Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Associação Mundial de Jornais critica conselho da ONU

Durante o 61º congresso da Associação Mundial de Jornais (WAN, sigla em inglês), em Gotemburgo, na Suécia, a entidade e o Fórum Mundial de Editores condenaram o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (UNHRC, sigla em inglês) por seus ‘esforços para diminuir a liberdade de expressão’. ‘A WAN está preocupada com o que parece ser uma tendência negativa do Conselho dos Direitos Humanos da ONU contra a liberdade de expressão’, declarou a organização, referindo-se à decisão do conselho de investigar, a pedido da Organização da Conferência Islâmica (OIC, em inglês), casos de ‘abuso’ da liberdade de expressão quando esta levar a ‘discriminação religiosa’. A OIC pediu que um investigador especial analise se os ‘abusos’ dos direitos de expressão constituem um ato de discriminação racial ou religiosa.


A WAN considera que a atitude, apoiada pelo Paquistão, faz parte de uma ‘campanha retrógrada e perigosa para equiparar a análise crítica da religião ao racismo’. A organização, que representa 18 mil jornais em todo o mundo, pediu ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, para ‘garantir os padrões internacionais de liberdade de expressão, que deveriam ser apoiados pelo UNHRC e não prejudicados por ele’.


Críticas e pedidos


No evento, as duas entidades fizeram uma série de críticas. Elas condenaram as violações à liberdade de expressão durante as recentes eleições presidenciais no Zimbábue; condenaram a prisão de 14 jornalistas na Eritréia; e expressaram preocupação com a tendência de organizações esportivas de restringir a cobertura de fotos de seus eventos, tanto na plataforma impressa quanto nas digitais.


Também foram feitas algumas reivindicações: as organizações convidaram o presidente russo, Dmitry Medvedev, a promover a liberdade de expressão na Rússia; pediram a líderes africanos para abolir leis que tornam crimes calúnia e difamação; e ainda pediram a autoridades chinesas para, com a proximidade dos Jogos Olímpicos, libertar os jornalistas e ciberdissidentes do país. Informações de Stephen Brook [The Guardian, 3/6/08].