Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Conselho da TV Cultura dá carta branca a João Sayad


Leia abaixo a seleção de terça-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 10 de agosto de 2010


 


TELEVISÃO


Morris Kachani


Conselho da Cultura dá carta branca a Sayad


O presidente da Fundação Padre Anchieta, João Sayad, apresentou ontem seu plano de gestão da TV Cultura para o Conselho Curador da entidade. Entre os conselheiros, havia apreensão com relação às notícias recentes que falavam sobre mudanças da grade de programação e demissões em massa.


A reunião foi amena. Com algumas ressalvas, foram aprovadas as mudanças propostas pela administração atual. Sayad recebeu carta branca por seis meses. Após este prazo, seu trabalho será apreciado pelo Conselho. ‘É uma nova TV Cultura. Se o bolo vai ficar bom, precisa testar’, disse Sayad.


Com isso, o programa ‘Manos e Minas’ sai do ar, apesar da argumentação de Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc e membro do Conselho. Durante a reunião, Danilo defendeu sua manutenção dizendo que a função da TV pública é exibir programas de cultura popular, e que dificilmente hip hop e rap ganhariam a grade de outra emissora. Sayad explicou que João Marcelo Bôscoli, dono da gravadora Trama, apresentará um programa diário de variedades com foco em música, e que as diversas tendências musicais se inscreverão neste contexto.


Sayad também confirmou que os programas ‘Login’ e ‘Vitrine’ sairão do ar.


 


 


Audrey Furlaneto


Record teme queda de audiência com debate


A baixa audiência do debate político da Band na última semana já desanima concorrentes da TV aberta -em especial, a Record.


Uma das emissoras que mais crescem em audiência (chegando a ameaçar a liderança histórica da Globo), a Record vai tirar do ar um de seus principais sucessos, o ‘Domingo Espetacular’, para exibir o encontro dos candidatos à Presidência, no dia 26 de setembro.


A julgar pelos minguados pontos do debate na Band, a perda é anunciada: o ‘Domingo Espetacular’ marca 14 pontos em média, quase cinco vezes mais que os três pontos marcados pela Band.


Em pesquisa de audiência dos debates nos últimos oito anos, a única emissora que consegue bons índices é a Globo: em 2006, marcou 39,4 pontos com o encontro dos presidenciáveis.


Fora da Globo, o melhor índice foi da própria Record, mas não chegou perto dos 20 pontos: em 2006, o canal obteve 15,3 pontos com o debate de outubro. O clima na emissora agora é de risco calculado: sabe-se que debate não atrai audiência, mas é bom caminho para agregar credibilidade ao canal.


Aluga-se O grupo Bandeirantes deve renovar nesta semana o contrato de aluguel do canal Rede 21 para a Igreja Mundial do Poder de Deus. A igreja é dona de 22 horas da grade da emissora.


Fé no milhão Estima-se que o aluguel (considerado irregular pela legislação de radiodifusão) ultrapasse a marca de R$ 7 milhões. O grupo Bandeirantes não comenta questões relativas ao contrato.


Nu no topo Recheado de mulheres seminuas, homens de cueca e outras bizarrices, o ‘Pânico na TV’, da Rede TV!, ficou 16 minutos não consecutivos em primeiro lugar na audiência de domingo. Na média, empatou com o SBT (com 9,82 pontos) no terceiro lugar na audiência de domingo.


Causa própria O ‘Hoje em Dia’, matinal da Record, dedicou bom tempo ontem à reportagem sobre… a própria emissora. O institucional entrou como qualquer outro assunto e exibiu o staff do canal discursando a partir do slogan ‘Record: TV de primeira’.


Salto triplo A reportagem (de dez minutos) foi reprisada pela Record três vezes da noite de domingo até o início da tarde de ontem. Trata-se, segundo a emissora, de um ‘registro’ dos bons índices. A previsão era reprisá-la de novo no jornal vespertino do canal.


Clima de festa E, no ‘Record Notícias’, a apresentadora do jornalístico passou sorrindo da longa propaganda institucional para um ‘E agora vamos ao acidente…’.


 


 


Clarice Cardoso


João Emanuel Carneiro inventa protagonista dúbio em ‘A Cura’


Aos nove anos, o autor João Emanuel Carneiro passou um mês na cidade mineira de Diamantina. Ficou impressionado. ‘Minha mãe foi do Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]. Eu viajava sempre com ela.


