Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Canal internacional a caminho

A França deu o pontapé inicial para a criação do Canal Francês de Informação Internacional (CFII), emissora de notícias que competirá com a CNN e deverá iniciar suas transmissões na segunda metade de 2006. O primeiro-ministro Dominique de Villepin assinou, na semana passada, acordo que inclui o financiamento do governo na joint venture entre o France Televisions, serviço público de transmissão francês, e a TF1, operadora comercial do canal mais assistido do país.

A emissora internacional transmitirá, além de noticiários, programação sobre a cultura local, atrações turísticas e desenvolvimentos tecnológicos, científicos e econômicos franceses. Segundo Renaud Donnedieu de Vabres, ministro da Cultura, o novo canal permitirá que a França exponha sua visão das notícias internacionais, visão esta ‘livre, moderna e pluralista’, e proteja seus ‘valores’.

Os programas serão transmitidos em francês, inglês e árabe e alcançarão o público na Europa, África e Oriente Médio por cabo, satélite e internet. No futuro, o canal planeja atingir ainda telespectadores de língua espanhola e transmitir para a Ásia, América Latina e América do Norte.

A CFII, que é considerada pelas autoridades francesas uma alternativa à influência das emissoras globais americanas e britânicas, receberá US$ 17,7 milhões de financiamento inicial do governo. O valor do fundo será aumentado para US$ 76,7 milhões no próximo ano e para US$ 81,9 milhões por ano entre 2007 e 2010. O financiamento governamental foi aprovado em junho pela Comissão Européia, que considerou o projeto como um ‘serviço de interesse econômico geral’.

Chris Cramer, diretor-administrativo da CNN International, declarou que a emissora francesa não representa uma ameaça para a rede americana. ‘Como a emissora pioneira da transmissão de notícias 24 horas por dia, a CNN dá as boas vindas ao crescimento do gênero, e a CFII se junta aos mais de 70 canais de notícias deste tipo existentes em todo o mundo’, afirmou. Informações da AP [30/11/05] e de Adam Jones [Financial Times, 30/11/05].