Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Balanço positivo para jornais britânicos da News Corp

Desde que começou a cobrar pelo acesso ao conteúdo online dos jornais londrinos Times e Sunday Times, em junho, a News Corporation já conseguiu atrair 105 mil clientes pagantes – seja por meio de assinatura mensal, compra para acesso de um dia, do aplicativo para iPad ou para Kindle. Além disso, outros 100 mil leitores ativaram as contas digitais gratuitas inclusas nas assinaturas impressas dos jornais.


A experiência da News Corp é observada de perto por analistas de mídia e anunciantes, já que o Times e o Sunday Times estão entre os primeiros jornais de importância nacional e interesse geral a cobrar por conteúdo. ‘Estes números mostram claramente que há uma grande quantidade de pessoas interessadas em pagar por jornalismo de qualidade em formatos digitais’ afirma Rebekah Brooks, executiva-chefe da News International, braço londrino da News Corporation que publica os dois jornais.


Nicho


O americano Wall Street Journal, também do grupo, já cobra pelo acesso online e, recentemente, outro jornal britânico da News Corp, o tabloide News of the World, passou a fazer o mesmo. Analistas de mídia consideram ser difícil convencer leitores a pagar por notícias na rede, tendo em vista a grande quantidade de informação disponível gratuitamente. No entanto, algumas publicações em áreas como negócios e finanças têm mostrado sucesso nas cobranças online. O Financial Times, por exemplo, tem 189 mil assinantes em seu site – que oferece um número limitado de artigos gratuitos antes de começar a cobrar pelo acesso. O New York Times tem planos de limitar o acesso a assinantes a partir do ano que vem.


Depois da mudança para o modelo pago, estimava-se que o número de visitantes dos sites do Times e do Sunday Times cairia 90%. Segundo o instituto de pesquisa Nielsen, entretanto, a média de visitantes únicos dos sites britânicos caiu 42%, para 1,78 milhão, no terceiro semestre de 2010. Mesmo com a queda de audiência, a News Corporation espera se beneficiar com o modelo, pois pode agora vender mais anúncios focados e gerar lucros de assinantes. Informações de Eric Pfanner [New York Times, 2/11/10].