Dali, ficou marcado em mim a coisa do não dito, do velado’, explica o autor à Folha em café de livraria carioca. Essa atmosfera mística está em ‘A Cura’, minissérie gravada na cidade e coassinada por Marcos Bernstein.


Para os órfãos de ‘A Favorita’, novela dele de 2008, Carneiro volta a criar uma trama centrada na incerteza acerca do caráter de um protagonista. Neste caso, trata-se de Dimas (Selton Mello), um médico com dons curativos que volta à cidade natal depois de, ainda menino, ter levado a culpa por um incidente que matou um colega.


‘Tudo gira em torno da dubiedade dele, entre matar e curar’, explica. ‘A ideia é antiga, sempre quis contar a história de um curandeiro e mexer com o fantástico no imaginário brasileiro.’ Há, também, uma história paralela, enigmática, do século 18: a de um cruel antepassado de Dimas que encontra, ele também, um curandeiro em seus dias. As referências, explica, não têm a ver com religião.


‘Não segui manuais religiosos. A série é uma grande pergunta, não uma resposta.’ Mas dá a dica: ‘Parte da ideia vem de histórias que minhas tias-avós de Varginha me contavam’.


NA TV


A Cura


Estreia da série em nove capítulos


QUANDO hoje, às 22h30, na Globo


CLASSIFICAÇÃO não informada


 


 


NEGÓCIOS


Fabiano Maisonnave


Murdoch vende controle de TVs na China


Depois de duas décadas tentando se consolidar no mercado chinês, o grupo News Corp., do empresário Rupert Murdoch, anunciou a venda do controle acionário de seus três canais de TV e de um catálogo de filmes no país a um fundo de participações em empresas controlado por capital estatal.


Os canais Xing Kong, Xing Kong International e Canal China Continental passarão a ter capital majoritário do fundo China Media Capital (CMC), gerido pelo Banco de Desenvolvimento da China e pelo Shanghai Media Group, ambos estatais.


A porcentagem vendida e o valor da transação não foram revelados.


A News Corp., que é dona dos estúdios Fox e de vários jornais, como o ‘Wall Street Journal’, já vinha dando sinais de que havia perdido interesse pela China. Há um ano, dividiu a sua divisão asiática entre a China e a Índia, que passou a receber mais investimentos.


O caso da News Corp. é um dos vários de multinacionais frustradas com o mercado chinês, marcado por normas rígidas para o capital estrangeiro. A brasileira Embraer, que montou uma fábrica no país, está entre as empresas que reclamam do excesso de protecionismo chinês.


O setor de mídia é ainda mais restrito, com Pequim impondo uma rígida censura aos meios de comunicação.


No caso da News Corp., só havia autorização para transmitir na Província de Guangdong, no sul.


‘A News Corp., depois de duas décadas na China, fez o inevitável’, disse Vivek Couto, analista de mídia asiática, à agência de notícias Reuters. ‘Eles veem que a melhor opção para crescer no mercado é assegurar que o controle esteja em mãos locais.’


Para analistas consultados pelo ‘Financial Times’, o principal interesse do CMC é usar a estrutura da News Corp. para ter canais de distribuição ao exterior a produções chinesas.


Descontente com a imagem da China retratada pelos meios de comunicação ocidentais, o governo tem investido em projetos de mídia voltados para o público estrangeiro.


No mês passado, a agência de notícias estatal Xinhua anunciou o lançamento do CNC World, canal de notícias 24 horas em inglês. O objetivo declarado é ‘apresentar uma visão internacional com uma perspectiva chinesa’.


 


 


TECNOLOGIA


Google divulga proposta para a internet nos EUA


O Google e a Verizon (grupo de telecomunicações) apresentaram ontem a sua proposta conjunta de como a internet deve ser regulada nos EUA.


Pelo plano das duas companhias, todos os serviços na internet devem ser tratados igualmente, a chamada neutralidade da rede, sob o qual nenhum conteúdo tem preferência sobre outro.


Mas elas dizem que os operadores de rede poderão cobrar por alguns serviços que usam uma conexão de maior qualidade separada da internet pública, como vídeos 3D.


A proposta do Google e da Verizon também exclui da ‘neutralidade da rede’ os provedores de internet para telefonia celular.


