Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Comunique-se


ERRO
Sérgio Matsuura


Em barriga, Veja atribui a Serra frase contra Lula


‘A Veja desta semana traz, em sua versão impressa, uma frase erroneamente atribuída ao governador de São Paulo, José Serra. ‘Há aqueles que se alienam, não lêem jornais, têm azia. E há outros que enfrentam a crise’. Na verdade, a fala, que faz referência à entrevista concedida pelo presidente Lula à revista piauí, foi dita pelo deputado federal Mendes Thame (PSDB-SP).


Abatido, o autor da ‘barrigada’, Júlio Cesar Barros, admite o erro.


‘Foi barbeiragem minha. Foi erro meu. Uma barriga daquelas. Eu li a reportagem do Estadão e acabei pegando essa frase. Nós já corrigimos a edição online. Está tudo explicado’, disse o editor da seção Veja Essa, onde a frase foi publicada.


A frase foi retirada de matéria publicada pelo O Estado de S. Paulo no dia 16/01 com o título de ‘Governador prometeu investir R$ 3,9 bilhões em estradas’. Nela, entre as várias falas de Serra, existia uma de Thame, exatamente a escolhida por Barros.


A versão online da Veja publicou, nesta segunda-feira, nota explicando o erro.


‘No evento citado, ocorrido na quinta-feira passada (15/01), a frase foi dita – mas pelo deputado Mendes Thame, como registra a edição do jornal O Estado de S.Paulo do dia seguinte. Serra fez um longo discurso de balanço de governo na ocasião (…), mas em nenhum momento criticou, direta ou indiretamente, o presidente Lula ou o governo federal, ainda que a matéria citada do Estadão possa passar idéia diferente’, diz a nota.


O erro foi reproduzido em outros veículos de imprensa, como o Blog do Noblat.’


 


DESABAMENTO
Carla Soares Martin


Grupos de Fiéis da Renascer tentam impedir cobertura com agressão


‘Maria Manso, da Rede Globo; Heloísa Gomide, da Globonews; Sílvia Damasceno, da Record; Daniel Lian e Francisco Palitos, da Jovem Pan. Estes foram alguns dos profissionais agredidos por grupo de fiéis da Igreja Renascer em Cristo que, descontrolados pelo desabamento da sua sede mundial, na Avenida Lins de Vasconcelos, no Cambuci, tentavam impedir a cobertura da mídia.


‘Fomos um dos primeiros a chegar (equipe da Rede Globo). Maria (Manso) estava relatando o incidente quando nós (repórter César Menezes e equipe) estávamos buscando uma casa para narrar, de cima, o desabamento. Fiquei sabendo que estavam batendo, dando soco na Maria e vim correndo. Quatro homens fizeram uma roda e deram socos nela. Gritavam que não queriam a mídia lá’, relata o jornalista da TV Globo.


Maria Manso ficou ‘chocada’, conta César Menezes. A equipe da Globo ficou tão receosa que começou a fazer as entradas, para o Fantástico, a quatro quarteirões do incidente. Heloísa e Sílvia contam que também foram empurradas.


A população se estendia a sete quarteirões ao redor da Igreja Renascer por volta das 19h, quando a equipe de resgate tentava realizar seu trabalho. Havia muitos populares; os quarteirões estavam lotados; as lojas fechadas. Fiéis da Igreja se dividiam em modos de ação. Alguns clamavam a Jesus para que os ‘maus-elementos’, que não estavam lá na hora do resgate de boa-fé, fossem embora e deixassem a equipe dos Bombeiros e enfermeiros trabalharem. Muitos foram convocados para ajudar, levando água para quem estava trabalhando e consolando fiéis que tinham vítimas no local. Outros, com medo de que a imprensa fizesse um trabalho ‘contra’ a Igreja Renascer, agrediram os jornalistas como método de prevenção. Vira-e-mexe, um grupo de cerca de dez pessoas ultrapassava o cordão de isolamento da Polícia Militar e tentava fazer um cordão humano na frente da igreja como forma de manifestação da fé e, também, numa clara oposição aos jornalistas.


Marcelo Moreira, da TV Bandeirantes, apesar de não ser agredido, bateu boca com os fiéis, buscando defender o seu trabalho. Pedia, insistentemente, para que a polícia retirasse aqueles fiéis e era prontamente atendido. Conta à reportagem que o jornalista free-lancer Paulo Teixeira também foi agredido e teve sua câmera roubada.


