Uma das jornalistas internacionais mais conhecidas no mundo, Christiane Amanpour, correspondente-chefe da CNN, anunciou na semana passada que não fará mais reportagens para o programa 60 Minutes, da rede aberta CBS. Como informa David Bauder, da AP [12/5/05], ela contribuía com cerca de cinco matérias por temporada para a atração, que ainda é a revista eletrônica mais assistida nos EUA. Deixar um programa desta importância seria algo difícil de se imaginar para qualquer jornalista – a última vez que alguém o fez voluntariamente foi em 1991.
Pessoas próximas a Christiane dizem que ela andava preocupada com a perda de importância – para a direção do 60 Minutes – das reportagens internacionais de impacto que ela estava produzindo. Na atual temporada, a jornalista fez apenas duas matérias para o programa: um perfil do presidente ucraniano Viktor Yushchenko e um relato sobre o trabalho de uma unidade de apoio psicológico enviada ao Iraque para ajudar os soldados americanos em combate.
O 60 Minutes tem uma edição às quartas-feiras e outra aos domingos, produzidas por equipes distintas. Após o caso da reportagem em que George W. Bush foi acusado de receber tratamento privilegiado quando servia na Guarda Nacional, nos anos 70, baseada em documentos provavelmente falsos, a edição de meio de semana ficou desacreditada e há especulações sobre seu possível fim. Com isso, sobrariam mais correspondentes para o programa dominical e Christiane ficaria ainda com menos espaço.