Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Continua perseguição à imprensa independente

A jornalista independente Lamasiel Gutiérrez Romero, da agência Nueva Prensa Cubana, foi condenada na terça-feira (9/8) a sete meses de liberdade condicional acusada de desobediência civil e resistência às autoridades. Em 14 de julho, quando se dirigia da Isla da Juventud para Havana, ela foi detida arbitrariamente durante sete horas por três agentes de segurança do Estado, que bateram nela após ela oferecer resistência a ser fotografada e ter suas digitais tomadas.

Enquanto estava detida, Lamasiel recebeu a visita do chefe do serviço de inteligência, que alegou que se ela não pudesse ser julgada por motivos políticos, seria encontrado outro pretexto para levá-la ao tribunal. O advogado do Estado em serviço informou-lhe que a principal testemunha de acusação era membro da Polícia Nacional Revolucionária – o que eliminava qualquer chance dela encontrar um advogado disposto a defendê-la.

Neste período, a jornalista não poderá exercer sua profissão. Ela deverá pedir uma permissão especial à polícia para se locomover até a Isla da Juventude, onde reside. Lamasiel acredita que o incidente está relacionado com seu marido, Rolando Jiménez Pozada, preso há dois anos por ‘desacato à figura de Fidel Castro’. Desde março de 2003, 21 jornalistas ainda continuam presos em Cuba.

Na quinta-feira (11/8), o médico e jornalista independente Florêncio Cruz foi preso quando estava na casa de Bernardo Arévalo Padrón, diretor da agência de notícias Línea Sur Press – da qual Cruz era diretor-adjunto. Ele teria sido detido sob o pretexto de carregar uma pequena quantia de dinheiro que seria enviada à organização Agenda Cuba, sediada nos EUA. Informações dos Repórteres Sem Fronteiras [9 e 10/8/05].