Daniel Lian, repórter da Jovem Pan, passou o pão que o diabo amassou. Foi um dos primeiros do veículo rádio a chegar. ‘Eu tomei tapa. Um fiel desligou meu telefone’, conta Lian. O técnico de áudio e externas Francisco Palitos, ao tentar ultrapassar o cordão de isolamento com os equipamentos de áudio, também levou. ‘Levei soco, cotovelada, empurrão’.


O que pensa a população sobre a mídia?


O fato é que, no meio de tanta gente, para um seleto grupo de fiéis da Igreja Renascer a imprensa não era bem-vista, era odiada. A repórter do Comunique-se tenta falar com um grupo de fiéis. Uma delas atende prontamente. Um casal, contudo, responde agressivamente. ‘Por favor, nos deixe em paz’. Ao fundo, ouve-se uma voz: ‘A mídia só noticia; não ajuda nada’. Os fiéis estavam perplexos com o que aconteceu e não sabiam como agir. Muitos lamentavam, outros oravam, outros agrediam.


Desabamento deixa dez mortos


O desabamento do teto da sede mundial da Igreja Renascer deixou dez mortos e 93 feridos. Na hora do incidente, às 18h50, cerca de 400 fiéis estavam na Renascer. Era intervalo de culto. Em 99, segundo o Estadão, o Contru, órgão que regula o uso de imóveis em São Paulo, havia lacrado a sede da Igreja Renascer por problema no teto, que estava corrompido por cupim. Na época, o fundador da Igreja, Estevam Hernandes, disse que o problema havia sido resolvido. Hernandes está nos Estados Unidos, onde cumpre pena por entrar irregularmente US$ 56 mil naquele país.’


 


IRAQUE
Comunique-se


Jornalista que atirou sapato em Bush quer asilo na Suíça


‘O jornalista iraquiano Muntadar al-Zaidi, que atirou um sapato contra o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, está pedindo asilo político na Suíça. A informação foi divulgada pelo jornal suíço Tribune de Geneve.


Al-Zaidi está preso em Bagdá desde de dezembro, enquanto aguarda seu julgamento. O seu advogado, Mauro Poggia, segundo o Tribune de Geneve, teme pela segurança do jornalista dentro da prisão. Diz ainda que ele não poderá retomar seu emprego no Iraque.


Poggia, que foi contratado pela família de Al-Zaidi, está rascunhando a carta que será enviada ao Ministério do Exterior da Suíça.


‘Mesmo com muitos iraquianos tendo apoiado sua ação, ele está a mercê de todos os tipos de extremistas (…) Sua vida poderia se tornar um inferno em seu próprio país’, disse Poggia.


O julgamento de Al-Zaidi chegou a ser marcado para o final de dezembro, mas foi adiado.


Com informações da BBC.’


 


ESPORTE
Comunique-se


Record derrota Globo e leva o Pan de 2015


‘A Record derrotou a Globo mais uma vez e levou os direitos de exclusividade de transmissão dos Jogos Pan-Americanos de 2015. A negociação com a Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa) foi concluída na última quinta-feira. Os valores não foram divulgados, mas o colunista da Veja Lauro Jardim afirma que o negócio gira em torno dos R$ 20 milhões. A competição ainda não tem sede definida.


A emissora também venceu a disputa com a Globo pela transmissão dos Jogos de Inverno de Vancouver, em 2010; do Pan de Guadalajara, em 2011; e da Olimpíada de Londres, em 2012.’


 


CONTEÚDO NA REDE
Bruno Rodrigues


Para lidar com Comunicação Digital (parte 2)


‘Como em todo nicho de mercado, a Comunicação Digital pede do profissional da área atributos que também lhe são exigidos em outras áreas de trabalho – o que difere esta atividade de outras é o nível de exigência que se pede de algumas das habilidades.


Enumero abaixo três atributos que considero os mais significativos, as habilidades que representam melhor o trabalho do comunicador no mercado de mídia digital. Após tantos anos vivenciando a área, vejo nestes três itens a eficiência necessária para encarar os desafios do mercado. A eles, então:


Humildade


Não existe verdade absoluta nesta área. Como legítima filha da Informática, a internet – e, por consequência, a web – apresenta novidades tecnológicas e de comunicação a cada mês. Isso, quando não surge algo novo a cada semana – mesmo. Desta forma, é muito arriscado afirmar que uma determinada ação é *a* recomendada para se atingir um determinado objetivo. Ela é a mais adequada *naquele momento*; é possível que, pouco tempo após, surja uma nova tecnologia que transforme a anterior em antiquada. Ou pior, que a tentativa que você fez acabe se provando ineficaz. Sim, isso pode acontecer. Que fique claro que, embora a todos vendam a web como uma mídia ‘madura’, ainda há muito para descobrir, acertar e errar nesta área. Como medida de segurança para não invalidar o trabalho e o investimento do cliente, cheque o que já foi feito na área com as ferramentas que você irá utilizar. Sempre haverá o risco, mas ele será minimizado.


