Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Comitê sírio lança campanha de direitos humanos

Às vésperas do 56º Dia Mundial dos Direitos Humanos, comemorado em 10/12, a organização Repórteres Sem Fronteiras pediu que o presidente da Síria, Bashar al-Assad, desse fim aos ataques à liberdade de imprensa em seu país. O Comitê pela Liberdade de Prisioneiros Políticos sírio já havia lançado uma petição, em 18/11, pela libertação de 400 prisioneiros políticos e cerca de 200 curdos presos desde março. A campanha pretendia culminar com um protesto em frente ao gabinete ministerial, em 10/12. O líder do comitê, Anwar al-Bunni, lamentou à RSF [8/12/04] que nenhuma mídia síria tenha mencionado a campanha. Porém, afirmou que não estava surpreso com isso, já que a imprensa do país é completamente ‘escrava do controle do governo’ e não ousa bater de frente com as autoridades, temendo represálias.

Prisões e proibições

A RSF lembrou que o último ataque à liberdade de imprensa no país foi a prisão do jornalista sírio-curdo Taha Hamid, em 2/12, quando ele retornava da Turquia. De acordo com al-Bunni, ele foi mantido na prisão do serviço de inteligência militar em Damasco até 5/12. Hamid fugiu para a Turquia depois dos conflitos de março entre curdos, tribos árabes e forças de segurança sírias, em Kamishli. Outro jornalista sírio, Luai Hussein, que escreve sobre corrupção para a imprensa libanesa, foi proibido de escrever pelo ministro do interior.

O estudante de jornalismo Massud Hamid está preso na penitenciária de Adra há mais de 16 meses e há notícias de que ele tenha sido torturado. Hamid foi preso em 24/6, depois de publicar fotos de uma manifestação pacífica curda no sítio www.amude.com. A Corte de Segurança do Estado condenou o estudante a três anos de prisão por ‘pertencer a uma organização secreta’ e ‘defender a transferência de uma parte da Síria para outro país’. A libertação imediata do estudante é uma das exigências do Comitê pela Liberdade de Prisioneiros Políticos.

A Síria encontra-se hoje em 155º lugar no terceiro ranking anual de liberdade de imprensa feito pela RSF. O presidente al-Assad foi colocado na lista dos 32 maiores ‘predadores da liberdade de imprensa’, criada pela organização.