Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Um fundo global para ajudar jornalistas em perigo

Uma proposta baseada em um programa de sucesso que protege acadêmicos ameaçados por regimes autoritários pretende ajudar os jornalistas que trabalham sob risco. Nos últimos 22 anos, 1.059 profissionais de imprensa foram mortos enquanto faziam seu trabalho. Ao redor do mundo, cerca de 430 jornalistas estão exilados de seus países de origem. A cada dia que passa, governos e instituições não governamentais perseguem e ameaçam estes profissionais. Em muitos países do mundo, a liberdade de imprensa é minada por leis autoritárias, criadas para dificultar o trabalho jornalístico.

A proposta da criação de um fundo de resgate para jornalistas foi apresentada por Raju Narisetti, vice-presidente sênior de estratégia da News Corp e membro do conselho do Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ), em artigo no site do Nieman Journalism Lab. O fundo formaria uma rede global para oferecer aos jornalistas sob ameaça posições em universidades de jornalismo ao redor do mundo ou cargos por um curto período de tempo em organizações de mídia em outros países. Assim, eles poderiam continuar a exercer sua profissão sem temer pelas suas vidas.

A ideia de Narisetti é inspirada no programa “Fundo de Resgate para Acadêmicos” (Scholar Rescue Fund, em inglês), que nos últimos 10 anos ajudou cerca de 500 acadêmicos de 48 países – a maior parte deles professores – recolocando-os em universidades fora dos seus países de origem para que pudessem continuar a trabalhar sem ameaças.

Narisetti sugere que organizações reconhecidas como o Instituto de Educação Internacional (IIE) – responsável pelo Fundo para Acadêmicos – e o Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ) pudessem administrar em conjunto o projeto para jornalistas, trabalhando em parceria com a ONG Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), que já oferece assistência de emergência para jornalistas sob risco.

“Um Fundo de Resgate para Jornalistas, tendo como modelo do fundo para acadêmicos, estaria no centro de crenças profundas sobre mercados e sociedades livres, o valor da imprensa livre e o crescente papel da tecnologia em ajudar as comunidades e os debates jornalísticos em todo o mundo”, afirma Narisetti, que também faz parte do Instituto de Educação Internacional.