Curiosidade


Se você deseja ficar em dia com o que acontece neste mercado, não adianta fazer um curso a cada semestre, checar mensalmente as revistas da área e trocar esporadicamente ideias com os colegas. Este método de atualização vale para outras áreas da Comunicação, mas não em um mercado cujo conhecimento se altera em um piscar de olhos. Eleja sites e blogs nacionais e internacionais que você irá checar diariamente; inscreva-se e participe de grupos de discussão; participe de congressos e cursos online. Aproveite que os recursos para atualização nesta área estão quase todos na própria web e vá em frente.


Flexibilidade


Nunca, em nenhuma outra mídia, foi tão necessário interagir com o público para entendê-lo. É preciso, mais que realizar pesquisas, travar contato direto – se possível individual – com os jovens da geração Y, os que mais lidam com a mídia digital. Daí virá a mudança de comportamento – a *nossa* mudança de comportamento. Antes, não entendíamos o porquê de se ter um perfil no Orkut; agora, é essencial estarmos nas redes sociais para compreender este público. Celular? Vamos usá-los muito além de sua função principal. Twitter? MSN? Assine e use. Não há como lidar com a geração Y sem realizar um trabalho de imersão.


Na próxima semana, o que merece atenção nesta área – e o que *não* merece.


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A próxima edição de meu curso ‘Webwriting & Arquitetura da Informação’ acontece em fevereiro no Rio. Para quem deseja ficar por dentro dos segredos da redação online e da distribuição da informação na mídia digital, é uma boa dica! As inscrições podem ser feitas pelo e-mail extensao@facha.edu.br e outras informações podem ser obtidas pelo telefone 21 21023200 (ramal 4).


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1. Para quem não conhece meu blog, dê uma checada no http://bruno-rodrigues.blog.uol.com.br.


2. Gostaria de me seguir no Twitter? Espero você em twitter.com/brunorodrigues.


(*) É autor do primeiro livro em português e terceiro no mundo sobre conteúdo online, ‘Webwriting – Pensando o texto para mídia digital’, e de sua continuação, ‘Webwriting – Redação e Informação para a web’. Ministra treinamentos em Webwriting e Arquitetura da Informação no Brasil e no exterior. Em sete anos, seus cursos formaram 1.300 alunos. É Consultor de Informação para a Mídia Digital do website Petrobras, um dos maiores da internet brasileira, e é citado no verbete ‘Webwriting’ do ‘Dicionário de Comunicação’, há três décadas uma das principais referências na área de Comunicação Social no Brasil.’


 


TORTURA
Milton Coelho da Graça


Stuart Angel, lembrança necessária


‘Manter a memória nacional é dever de todos os cidadãos – especialmente dos profissionais de imprensa – e, por isso, considero própria da natureza de meu trabalho em Comunique-se a divulgação deste e-mail, enviado pelo grupo Tortura Nunca Mais e recordando o que seria o 64° aniversário de Stuart Angel (neste domingo, 11/01), não tivesse sido assassinado por militares na base aérea do Galeão, no Rio de Janeiro:


‘Stuart Edgar Angel Jones também aniversaria. Faria 64 anos e certamente estaria convidando os camaradas para irem ao ‘limão sul’ ali no posto 6, comemorar seu aniversário. O lugar é uma referência à única vez que o vi. Ali ele estava com seu porte de atleta, sorriso nos lábios e os olhos brilhantes que possuem as pessoas que sonham, têm projetos, esperança e ousam.


‘Infelizmente, no dia 14/05/1971 (NB: aos 26 anos!), seus torturadores o assassinaram na Base Aérea do Galeão, depois de arrastá-lo com a boca presa ao cano de descarga (NR: de um jipe), por todo o pátio. Sua mãe (NB: Zuzu Angel, também já falecida) foi incansável na denúncia de seu assassinato e apontava como responsáveis os brigadeiros Burnier e Carlos Afonso Dellamora – chefe da base aérea e comandante do CISA, respectivamente, além do tenente-coronel Abilio Alcântara, o tenente-coronel Muiz, o capitão Lucio Barroso e o major Pena, todos da Aeronáutica. Além desses, Mario Borges e Jair Gonçalves da Mota, agentes do DOPS. (…) Nenhum deles foi sequer punido nas suas corporações…


‘Em memória do Stuart, levantemos um brinde!


