Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

APA quer proibir comerciais para crianças nos EUA

A Associação Americana de Psicologia (APA) disse que o governo americano deve proibir comerciais de TV para crianças com menos de nove anos, ou exigir mudanças para evitar que sejam presas de marqueteiros. Segundo o psicólogo Dale Kunkel, da Universidade da Califórnia-Santa Bárbara, autor de um artigo da APA tido como a primeira manifestação pública do grupo em relação ao assunto, há evidências inequívocas de que crianças não percebem que as propagandas são tentativas manipuladoras de vender produtos. Além disso, são rapidamente persuadidas pelos anúncios.

O assunto coincide com o alarme sobre o rápido aumento de obesidade infantil nos EUA. ‘Muito do que é anunciado às crianças é junk food, e os anúncios funcionam’, disse Kunkel. De acordo com Marilyn Elias [USA Today, 24/2/04], a APA quer uma série de restrições que podem chegar à proibição. Entre as normas que a associação tenta aprovar está a necessidade de mensagens mais claras para sinalizar que o programa terminou e que começaram os comerciais – por exemplo, personagens de TV queridos pelas crianças não devem fazer propaganda de produtos para elas.

Os pais aprovaram o posicionamento da APA, de acordo com Betsy Taylor, do Center for a New American Dream, grupo que favorece comportamento responsável do consumidor. ‘Muitos pais trabalham por longas horas. Não podemos administrar cada momento dos dias das crianças’, disse.

Do outro lado, Patrick Trueman, do conservador Family Research Council, diz que ‘abolir anúncios significa eliminar a TV para crianças; quem vai pagar por isso?’ Para Dan Jaffe, da Associação Nacional de Anunciantes, qualquer tentativa de proibir anúncios na programação infantil ‘levantaria questões muito sérias sobre o cumprimento da Primeira Emenda’, que garante a liberdade de imprensa no país. Jaffe rejeita qualquer ligação entre os anúncios de TV e obesidade infantil. Segundo ele, países que proíbem publicidade para crianças, como a Suécia, têm taxas de obesidade mais altas que algumas nações que a tolera.