em pacotes”, afirmou um destes executivos.