‘Stuart vive!’


Para esclarecimento dos mais jovens, o brigadeiro Burnier também planejou a explosão do gasômetro do Rio, que seria atribuída a um atentado comunista. O plano só foi abortado pela corajosa recusa do capitão Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho, conhecido como ‘Sérgio Macaco’, comandante do Para-Sar. O Para-Sar era uma equipe de paraquedistas da FAB, dedicada a operações de salvamento.


O capitão Sérgio foi imediatamente colocado na reserva e só promovido a brigadeiro poucos dias depois de morrer em 1994, dez anos depois da reabertura democrática. O engraçado, se não fosse trágico, é que a Aeronáutica já lhe pagava o soldo de brigadeiro, mas os presidentes Sarney, Collor e Itamar não assinavam o decreto – um mínimo de justiça a seu ato de bravura e verdadeira honra militar – por puro medo.


(*) Milton Coelho da Graça, 78, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se.’


 


JORNAL DA IMPRENÇA
Moacir Japiassu


Meta: é falsa a notícia que a coluna reproduziu


‘Neste sepulcro


de secreta lava jaz


formosa mulher


(Jorge de Lima in Invenção de Orfeu)


Meta: é falsa a notícia que a coluna reproduziu


A propósito da nota intitulada ‘Meta’ é somente um tempo do verbo meter (releia aqui), a coluna recebeu a seguinte mensagem de Flavio Eduardo Silveira, Diretor Geral do Meta Instituto de Pesquisa de Opinião:


Prezado Sr. Moacir Japiassu,


O Sr. publicou em comunique-se uma notícia falta, baseada no Meio&Mensagem, sobre a Concorrência 02/2008 da Casa Civil do Governo Federal. Além de divulgar notícia falsa, fez vários insultos utilizando o nome de nossa empresa. Respondemos ao Meio&Mensagem, conforme matéria em anexo. Tudo partiu de uma matéria de O Globo, retificada pela própria autora Leila Suwwan (em anexo). Assim, pedimos reparação (em anexo).


Leia no Blogstraquis a resposta do Meta a Meio & Mensagem, a retificação de O Globo e o pedido de reparação.


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Melhores de 2008


O considerado Carlos Leonam, jornalista de escol, fotógrafo de grande excelência e, ainda por cima, torcedor de time bem-nascido, o Fluminense, envia três links com as melhores fotos de 2008, segundo o The Boston Globe. São um presente para todos nós. É clicar e curtir:


http://www.boston.com/bigpicture/2008/12/the_year_2008_in_photographs_p.html


(part 1)


http://www.boston.com/bigpicture/2008/12/2008_in_photographs_part_2_of.html


(part 2)


http://www.boston.com/bigpicture/2008/12/2008_the_year_in_photographs_p.html


(part 3)


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Claudia Raia/Donatela


A considerada Meiry Valladares Parente, psicóloga paulistana, despacha de seu consultório no bairro das Perdizes:


Sei que você gosta de dar pelo menos uma espiada nas novelas, jornalista atento que é, e pergunto se lhe chegou a informação de que a Donatela, heroína de A Favorita, prestou enorme desserviço aos telespectadores, principalmente os desavisados, ou seja, a maioria.


No capítulo de quinta-feira, dia 8/1, ela se referiu a alguma coisa que estava às avêssas, assim mesmo com a pronúncia fechada. Essa pronúncia é muito comum entre analfabetos e a personagem de Claudia Raia reforça o erro grosseiro. Quem escutou aquilo e ‘não se garante’, já acrescentou mais uma besteira às suas certezas lingüisticas.


Janistraquis e o colunista estavam longe do aparelho de TV na hora da novela, porém fazem questão de aqui registrar o desserviço. Esperamos que Claudia Raia não fique brava conosco, porque nenhum de nós tem condições físicas para enfrentar a atriz, cujo corpanzil assemelha-se ao de Evander Hollyfield.


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Saco cheio


O considerado Paulo Droescher, jornalista paulistano, antipatizante do tal ‘acordo ortográfico’, envia uma estilha de sua indignação matinal:


Começo as leituras de hoje e vejo em matéria da Folha Online:


‘Marcelo Travitvky Barbosa, 29, foi namorado da vítima desde aproximadamente 1998, quando foi preso pela primeira vez por roubo e condenado há dois anos e oito meses de prisão.’


Passo ao Comunique-se e lá está, estatelado na capa:


‘O juiz Rafael Estrela negou regime semi-aberto a Ratinho – condenado há 23 anos e seis meses de prisão por torturar o jornalista da Rede Globo, segundo a polícia.