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


À África


Na manchete de Folha.com e outros sites e portais, ‘Banco do Brasil e Bradesco se unem para começar operação na África’. Foi alto das buscas de Brasil por Google News e Yahoo News, com Reuters Africa, Bloomberg, ‘Wall Street Journal’. Na manchete da Reuters Brasil ao longo do dia, ‘BB quer triplicar área internacional’, com ‘três ofensivas simultâneas’, comprando na África, na América Latina e nos EUA. No fim do dia, Kennedy Alencar postou que desta vez Lula ‘estimulou’, mas não teve ‘atuação direta’.


CHINÊS, NÃO


O ‘WSJ’ deu o longo texto ‘Hostilidade com trabalhadores esfria elo Angola-China’. Os projetos chineses na África importam os seus próprios operários


Camarões


O ‘WSJ’ despachou da capital, Yaoundé, que a TV estatal camaronesa noticiou que a Petrobras negocia com o governo do país ‘exploração, produção e exportação de petróleo’.


Amazônia


O mesmo ‘WSJ’ postou que a Petrobras informou que um poço na bacia do rio Solimões ‘testou positivamente para gás natural’, mas pode não ter ‘viabilidade comercial’.


‘VEIAS ABERTAS’ 2


O ‘Financial Times’ resenha ‘E Se a América Latina Comandasse o Mundo?’, de Oscar Guardiola-Rivera, professor da Universidade de Londres. Diz que ele devia ser ‘mais crítico’ dos heróis ‘do passado e do presente’, mas anota sua defesa da reavaliação do economista Raúl Prebisch, da Cepal, ‘o Keynes latino-americano’


MAIS BALANÇO


Abrindo foto na capa, o ‘Valor’ publicou longa entrevista de Sergio Leo com o chanceler brasileiro, ‘Está na hora de o Mercosul ter metas, diz Celso Amorim’. Para ele, agora é preciso ‘pensar grande’ na região ‘em vez de negociar setorzinho por setorzinho’.


Sobre Irã, ‘estamos trabalhando pelos direitos humanos, mas nossa maneira de agir é diferente de outros que fazem da hipocrisia seu principal instrumento’.


Sobre EUA, vê ‘necessidade de maior compreensão do que é e como mudou a América Latina’.


NA ‘NEW YORKER’


Jon Lee Anderson publica longa e ‘rara entrevista’ com Mahmoud Ahmadinejad, que nega repressão no Irã. ‘Todo mundo é livre’, diz. Ele criticou que a resposta de Obama ao acordo Brasil-Turquia, ‘encorajado’ pelo próprio Obama, segundo Anderson, tenha sido mais sanções, repetindo Bush. ‘Mudou só a pessoa’


ARMÁRIO NUCLEAR


O ‘Los Angeles Times’ publicou e o Council on Foreign Relations postou no alto da home, sob o título ‘Hora de sair do armário’, um artigo de Micah Zenko, que é pesquisador do CFR, maior instituição de política externa dos EUA.


Em suma, ‘Israel precisa acabar com a ficção de que não é potência nuclear’, que tornou o país ‘um pária similar a seus adversários’ e acaba por ‘conter o avanço das metas de não proliferação nuclear, inclusive evitar um Irã nuclear’.


EUA & Saud


Na manchete do ‘WSJ’ de papel, ontem, ‘EUA vão vender jatos F15 para a Arábia Saudita’, para ‘conter o Irã’. Porém ‘não vão equipá-los com os sistemas de longo alcance e com outras armas que tiveram a oposição de Israel’.


No fim de semana, o ‘New York Times’ criticou em editorial que Obama não avança pela via diplomática com o Irã, só nas sanções.


EUA & Vietnã


Manchete do ‘WSJ’ na última quinta, ‘EUA e Vietnã em negociação nuclear’. O acordo ‘permitiria a Hanói enriquecer seu próprio urânio’ e, segundo diplomata anônimo: ‘Não perguntamos à China para aprovar o que é nosso interesse estratégico’.


Dia seguinte, manchete de papel no ‘China Daily’, ‘Acordo nuclear EUA-Vietnã é desestabilizador’.


