A repórter Roxana Saberi foi libertada na segunda-feira (11/5) depois que um tribunal iraniano suspendeu sua sentença de oito anos de prisão por espionagem. Saleh Nikbakht, um dos advogados da jornalista, afirmou que a audiência de apelação foi realizada no domingo (10/5) e que o tribunal aceitou os argumentos da defesa. A sentença de oito anos foi reduzida a dois, com direito a suspensão. Desta forma, Roxana está livre para deixar o país e, se não cometer delitos nos próximos anos, estará em dia com a justiça iraniana.
A jornalista havia sido presa no fim de janeiro por comprar uma garrafa de vinho, algo proibido no Irã. Logo depois, continuou detida por estar com a credencial de imprensa vencida. Posteriormente, foi acusada de espionagem para os EUA. Roxana, que tem dupla nacionalidade americano-iraniana, vivia no Irã desde 2003 e trabalhava como repórter freelancer para companhias internacionais, como a britânica BBC e as americanas National Public Radio e Fox News.
Em abril, em um julgamento a portas fechadas que durou menos de uma hora, ela foi condenada a oito anos de prisão. Em protesto, deu início a uma greve de fome que durou duas semanas. Na audiência de apelação, a defesa declarou que a acusação de espionagem para o governo americano deveria ser anulada porque o governo iraniano havia afirmado que não há hostilidade entre o Irã e os EUA. Após relações tensas durante o governo do Republicano George W. Bush, o presidente Barack Obama já indicou a possibilidade de abertura do diálogo com Teerã sobre o controverso programa nuclear do país, e o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad sinalizou que estaria disposto a conversar. Informações da AFP [11/5/09] e de Nazila Fathi [The New York Times, 11/5/09].