Tudo bem que inventaram uma reforma pra mutilar nosso idioma em prol dos que não sabem usá-lo (é mais fácil que ensinar, imagino eu), atrapalhando quem passou anos se esmerando em conhecer onde se aplica o trema ou a correta hifenização das palavras… mas nesse caso aí, que eu saiba, nada mudou e quero crer que tenha sido apenas um dia de apagão coletivo em nossos colegas.


Janistraquis tem certeza, ó Droescher, de que essa ‘reforma’ ainda vai encher muito, mas muuuuuuuuuuuuuuuiiiiito, o nosso saco.


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Boa notícia


Recebeu destaque na imprensa do mundo inteiro:


Deputados venezuelanos aprovam reeleição ilimitada de Chávez


Janistraquis leu e comentou:


‘Considerado, se o protagonista fosse o Lula eu aposto que a leitura dos jornais não iria lhe provocar azia alguma…’


Aliás, espião desta coluna infiltrado no Palácio do Planalto garante: o Mandante abastardou a verdade (como sempre) ao declarar que não lê rigorosamente nada por causa da tal azia; na verdade, bem que ele tenta soletrar o blog do Ricardo Kotscho e a revista Brasileiros.


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Jorge de Lima


Em texto na área de comentários, o considerado Talis Andrade escreveu:


(…) Quem leu o romance ‘Quando Alegre Partiste’ sabe bem o que estou falando. Além da poesia, Moacir Japiassu narra fatos antes desconhecidos da vida do esquecido poeta Jorge de Lima. Para escrever a vida de Jorge de Lima é obrigatório citar Japiassu.


É verdade, e o colunista agradece a gentileza do Mestre Talis.


Abriga-se no Blogstraquis a íntegra do soneto cujo fragmento epigrafa a coluna. E recomenda-se a todos que leiam Invenção de Orfeu, um dos momentos majestosos da poesia brasileira em todos os tempos.


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O molho da Lupinni


Como não ignoram os freqüentadores deste pedaço, o colunista é, modéstia à parte, razoável cozinheiro de forno e fogão, autor do livro Danado de Bom! – O melhor da Cozinha Nordestina (Ed. Nova Alexandria). O ofício diário aqui no sítio obriga-nos, a mim e a Janistraquis, a procurar novidades nos supermercados a fim de tornar menos monótono o trivial variado.


Agora há pouco encontramos um molho branco, pronto, NOVO, segundo o fabricante, Lupinni Indústria, Comércio e Importação de Alimentos Ltda., com sede em Poá (SP). Pois bem: aberta a embalagem, verificamos, com pesar e perplexidade, que o conteúdo não passava de um líquido aquoso, que não engrossa na fervura, apesar da presença do amido de milho entre os ingredientes.


Janistraquis, habituado aos caldos de cultura da vida severina, achou que se tratava simplesmente de água. Suja. O cozinheiro, mais otimista, teve a impressão de que se tratava de algo parecido com soro, pois molho branco costuma ser ‘lácteo e cremoso’. No caso, faltou leite e talvez competência e aquele controle de qualidade tão difícil de se encontrar na indústria brasileira.


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Desacordo Ortográfico


O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal em Brasília, cuja sede está a poucos metros dos mais ilustres currais da pátria, pois Roldão envia matéria da Folha de S. Paulo que revela o quanto é desimportante a tal reforma ortográfica para os demais países lusófonos:


Até as nações que já ratificaram o texto, como Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, ainda não têm prazo para adotá-lo.


Em Angola e Moçambique, que não validaram a reforma, foram criadas comissões para discutir diretrizes – incluindo as metas para ratificá-la.


Leia no Blogstraquis a íntegra da matéria e pode ficar tranqüilo, pois ninguém vai tirar o trema de sua lingüiça; quem ignorar a besteira não sofrerá conseqüências.


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Nota dez


Onze entre onze leitores desta coluna elegeram o artigo intitulado A ganância do bem, que o considerado Ferreira Gullar escreveu na Folha de S. Paulo. Numa das passagens, diz esse Mestre de 1.001 utilidades:


Costumo dizer que o capitalismo é quase como um fenômeno natural e, de fato, parece-me ter da natureza a vitalidade, a amoralidade e o esbanjamento perdulário, dizendo melhor: cria sem cessar e, com a mesma naturalidade, destrói o que criou.


Por exemplo, a natureza faz nascer milhões de seres e, de repente, inunda tudo e mata quase todos. Mas, ao fazê-lo, gera outras vidas. E parece dizer: ‘Que se danem’, como faz e diz o capitalismo, mantidas as devidas proporções.


