Recebemos informações demais. A conclusão é de um estudo conduzido na Escola de Comunicação da Universidade do Sul da Califórnia e publicado na Science, que sentenciou: hoje, somos bombardeados diariamente com quantidade de dados equivalente a 174 jornais. Em 1986, este número era cinco vezes menor.
A quantidade de fontes de comunicação aumentou, e com ela o volume da informação que chega a nós. Internet, e-mails, televisão 24 horas e telefones celulares estão presentes de forma significativa em nosso cotidiano. Junte-se aí, mais recentemente, o fenômeno das redes sociais, microblogs e o aumento da comunicação via mensagens de texto.
Toda esta informação precisa ser guardada, e hoje cada um de nós tem o equivalente a 600 mil livros armazenados em computadores e microchips. O cálculo do tamanho da revolução da informação na era digital foi feito pelos pesquisadores Martin Hilbert, da Universidade do Sul da Califórnia, e Priscila López, da Universidade Aberta da Catalunha. Eles usaram uma fórmula complexa para chegar à quantidade média de informação armazenada e enviada no mundo em todos os meios possíveis – de computadores a cartas colocadas no correio.
Números
A equipe pesquisou 60 categorias de tecnologias analógicas e digitais entre 1986 e 2007. Usando uma analogia de um jornal com 85 páginas, os pesquisadores descobriram que em 1986 nós recebíamos o equivalente a 40 jornais de informações por dia. Em 2007, este número já chegava a 174 jornais. Há 24 anos nós enviávamos diariamente – por correio, telefone e fax – o equivalente a duas páginas e meia de jornal. Em 2007, com a entrada do e-mail, da fotografia digital e ferramentas como Twitter e Facebook, este número subiu para seis jornais.
Há dez anos, a grande maioria da informação era armazenada em vídeo e fitas de áudio. A grande mudança do meio analógico para o digital ocorreu em 2002, e hoje mais de 90% de todos os dados no mundo são armazenados digitalmente. A capacidade mundial para as telecomunicações de duas vias, como internet e redes de telefonia, cresceu 28% por ano, enquanto o fluxo de informação de uma via, como televisão e rádio, teve aumento bem mais tímido: 6% ao ano.
Ainda que a quantidade de informação no mundo seja hoje enorme, Hilbert ressalta que ela ainda é minúscula perto da quantidade de informação existente na natureza. ‘Comparados à natureza, somos humildes aprendizes. Se tentássemos armazenar o nome de cada estrela no Universo, conseguiríamos chegar apenas a um por cento’. Com informações de Richard Alleyne [The Telegraph, 11/2/11].