‘LA SOMBRA DE LULA’


O espanhol ‘El País’ deu o editorial ‘A sombra de Lula’ no fim de semana. Destaca que ‘os candidatos iniciam batalha que será vencida por aquele que assegurar continuidade’.


E aconselha o sucessor a ‘assegurar suas conquistas’, no país ‘que se converteu num dos novos líderes do mundo globalizado, o que aumentou a autoestima de sua gente’.


 


 


LITERATURA


Mundo tem 130 mi de livros, diz Google


Uma pesquisa realizada pelo Google na semana passada divulgou que há 129.864.880 de livros no mundo. A pesquisa teve como base o Google Books, projeto de digitalização de livros da empresa.


Para chegar ao número, o Google coletou informações com mais de 150 fontes do mundo, incluindo bibliotecas, livrarias, catálogos coletivos nacionais e provedores comerciais.


O primeiro resultado desta triagem apontou a existência de quase 600 milhões de volumes no mundo.


A segunda etapa da contagem tentou identificar as várias edições de um mesmo livro ou então obras que são lançadas por editoras diferentes, com nomes distintos.


Segundo a equipe da pesquisa, o livro ‘Programando em Perl, 3ª edição’, por exemplo, tem 96 registros diferentes em 46 fornecedores. Outro caso é ‘At the Mountains of Madness and Other Tales of Terror’, de H.P. Lovecraft, lançado nos EUA por duas editoras diferentes.


Após a nova apuração, a quantidade caiu para 210 milhões de obras diferentes no mundo. Houve então uma nova avaliação, que excluiu textos impressos como relatórios, transcrição de gravações, mapas e outras publicações que não poderiam ser classificadas como livro.


O Google calculou, por fim, 146 milhões de exemplares impressos e encadernados. A última etapa da pesquisa excluiu documentos governamentais e folhetins e artigos autônomos que, na verdade, foram idealizados como um volume único.


Chegou-se ao número de 129.864.880 de livros diferentes no mundo. Os dados referem-se, porém, apenas até o último domingo.


Segundo o Google, o ISBN, sistema internacional padronizado que identifica numericamente os livros segundo o título, o autor, o país e a editora, foi apenas parcialmente considerado pela pesquisa, porque só passou a ser amplamente adotado no mundo no início dos anos 1970.


Com agências internacionais


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 10 de agosto de 2010


 


TELEVISÃO


Jotabê Medeiros


Sayad explica planos a conselho da TV Cultura


Conselheiros da Fundação Padre Anchieta, reunidos ontem de manhã na sede da TV Cultura, sabatinaram o presidente da instituição, João Sayad, a respeito das mudanças que ele planeja fazer na programação e na gestão da emissora. Sayad apresentou seus planos de reformulação da programação e enxugamento da estrutura da TV Cultura.


Cerca de 27 conselheiros participaram, entre eles Danilo Miranda, do Sesc São Paulo, o embaixador Rubens Barbosa e o poeta Jorge da Cunha Lima.


Sayad anunciou a extinção de programas (como o Manos & Minas e Login), o encerramento dos serviços terceirizados da fundação (gravações, por exemplo, para a TV Assembleia, TSE, Procuradoria da República e TV Justiça), o encerramento de contratos e seu plano para a diminuição dos déficits da TV, além do aumento da produtividade. Segundo Sayad, em 24 horas de programação, a TV Cultura só produz atualmente 6 horas de conteúdo próprio, o que é considerado muito pouco para o tamanho da folha salarial.


Os conselheiros resolveram, ao final da explanação, conceder uma espécie de ‘crédito’ de seis meses para que o plano de Sayad surta resultados. Ao final desse período, haverá uma reavaliação das modificações. Sayad também teve de ouvir algumas advertências e recomendações. O conselho não concorda que ele extirpe totalmente da programação de música erudita as transmissões de orquestras brasileiras – o presidente preferiria exibir, como o núcleo central do programa, orquestras internacionais em apresentações consagradas.


Segundo um conselheiro, que preferiu não se identificar, foi sugerida a manutenção, pelo menos, das apresentações da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Outro conselheiro sugeriu que Sayad abandone a pretensão de exibir daqui por diante apenas os documentários da mostra É Tudo Verdade, organizado pelo crítico Amir Labaki – para uma ala da fundação, é importante manter a exibição dos documentários financiados pelo programa Doc-TV, que Sayad pretendia diminuir drasticamente.