Leia no Blogstraquis a íntegra dessa obra-prima do pensamento socialista, algo que só pode ser gerado em raras cabeças ilustradas como a do autor de Poema Sujo.


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Errei, sim!


‘SINAL DE CULTURA — Desde que o vate Zé Limeira encantou os sertões com seu repente ‘científico’, do qual não se compreendia verso ou palavra, o nordestino tem adorado quem fala ou escreve ‘difícil’. É sinal de cultura, superioridade, numa região de analfabetos.


Foi por isso que Janistraquis adorou este título da Gazeta de Turismo, editada em Salvador, Bahia: No amálgama da mística e de magia reluz o preciosismo de uma jóia.


Meu assistente exultou: ‘Considerado, isso é que é jomal porreta!’ É mesmo; no expediente, um requinte extra – Colaboran en esta edición (…), assim mesmo, naquele castelhano tão ao gosto de Cauby Peixoto. (novembro de 1989)


Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.


(*) Paraibano, 66 anos de idade e 46 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada ‘Carta a Uma Paixão Definitiva’.’


 


MERCADO
Eduardo Ribeiro


Dança dos correspondentes


‘Neste começo de 2009 algumas importantes mudanças foram anunciadas pelas tevês Globo e Record e jornal O Globo, com alguns de seus correspondentes internacionais.


Na TV Globo, por exemplo, Pedro Bassan, que estava como correspondente em Pequim, abre novo endereço internacional da emissora, agora em Lisboa. Para o lugar dele vai Roberto Kovalick, que deixa Nova York e inaugura novo posto em Tóquio, que passa a ser o endereço da Globo na Ásia. Kovalick será substituído por Rodrigo Bocardi. O rodízio dos correspondentes também leva Ari Peixoto a deixar Buenos Aires e assumir o posto em Israel, no lugar do Alberto Gaspar, que se reintegra à redação de São Paulo; Carlos de Lannoy é o novo correspondente na Argentina. Paris não terá movimentação até junho, quando Sônia Bridi e Paulo Zero retornam ao Brasil (para o Fantástico e projetos especiais). A Globo informa ainda que a partir do primeiro trimestre abrirá um posto na África do Sul, com vistas à Copa de 2010; o titular será Renato Ribeiro.


Rápida no gatilho, a TV Record pôs no vídeo neste início de semana, no Jornal da Record, agora mais cedo (transmitido às 20 horas), Mauro Tagliaferri, o primeiro correspondente internacional da tevê aberta privada brasileira em Portugal, de onde fará reportagens exclusivas, produzidas no novo escritório da emissora na Europa. Reparem que a emissora do bispo Edir Macedo saiu na frente da Globo, por apenas alguns dias. Para esta semana, o repórter preparou ainda uma série de matérias especiais para apresentar os lados tradicional e moderno do país. Mauro está na Record desde 2007, após passagens por Folha de S.Paulo, SBT e TV Globo. Os demais correspondentes da Record são Heloisa Villela (Washington), Celso Zucatelli (Nova York), Catarina Hong (Japão), Herbert Moraes (Israel), Carla Cecato (Inglaterra) e Luís Fará Monteiro (África do Sul).


Já no jornal O Globo, José Meirelles Passos deixará em breve Washington, para regressar ao Brasil, cumprindo um acerto que foi feito antes da eleição americana com a direção do jornal. Passará para a editoria O País, como um repórter especial, pois o jornal acredita que pode apresentar aos leitores um Brasil do ponto de vista de quem morou muitos anos fora e tem grande experiência internacional. Também fará matérias e viagens para Economia e para Internacional, além de participar do Globo Online, já que acompanhou de perto a integração entre papel e digital nos veículos americanos. Até lá, ajuda seu sucessor na transição, pois para Washington vai Gilberto Scofield, a partir de 13 de fevereiro. Ele deixa Pequim depois de quatro anos e meio, onde foi, durante um bom período, o único correspondente de um jornal brasileiro. Scofield está na capital americana desde esta 3ª.feira (13/1) e ali fica até o dia 23, para cobrir, com Meirelles e Marília Martins, a posse do presidente Obama. O cargo em Pequim não deve ser ocupado agora, mas não será extinto. A decisão deve sair em março, quando estiver concluída a transição de Washington e consolidada a chegada de Meirelles ao Rio, e a flutuação do dólar permitir uma noção mais concreta do orçamento a ser destinado para o trabalho na Ásia.


