Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Suécia pode interrogar fundador do WikiLeaks em Londres

Promotores suecos afirmaram [13/3] que aceitam interrogar o criador do WikiLeaks, Julian Assange, em Londres sobre as acusações de estupro de duas mulheres em 2010. Depois de um impasse de quase três anos, em que as autoridade suecas insistiam que ele deveria ir a Estocolmo depor sobre as acusações, os promotores que cuidam do caso afirmaram que pediram permissão a Assange para interrogá-lo na embaixada do Equador em Londres, onde ele está refugiado desde 2012.

Assange, que nega as acusações, recusava-se a ir para a Suécia argumentando que o país poderia enviá-lo aos EUA, onde enfrentaria julgamento pelo vazamento de informações confidenciais militares e diplomáticas.

Pressa

Per Samuelson, um dos advogados do criador do WikiLeaks disse que o pedido foi visto com bons olhos, porém expressou preocupação com uma possível demora para sua aprovação, já que será necessário esperar que os governos do Equador e do Reino Unido aprovem a solicitação. “Ele não quer nada mais do que ter a oportunidade de dar a sua versão do que aconteceu e limpar o seu nome”, afirmou Samuelson.

Uma das razões para a mudança de tom da promotoria sueca é o fato de que vários crimes de que Assange é suspeito irão prescrever em agosto de 2015. A promotora do caso, Marianne Ny, disse que ainda acredita que questioná-lo na embaixada irá afetar a qualidade do interrogatório e que, se o caso for a julgamento, ele precisará ir à Suécia prestar depoimento, porém a urgência e o pouco tempo disponível fizeram com que ela acreditasse que o melhor, no momento, é ouvi-lo. A Suprema Corte Sueca analisa, atualmente, o pedido de Assange para suspender a ordem de prisão contra ele, e pediu que a promotora desse o seu parecer antes que uma decisão pudesse ser tomada.

Porém, mesmo se ficar livre das acusações da justiça sueca, Assange ainda corre risco de ser preso pela polícia britânica por ter fugido enquanto estava sob fiança esperando a justiça do Reino Unido analisar um pedido europeu de prisão emitido pela Suécia.