Tuesday, 07 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

Jornais adotam ferramenta para receber material de informantes

O jornal canadense The Globe and Mail se tornou o primeiro veículo de seu país a adotar o sistema SecureDrop, criado para receber de forma segura material de informantes e fontes. O objetivo do jornal é criar um canal seguro que impeça que terceiros interceptem ou reconstruam a cadeia de comunicação entre as fontes e os jornalistas. A ferramenta já é utilizada por jornais como New York Times, Guardian e Washington Post.

Desenvolvido e distribuído pela Fundação Freedom of the Press, o SecureDrop encripta automaticamente mensagens e arquivos enviados. A única maneira de decodificar esse material é utilizando uma máquina localizada na sede do Globe and Mail. Por medida de segurança, essa máquina não pode ser conectada à internet.

“Grandes organizações de notícias dependem que informantes corajosos e, muitas vezes, confidenciais garantam que as notícias sejam divulgadas. O SecureDrop é o equivalente no século 21 ao envelope lacrado. Ele proporciona uma maneira anônima para divulgar material que você acredita ser de interesse público, mas não tinha nenhuma outra forma de torná-lo público”, explica David Walmsley, editor-chefe do Globe and Mail. “Ao nos tornarmos a primeira organização de notícias canadense a utilizar tecnologia de encriptação, estamos sinalizando a nossa intenção em buscar notícias agressivas e trabalhar protegendo a identidade de nossas fontes confidenciais”.

Um dos objetivos da Fundação Freedom of the Press ao desenvolver e distribuir o SecureDrop é garantir que fontes e informantes possam divulgar material sem correrem o risco de ser perseguidos e processados por governos. De acordo com a fundação, nos EUA, a administração Obama tem processado um número recorde de fontes. O diretor executivo da Freedom of the Press, Trevor Timm, diz que, para conseguir descobrir a identidade das fontes, o governo americano conta com informações telefônicas e comunicação via e-mail cedidas pelas empresas de telecomunicação. “O que o SecureDrop tenta fazer é eliminar completamente do processo esta terceira parte”, afirma.

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