(*) É jornalista profissional formado pela Fundação Armando Álvares Penteado e co-autor de inúmeros projetos editoriais focados no jornalismo e na comunicação corporativa, entre eles o livro-guia ‘Fontes de Informação’ e o livro ‘Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia’. Integra o Conselho Fiscal da Abracom – Associação Brasileira das Agências de Comunicação e é também colunista do jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, além de dirigir e editar o informativo Jornalistas&Cia, da M&A Editora. É também diretor da Mega Brasil Comunicação, empresa responsável pela organização do Congresso Brasileiro de Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas.’


 


TELEVISÃO
Antonio Brasil


Manter a imprensa afastada de Gaza aumenta audiência da Al Jazira


‘Do que Israel tem medo?


É com essa pergunta definitiva e contundente que o jornalista britânico Robert Fisk inicia artigo recente para o jornal britânico The Independent, ‘Manter a imprensa afastada de Gaza não funciona’. (ver aqui).


Com argumentos claros e contundentes, resultado de muitos anos cobrindo os conflitos do Oriente Médio, Fisk discute em seu artigo as possíveis conseqüências da decisão do governo israelense de banir a cobertura jornalística internacional na faixa de Gaza:


‘Que Israel usa uma velha tática soviética para tentar cegar os olhos do mundo pode não ser exatamente uma surpresa. Mas o resultado é que a voz dos palestinos domina agora as transmissões… Homens e mulheres palestinos que estão sob bombardeio aéreo e terrestre israelense estão agora contando suas histórias na TV, no rádio e nos jornais como nunca conseguiram contar antes, pois falam em reportagens sem qualquer tipo de avaliação da situação feita pelos correspondentes. Talvez isso se torne uma nova forma de cobertura – deixar os envolvidos contarem suas próprias histórias. O lado ruim, é claro, é que não há ninguém da imprensa ocidental em Gaza para fazer questionamentos ao Hamas, o que é uma vitória para o grupo’.


Israel deve ter suas razões para proibir a entrada de jornalistas na área do conflito.


Avisar aos russos


Certamente não tem o menor interesse de mostrar o que está acontecendo em um cenário de guerra tão excepcional com tantos civis, crianças e militantes em armas amontoados em pequeno espaço de território. Os últimos números de mortos no conflito divulgados pela imprensa dizem tudo ou pelo menos quase tudo. Já são quase 900 palestinos mortos contra 16 israelenses.


Israel também não demonstra maior interesse de conquistar ‘corações e mentes’. O conflito no Oriente Médio já possui públicos definidos. Não há mais indecisos. Somente indiferentes.


Por outro lado, a proibição de entrada de jornalistas em Gaza por parte de Israel acabou concentrando em seu próprio território grande parte da cobertura internacional. Principalmente as maiores redes de TVs e agencias internacionais. E isso não é necessariamente uma má notícia para Israel. Fica muito fácil controlar e monitorar os corações e mentes de alguns poucos jornalistas internacionais.


Mas essa medida tão dura e drástica por parte de Israel pode ter efeitos contrários. Como diria o nosso bom e velho Garrincha ao ser instruído pelo técnico da seleção brasileira sobre a estratégia a ser adotada diante do time adversário: Está tudo bem, professor. Mas vocês já combinaram isso com os russos?


Ou seja, afastar toda a cobertura mundial da área do conflito em Gaza pode ser uma boa estratégia nos velhos tempos de monopólio de notícias pelos grandes jornais, revistas, rádios e redes de televisão. Nos tempos do Grande Irmão ou da Grande Imprensa.


Mas em tempos de novas tecnologias e de guerrilha jornalística, essa proibição pode se tornar um tiro no pé!


Esqueceram de combinar com a rede de TV Al Jazira.


Imagens exclusivas


Por incrível que pareça, além dos inúmeros vídeos postados em blogs independentes e no YouTube, o canal em inglês da polemica rede árabe de TV, Al Jazira, se tornou a principal fonte de imagens e notícias dos correspondentes ‘confinados’ em território israelense e da imprensa mundial. Na falta de cobertura individualizada e independente, restaram somente os correspondentes da Al Jazira que há muitos anos residem em Gaza.


Poucas redes de TV ou agências internacionais tiveram a coragem ou ousadia de investir nos territórios palestinos. Agora, são reféns da boa ou má vontade do governo de Israel.


Enquanto isso, a Al Jazira comemora o sucesso.


Segundo a Folha de São Paulo, a Al Jazira explora imagens e declarações fortes. Cita como exemplo o noticiário que mostra na tela o corpo de uma criança com o que parecem ser dois tiros no peito e o pai desesperado: É assim que vocês ganham votos, matando crianças?