Cortes. O conselho deu carta branca ao dirigente porque avaliou que Sayad está cumprindo à risca os compromissos que firmou ao ser eleito para a presidência, entre eles o de comunicar previamente aos diversos comitês do colegiado, com antecedência, todos os seus passos. Os conselheiros não abordaram o tema das demissões, mas é certo que vai haver cortes na folha da fundação, hoje com cerca de 1,9 mil funcionários. Esses cortes, entretanto, avalia um executivo da emissora, só poderão ser realizados a partir do ano que vem. Até lá, deverão ser afastados apenas funcionários que mantêm contratos como pessoas jurídicas – não há uma estimativa de quantos seriam na TV.


O debate foi pontuado pelos gráficos e pela longa explanação de João Sayad, economista com reputação de rígido e metódico. O déficit de R$ 10 milhões no orçamento da emissora, este ano, não foi considerado desastroso pela administração, que pode buscar recursos em outras fontes para tapar o buraco. ‘O prestígio da TV Cultura depende de uma boa programação’, disse Jorge da Cunha Lima. ‘Ninguém vai se incomodar com dívidas de sentenças trabalhistas se a emissora estiver cumprindo bem sua função. Na minha avaliação, a TV Cultura é uma emissora de conhecimento, com a missão de formar pessoas, não entreter.’


PARA LEMBRAR


Emissora foi fundada em 1960


A TV Cultura foi fundada em 1960, ainda sob propriedade do grupo Diários Associados, de Assis Chateaubriand. Em 1967, o então governador de São Paulo, Roberto de Abreu Sodré, criou a Fundação Anchieta e comprou a TV Cultura. A emissora foi reinaugurada em 1969. É mantida pela Fundação, que é dirigida por uma Diretoria Executiva com o apoio de um conselho formado por representantes de universidades, institutos de pesquisa, entidades culturais e dos poderes Legislativo e Executivo.


 


 


INTERNET


Google e Verizon propõem regras para internet


O Google e a operadora americana Verizon apresentaram ontem uma proposta de regulação para internet – e foram imediatamente criticados por grupos que querem manter a rede o mais aberta possível. Segundo o documento, os provedores não poderão bloquear produtores de conteúdo ou cobrar deles o acesso a ‘vias rápidas’.


A Federal Communications Commission (FCC), agência reguladora das comunicações nos Estados Unidos, teria a autoridade para impedir e multar qualquer um que desrespeitasse as regras.


A proposta, no entanto, abre exceções para o acesso em redes celulares e em potenciais novos serviços que os provedores de banda larga possam vir a oferecer. Em um texto conjunto, as companhias disseram que esses novos serviços poderiam incluir monitoração de saúde, serviços de educação ou novas opções de jogos e entretenimento.


As duas empresas esperam influenciar reguladores e legisladores no debate sobre o princípio conhecido como neutralidade de rede, pelo qual os usuários de internet devem ter acesso igualitário a todos os tipos de informação online.


O princípio é essencial para consumidores e para incentivar a inovação entre os empreendedores da internet, segundo Eric Schmidt, presidente do Google. ‘As duas próximas pessoas numa garagem realmente precisam de uma internet aberta.’


Mas alguns defensores da neutralidade de rede dizem que, ao excluir o acesso sem fio e outros serviços online, o Google e a Verizon abrem espaço para que as operadoras passem ao largo da regulação que teria como objetivo garantir uma internet aberta.


Para Andrew Jay Schwartzman, vice-presidente sênior do Media Access Project e integrante da Coalizão por uma Internet Aberta, o plano cria duas internets, uma para os que têm dinheiro e outra para os que não tem. ‘Isso pode tornar alguns serviços inacessíveis para consumidores e o acesso a esses serviços indisponíveis para empresas nascentes’, disse Schwarzman.


Ivan Seidenberg, diretor executivo da Verizon, disse que a proposta exclui operadoras celulares porque as companhias estão ‘preocupadas com a imposição de regras demais’ que podem desacelerar o crescimento da internet móvel.


Na visão de Jason Hirschhorn, ex-presidente do MySpace e ex-executivo da MTV, as exceções para novos serviços podem ser interpretadas como ‘uma nova maneira de ir contra a neutralidade de rede’. / THE NEW YORK TIMES


 


 


 


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