Para fazer esse tipo de cobertura a Al Jazira se preparou com antecedência. Possui quatro correspondentes fixos na faixa de Gaza desde antes da ofensiva militar israelense. Eles se tornaram os olhos e ouvidos do mundo. É dessa forma e graças à proibição de cobertura internacional por parte de Israel que a rede árabe tem mostrado imagens exclusivas que não chegam às telas das outras emissoras no Ocidente.


Para quem não sabe, a Al Jazira, ou ‘A Ilha’ ou ‘A Península’ em árabe, é uma emissora de televisão jornalística do Catar. Foi criada em 1966 pelo emirado do Catar e suas transmissões iniciaram em 1º de novembro daquele ano. Logo se destacou por alcançar um nível de popularidade, liberdade de expressão e de oposição raramente visto no mundo árabe, acostumado a uma mídia controlada e dócil, mera porta-voz de comunicados oficiais.


Al Jazira, a CNN do Oriente Médio


Em novembro de 2006, a Al Jazira lançou mundialmente seu canal de notícias em inglês, com objetivo de enfocar os acontecimentos do Oriente Médio sob uma visão árabe a um público restrito a versões restritas das agências internacionais, ou seja, agências britânicas e norte-americanas.


Inicialmente anunciado com o nome Al Jazira International, teve seu nome alterado para Al Jazira English. O sucesso de público tem sido enorme.


Suas transmissões atingem uma audiência estimada em mais de 80 milhões de pessoas em 47 países, onde é transmitida por operadoras de cabo ou via satélite.


No Brasil, pode ser vista pela Internet ou através de antena parabólica.


Nos EUA, os planos de conquista de audiência da Al Jazira foram atrapalhados porque a maior operadora de cabo dos Estados Unidos, a ComCast resolveu cancelar um acordo feito com a Al Jazira e teve que ser substituída por uma operadora de satélite de menor alcance.


Ou seja, é difícil, mas não é impossível assistir à Al Jazira inclusive nos EUA. Dá para entender.


Apesar dos recentes e intensos bombardeios israelenses na principal estação transmissora de TV na faixa de Gaza (ver matéria do C-se aqui), o canal árabe ainda transmite a guerra entre israelenses e palestino durante as 24 horas do dia. Pode não ser uma cobertura muito isenta e independente. Mas é a visão privilegiada de quem está no olho do furacão. Sob os efeitos dos bombardeios israelenses.


De qualquer maneira e apesar dos ataques e das inúmeras restrições, as novas redações da Al Jazira em inglês crescem e já estão bem estabelecidas em Washington, Londres e principalmente, nos territórios palestinos.


Assim como no passado, a CNN fez história ao transmitir com exclusividade para todo o mundo os primeiros bombardeios americanos sobre Bagdá. Hoje a rede árabe de TV Al Jazira em inglês aproveita a guerra em Gaza para se afirmar como rede internacional.


Novos e ainda mais cruéis conflitos na região além da postura cada vez mais restritiva por parte do governo israelense garantem o sucesso da Al Jazira, a nova CNN do Oriente Médio.


Fisk tem razão: Manter a imprensa afastada de qualquer coisa não funciona.


(*) É jornalista, professor de jornalismo da UERJ e professor visitante da Rutgers, The State University of New Jersey. Fez mestrado em Antropologia pela London School of Economics, doutorado em Ciência da Informação pela UFRJ e pós-doutorado em Novas Tecnologias na Rutgers University. Atualmente, faz nova pesquisa de pós-doutorado em Antropologia no PPGAS do Museu Nacional da UFRJ sobre a ‘Construção da Imagem do Brasil no Exterior pelas agências e correspondentes internacionais’. Trabalhou na Rede Globo no Rio de Janeiro e no escritório da TV Globo em Londres. Foi correspondente na América Latina para as agências internacionais de notícias para TV, UPITN e WTN. É responsável pela implantação da TV UERJ online, a primeira TV universitária brasileira com programação regular e ao vivo na Internet. Este projeto recebeu a Prêmio Luiz Beltrão da INTERCOM em 2002 e menção honrosa no Prêmio Top Com Awards de 2007. Autor de diversos livros, a destacar ‘Telejornalismo, Internet e Guerrilha Tecnológica’, ‘O Poder das Imagens’ da Editora Livraria Ciência Moderna e o recém-lançado ‘Antimanual de Jornalismo e Comunicação’ pela Editora SENAC, São Paulo. É torcedor do Flamengo e ainda adora televisão.’


 


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